Quem acreditaria em Michael Wheeler se ele dissesse que o seu primeiro amor foi alguém que ele não podia ver, nem tocar?
Como um fantasma?
Qualquer um sentiria medo de comungar com um fantasma. A palavra por si é automaticamente ligada ao sombrio, a...
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A agonia era o sentimento que mais corria no sangue e a preocupação era o que mais se passava na cabeça. Michael não conseguiu descansar a noite sabendo que número Onze estava sozinha pela cidade com homens maus e um monstro de outro mundo a solta.
Nem mesmo Harriett conseguiu descansar a cabeça. Ela não queria deixar Mike sozinho. Os homens mais estavam na rua procurando por Onze e tinham grandes chances de ele ter rastreado um dos três jovens que acolhiam ela. Ele poderia até ter descoberto que ela estava lá. Ela estava morrendo de medo.
Já Wheeler estava irritado consigo mesmo. Ele deveria ter falado a boca de Sinclair antes que falasse aquelas coisas horríveis para Onze. Ele descontou essas raiva chorando constantemente os lençóis da cabana, depois sentou no sofá e respirou fundo tentando conter a vontade que estava de chorar.
"Mavi?" O garotinho chamou pelo nome da sua amiga do SuperCon. "Sim...?" DeVoe se sentou ao lado do menino pronto para consolar ele. "Você fez isso mesmo? Digo, você escondeu sobre a Onze?" O rapazinho perguntou para ter certeza. Por mais que tenha ignorado no momento em que foi falado, mas depois que foi pensando sobre e viu que fazia sentido.
Harriett suspirou. Ela sabia que talvez ele ficasse irritado com ela, mas não podia mais mentir para ele. Ele merecia saber. "Não foi por mal." Ela afirmou o que ele no fundo já sabia, ele tinha total certeza de que as meninas não queriam fazer maldade. "Eu sei."
"Eu te falei que meu corpo tá no mundo invertido. Eu tô aqui mas eu sei de tudo o que tá acontecendo lá." Revelou mais um detalhe que os amigos não sabiam. "E a coisa tá muito feita, me entende?" A expressão de Michael decaiu. Ele pode jurar que ouviu sua voz embargar, ela estava com vontade de chorar também.
"Mas o seu corpo tá lá." O rapaz ligeiramente se preocupou com o fato dela estar lá também, e há muito mais tempo que o seu melhor amigo. "Eu sei, mas não vale o risco vocês entrarem lá, Mike. Não vale mesmo!" Reforçou gesticulando mesmo sabendo que não seria vista, apenas ato de nervosismo.
"Não é a toa que eu e o Will estamos presos lá. E Barbara Holland, e Wade Wilson, e Charlotte McGee, e até..." "Entendi." Espremeu seus lábios em linha reta e passou a mão pelos cabelos. "Posso te pedir uma coisa louca?" O garoto pediu em um sussurro de cabeça baixa.
"Eu adoro loucuras." A menina respondeu fazendo piada com o fato de que ela era uma fantasma. "Me indica onde está seus olhos." O rapaz fez o pedido que certamente pegou a garota de surpresa, mas de certa forma era esperado. Ainda era uma experiência bem estranha conversar com alguém que não podia ver, era normal ele querer essa sensação.
Ela o fez. Ela se sentou na mesinha bem de frente ao rapaz e procurou uma maneira de indicar onde estavam os seus olhos. Até notar que a lâmpada do porão estava no ângulo perfeito entre ela e o rapaz. Com ajuda de um cálculo rápido em sua cabeça ela viu que era a maneira perfeita.
