Capítulo 8 - Dolcezza

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A chuva continuou caindo forte por toda a noite. Tão forte quanto a chuva, permaneciam Penélope e Colin nos braços um do outro.
Apesar da lareira, o tempo esfriara e os dois permitiram esquentar-se abraçados, a noite inteira.

Colin despertou e sentiu um peso no seu braço esquerdo. Era ela, linda e aconchegante. Ele estava fascinado. Já tinha tido tantas experiências, mas nada se comparava àquela. O sabor dela, seu corpo, seu cheiro. Era mais do que sexo. Era uma conexão incrível, que nunca tinha sentido com ninguém. Então, virou-se e com o braço direito acariciou o braço dela, e seus cabelos.

O doce toque de Colin também a fez despertar mas ela não abriu os olhos. Por um instante receou que se abrisse pudesse acordar de um sonho e, por Deus, desejava sonhar assim pra sempre!

_Colin... - ela sussurrou fazendo o corpo todo dele se arrepiar. - você está, realmente, aqui.

Ele beijou os lábios dela lentamente.

_Bom dia, dolcezza! - ele segurou levemente em seu queixo enquanto lhe dava selinhos. Mas é claro que estou.

_Dolcezza? - ela riu e olhou pra ele. - o que é isso?

_Significa "doçura", em italiano. Suponho que Itália seria para onde, realmente, gostaria de fugir.

Ela acariciava seu peito enquanto ele falava e acariciava seus cabelo ruivo. A chuva tinha diminuído e só se ouvia o gotejar das árvores e telhados lá fora.

_De onde tirou isso, Sr. Bridgerton? - ela sorria olhando-o fixamente.

_Foi apenas algo que suspeitei. - então fingiu uma leve tosse - Eloíse!

_Eloíse? - ela ergueu o pescoço para encará-lo.

_Sim, Eloíse. Ela me contou que quando vocês duas eram crianças diziam que fugiriam para Roma. Nas palavras dela "uma casinha charmosa, livros, deliciosas massas e bons vinhos."

_Oh meu Deus. Eloíse não esqueceu! Bem, ela não podia estar mais equivocada. Eu nunca iria para a Itália.

_Ah não? Então esse chalé sempre foi a primeira opção?

_Bem, claramente não.

_E posso saber qual seria então?

_Paris. - ela deu um suspiro e ficou sem jeito - depois de ler o seu diário, se eu tivesse oportunidade, fugiria para Paris.

Agora ele ficara sem jeito.

_Você gostou mesmo da leitura.

_Minhas desculpas, mas você sabe como descrever um local e nos transporta para lá com facilidade. Então me deixou desejosa por conhecer Paris.

Ele se sentiu lisonjeado.

_Posso te perguntar uma coisa? - Ele se ergueu em direção à ela. Ela concordou em um gesto com a cabeça. - Por que, então, não foi à Paris?

_Bem, Lady Whistledown me deu um bom dinheiro. Não posso negar que não foi por esse motivo. Mas eu... - ela perdeu a voz e se sentou na cama.

_O que foi?

_Eu não queria ficar tão longe. Ainda estou confusa com tudo. Na verdade, quis ficar mais perto de um lugar onde eu me sinta confortável...em casa.

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