Dança das Emoções

sintomas de prazer

A viagem de ônibus de volta para casa foi tranquila, mas tanto Luiza quanto Valentina mal podiam conter a ansiedade de estarem de novo sozinhas. Elas trocavam olhares cúmplices, segredos e sorrisos que só as duas entendiam. Apesar das provocações de Valentina, Luiza estava confortável, sabendo que a brincadeira era a maneira de Valentina lidar com o novo sentimento de intimidade entre elas.

Chegando ao apartamento de Valentina, as duas suspiraram de alívio ao cruzar a porta, finalmente sozinhas novamente. Valentina se jogou no sofá, deixando escapar um suspiro profundo. "Finalmente em casa," disse ela, esticando os braços preguiçosamente. "E agora sem ninguém para bater na porta de surpresa."

Luiza riu, largando sua mochila no canto e se aproximando de Valentina, sentando-se ao lado dela. "Pois é, mas tenho que admitir, foi engraçado ver a Carol tentando ser minha mãe protetora."

Valentina ergueu uma sobrancelha, sorrindo de canto. "Ela só quer ter certeza de que eu não vou te magoar." O comentário saiu com um tom mais sério do que Valentina planejava, e isso fez Luiza notar a mudança no humor dela.

Luiza tocou o rosto de Valentina suavemente. "Você não vai me magoar, Val. Eu confio em você."

Valentina segurou a mão de Luiza e beijou-a levemente. "Eu nunca fui de relacionamentos, Lu. Eu… só tive ficantes, e com você é tudo novo. Às vezes, fico com medo de não fazer as coisas do jeito certo."

O coração de Luiza aqueceu ao ouvir a vulnerabilidade nas palavras de Valentina. Ela sabia que Valentina sempre fora a garota "desapegada", que não se prendia a ninguém, mas agora, com Luiza, era diferente.

"Você está indo muito bem," Luiza respondeu com um sorriso, aproximando-se e dando um beijo suave nos lábios de Valentina. "E se errar, a gente conserta juntas, tá?"

Valentina sorriu, visivelmente aliviada. "Tá. Obrigada, Lu."

Elas compartilharam um momento silencioso, mas cheio de significado, até que o celular de Luiza vibrou na mesa de centro, interrompendo o clima. Ela pegou o telefone e viu o nome de Carol piscando na tela.

"Ai meu Deus, de novo?" Luiza murmurou, revirando os olhos.

Valentina deu um risinho. "Sua irmã realmente leva esse papel de protetora a sério."

"Oi, Carol," disse Luiza, atendendo a chamada.

"Luiza, você vai querer sentar para ouvir isso," Carol começou, e só o tom de sua voz já fez Luiza ficar alerta.

"Tá, manda logo," respondeu Luiza, com uma mistura de curiosidade e apreensão.

"Eu encontrei alguém hoje na praia. Alguém que disse estar muito interessada em falar com a Valentina."

Luiza franziu a testa, confusa. "Quem, Carol?"

"Bruna."

O nome caiu como uma pedra no estômago de Luiza. Bruna. Ela era uma das ficantes mais marcantes, alguém que sempre aparecia e desaparecia na vida de Valentina, criando um certo tumulto. A fama de Bruna era de ser persuasiva e de conseguir o que queria. E agora ela estava de volta.

"Bruna? O que ela quer?" Luiza tentou manter a voz calma.

"Ela me disse que está de volta à cidade... e que quer ver se ainda tem uma chance com Valentina."

Luiza sentiu o corpo enrijecer ao ouvir isso, e seus olhos imediatamente se voltaram para Valentina, que a olhava com curiosidade, percebendo a mudança no humor de Luiza.

"Eu achei que você deveria saber," Carol continuou. "Porque, mesmo que a Valentina nunca tenha namorado ninguém antes, você sabe como uma ex ficante pode ser persistente."