Cap 31

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       (POV. BANG CHAN)

~Você só pode estar brincando comigo.~

Meu corpo inteiro se tensiona ao ouvir Jisung dizer aquelas palavras, por algum motivo do qual eu não consigo entender, saber que ela beijou Lee Know me incomoda, talvez seja o fato de que Han saiba e eu não, talvez o fato de eu ter passado tantos dias com Lino depois que voltamos para a Coreia e ele nem sequer cogitou a possibilidade de me contar, talvez o fato de que Rose tenha mentido para mim dizendo que a Sra. Min Suk tenha obrigado ela a mostrar o país para Lee Know, mesmo que não existam motivos para me sentir incomodado já que ela sempre deixou claro que não estamos em um relacionamento, mas ouvi-lo dizer isso e ela não negar faz com que eu queira entrar por essa porta e tirar todas as satisfações possíveis, mesmo que eu saiba que não devo.
Estou prestes a bater na porta e deixar que a impulsividade tome conta de mim e fazer exatamente o que sei que não devo, antes que eu o fizesse a porta se abre, Jisung me olhar como se tivesse visto um fantasma.

— Hyung. - ele diz fechando a porta atrás de si. — Há quanto tempo está aí?

— O suficiente. - digo com tom firme.

— Olha hyung me deixa explicar, eu realmente não queria…

— Conversamos depois Jisung. - o interrompo.

— Mas é que… 

— Conversamos depois. - insisto.

Ele assente e passa por mim de cabeça ligeiramente baixa, me deixando sozinho por longos segundos pensando no que exatamente eu deva fazer, eu gosto da Rose, realmente gosto, mas Lee Know é um irmão para mim e francamente eu não quero perder nenhum dos dois por um motivo tal “banal”.
Respiro fundo e bato na porta algumas vezes antes que Rose a abra com um sorriso doce no rosto, tento fazer o meu melhor para que ela não perceba que eu estava escutando atrás da porta.

— Oi, Chan. - ela diz me abraçando.

— Oi, princesa

(***)

O dia não poderia ter sido mais perfeito do que foi, as conversas, as risadas, os momentos sem fazer absolutamente nada apenas vendo tv, os momentos em que fizemos tudo o que queríamos fazer há muito tempo, me fazendo esquecer completamente do que ouvi. A lua já está alta no céu quando acordo e a percebo dormindo no meu peito e a visão não poderia ser mais encantadora, fico a observando por um momento torcendo para que tudo seja um mal-entendido, me levanto devagar tentando não acordá-la, pego minha roupa espalhada pelo quarto e a deixo dormindo.

O caminho para casa se torna mais longo do que de costume, meus pensamentos estão gritando a todo custo quase me enlouquecendo.
Jisung está na sala jogando vídeo game e o pausa assim que entro pela porta.

— Hyung. - ele diz caminhando em minha direção.

— Cadê ele? - o encaro fazendo parar de andar.

— No terraço

Sinto meu coração apertar a cada degrau que subo, quase como se eu não quisesse saber realmente a resposta, talvez por medo do que eu vá ouvir ou talvez porque, no fundo, isso não importa. Abro a porta e o vejo ali sentado de costas para mim em uma cadeira de balanço com uma cerveja na mão.

— Já vou descer para fazer o jantar. - Lee Know diz assim que percebe minha presença. — Estava pensando em fazer um churrasco hoje, só a gente.

— Bom.

É a única coisa que consigo dizer sem que minha voz demonstre o que realmente estou sentindo nesse momento, Lee Know parece perceber e se vira na minha direção com semblante preocupado.

— Ta tudo bem? Aconteceu alguma coisa com os meninos? - nego com a cabeça.

— Quando você ia me contar?

Digo esperando pelos milhares de perguntas de volta, uma expressão de confusão ou qualquer indício de que ele não saiba do que estou falando, mas não acontece, em vez disso ele apenas volta a se virar para frente me dando suas costas e bebe um gole de sua cerveja.

— Quem te contou? - ele diz calmamente.

— Ninguém, eu apenas ouvi. - ele acena com a cabeça ainda sem me olhar. — Quando você ia me contar, Min Ho?

— Eu não ia. 

Ele diz com a maior calma que um ser humano poderia ter, como se estivesse dizendo a coisa mais normal do mundo, sem nenhum arrependimento ou sinal de que não queria.

— Serio? Você não ia me contar? Não acredito nisso. - solto uma risada amarga.

— Não eu não ia. - ele se vira para me encarar. — Porque aconteceu só uma vez.

— Mas aconteceu. - digo tentando controlar minha raiva.

— Sim, e não teria acontecido se você não estivesse deixando aquela mulher se jogar em cima de você.

— Mulher? Que mulher? - digo confuso.

— Você sabe muito bem que mulher, Chan, na noite da festa faltou ela arrancar a sua roupa na frente de todo mundo, a Rose viu, ficou com ciúmes e só me usou para tentar te fazer ciúmes também.

Involuntariamente solto um suspiro longo que talvez fosse de alívio? Não sei exatamente o que sinto nesse momento, mas existe um turbilhão de pensamentos rodando na minha mente me fazendo questionar muitas coisas.

— E por que você não me disse nada Lino? - me encosto no parapeito a sua frente.

— Não vou me meter nessa confusão de vocês dois, e ela estava bêbada, não se lembra de nada.

— Mas você sim. - ele concorda.

Caímos em um silêncio ensurdecedor, não é o silêncio que costumamos ter do qual nenhum precisa dizer nada, apenas ficamos ali confortáveis um com outro, dessa vez é um silêncio que está gritando muitas coisas e ambos parecem ignorar, mas uma questão surge em minha mente que não consigo deixar para lá.

— Você gosta dela?

— Não importa, ela gosta de você. - ele diz após longos segundos em silêncio.

— Você gosta dela Lee Know? - insisto mesmo já sabendo a resposta.

— Sim. - ele diz com um tom curto

Fecho os olhos e passo a mão pelos cabelos amaldiçoando mentalmente a situação.

— Desde quando?

— Eu já disse que não importa, Chan.

— Importa, sim, porra. Você é meu irmão, e ela é minha… - me interrompo ao perceber que não sei o que exatamente somos.

— Sua namorada.

— Não. - volto a me sentar. — Ela é tudo, menos minha namorada, ela insiste em dizer que não temos nada serio, e agora entendo o porquê, e honestamente eu não vou brigar com você e nem com ela por isso, não existem motivos.

— Sinceramente, fico feliz por isso Hyung.

O silêncio em que caímos novamente incomoda, se consegue ouvir apenas os sons dos carros na rua até que novamente eu quebre o silêncio.

— Mas eu não vou desistir dela. - um longo momento de silêncio.

— Eu também não. - Lee Know diz.

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