Strawberry cake

Strawberry

Em uma noite fria, Yuna, uma jovem garota, fazia seu percurso habitual. Enquanto caminhava, seus olhos foram atraídos por uma confeitaria iluminada, repleta de bolos que pareciam sair de um sonho. Encantada, ela entrou no local e chamou hesitante:

— Olá... tem alguém aí?

Um balconista surgiu. Seu rosto era sério, sem qualquer expressão.

— Ah, olá, seja bem-vinda — disse ele, com uma voz que refletia sua seriedade.

Yuna sentiu-se desconfortável, mas, com um sorriso tímido e voz suave, pediu:

— Eu gostaria de um pedaço de bolo de morango, por favor.

Enquanto o observava preparar seu pedido, notou o quão sério ele parecia. Ele entregou o pedaço de bolo.

— Foram 17 dólares.

— Ah, sim... aqui, obrigada.

Quando Yuna se virou para sair, ele chamou:

— Ei... você não lembra de mim?

Confusa, ela respondeu:

— Me desculpe, senhor, mas não sei se já o vi antes. Depois do meu acidente, esqueci parte das coisas.

Ele a escutou atentamente, depois se virou em direção aos fundos da loja.

— Posso ter te confundido. Sinto muito.

— Claro, não precisa se preocupar.

Ela saiu da loja, mas aquele encontro a deixou intrigada. A partir daquele dia, passou a frequentar mais a confeitaria, tentando desvendar o mistério do balconista. Em um desses encontros, Yuna finalmente perguntou, meio sem jeito:

— Verdade, senhor, eu não perguntei seu nome todo esse tempo.

Ele soltou uma risada baixa.

— O meu nome é Eiran.

— Oh, Eiran, que nome bonito.

Seu coração acelerou, e um leve rubor subiu ao seu rosto. Ele percebeu, se aproximando dela.

— O que houve, Yuna?

— A-a-a estou bem, Eiran...

Ele se aproximou ainda mais, fazendo o coração dela bater descompassado. Com um gesto suave, ele se inclinou para sussurrar em seu ouvido:

— Você não mudou nada desde a última vez que eu a vi...

Yuna ficou confusa, encarando aqueles olhos marrons escuros. Conforme ele se aproximava, segurando seu queixo, ela começou a reconhecer algo em seu rosto, algo que parecia de um passado distante. Ele a segurou pela cintura, fazendo a luz ao redor deles parecer desaparecer, restando apenas um feixe de sol sobre seus rostos.

— O... que...

— Yuna, me desculpe por isso.

— Desculpar pelo qu...

Ele a puxou para perto, seus corpos se tocando, e a beijou. Um beijo curto, mas cheio de sentimentos. Ela o olhou nos olhos e uma vontade avassaladora de beijá-lo novamente tomou conta dela.

— Pode me bater se quiser...

Mas Yuna o agarrou, intensificando o beijo. Parecia durar horas, até que ele a afastou suavemente, olhando-a com doçura.

— Você não deve lembrar do meu rosto, mas... eu sempre te vi de longe...

Ela o escutou com atenção, sentindo todo o amor que ele tinha por ela.

— Eiran... eu amo você, desde o momento que eu te vi.

Ele sorriu, beijando-a novamente. Mas, de repente, o toque do telefone interrompeu o momento. Atendendo, ela ouviu a voz de uma antiga amiga, acusando-a de roubo. Antes que Yuna pudesse responder, ouviu o som de um tiro do outro lado da linha. A ligação caiu, deixando-a em choque, lágrimas começando a escorrer por seu rosto.