Ayla e Minerva estavam finalizando os preparativos, colocando suas malas na carruagem mágica. O ar da manhã estava fresco, e o som das rodas da carruagem rangendo no chão era abafado pelos passos dos Testrálios, criaturas fantasmagóricas que apenas aqueles que haviam presenciado a morte podiam enxergar. As malas de ambas, assim como a gaiola da coruja de Ayla, já estavam firmemente presas na parte traseira da carruagem.
Enquanto ajustava sua capa, Ayla deu uma última olhada ao redor, tentando processar o que estava acontecendo. Ela sabia que sua vida estava prestes a mudar, mas a magnitude disso ainda parecia um mistério. Foi então que, do nada, um crack alto ecoou, e Jorge Osric, um auror do Ministério da Magia, aparata na frente da carruagem, fazendo a poeira do chão subir levemente ao seu redor.
— Minerva — começou Jorge, parecendo um tanto agitado. — Preciso falar com você. É urgente, mas aqui não é seguro.
Minerva, com a calma habitual, franziu ligeiramente as sobrancelhas antes de lhe estender a mão, indicando a entrada da carruagem.
— Entre, Jorge. Podemos conversar no caminho. Temos um longo trajeto até Hogwarts.
Todos subiram na carruagem. Ayla, silenciosa, acomodou-se no banco de couro escuro enquanto observava o auror e a professora trocarem olhares preocupados. Assim que a carruagem começou a flutuar suavemente sobre o terreno, conduzida pelos invisíveis Testrálios, Jorge tirou um jornal amassado de sua capa e o estendeu para Minerva.
— Você já viu isso? — ele perguntou, com a voz baixa.
No centro da capa havia uma manchete alarmante: "Rebelião dos Duendes: Ranrok Ameaça o Mundo Bruxo." A imagem de um duende com olhos penetrantes e uma expressão dura ocupava grande parte da página.
Minerva deu uma rápida olhada no jornal e suspirou, balançando a cabeça.
— Sim, eu vi. As opiniões sobre Ranrok são muitas, mas sei que ele representa um perigo. Isso não é apenas alarde.
Jorge assentiu, a expressão em seu rosto era de pura preocupação.
— Eu também acredito nisso. O problema é que muitos no Ministério estão ignorando os sinais. Eles acham que é apenas mais uma insurreição dos duendes, como outras que já enfrentamos. Mas... Minerva, foi seu marido que primeiro me alertou sobre Ranrok anos atrás, antes de... bem, antes de ele falecer.
Ayla, sentada em silêncio, ouvia atentamente a conversa, mas algo além do diálogo chamou sua atenção. Ela olhou para fora da janela da carruagem e viu uma sombra imensa sobrevoando abaixo deles. Seus olhos se estreitaram, tentando identificar o que era. Seria um pássaro? Não... era grande demais para isso.
Jorge, notando o silêncio de Ayla, voltou-se para Minerva, puxando um pequeno objeto de dentro de sua capa. Era uma peça metálica, com o brilho opaco característico de algo antigo e forjado por mãos habilidosas.
— Não foi só isso que ele me deixou. Pouco antes de sua morte, ele me enviou este objeto. Não veio com nenhuma carta, nenhuma explicação. Só... apareceu. Eu acredito que ele o despachou para mantê-lo longe das mãos erradas, possivelmente de Ranrok. O objeto é feito de metal de duende e possui um símbolo que eu nunca tinha visto antes.
Ayla inclinou-se ligeiramente para ver melhor o objeto. Algo nele chamou sua atenção de imediato. O metal parecia... brilhar, mas de uma maneira que só ela parecia notar.
— Está... brilhando — sussurrou Ayla, com os olhos fixos no objeto.
Minerva e Jorge olharam-na com estranheza.
— Brilhando? — perguntou Minerva, inclinando-se para ver melhor. — Eu não vejo nada.
— Nem eu — Jorge acrescentou, franzindo o cenho.
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A HERDEIRA OCULTA - H.G
FanficAyla Ambrósio Gaunt, filha de Morfino Gaunt, sempre soube que havia algo de diferente em sua vida, mas nunca imaginou a verdadeira extensão de sua herança mágica. Após a prisão de seu pai e sua transferência para Azkaban, Ayla foi deixada sozinha no...