☆ 1ª Temporada - 049

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Dulce

"A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração."

Só Deus sabe como doeu em mim dizer aquelas palavras pra ele. Sim, eu o amo. Sim, eu me apaixonei. Sim, eu estava mal por ele não ter me pedido em namoro e sim, eu fiquei pior ainda depois de saber daquele beijo e ver a foto. Pois é, havia uma foto.

Alguém tirou, não sei.

Aliás, não era só uma e sim, várias. De dias diferentes. Fotos dele e da Natália. Se beijando. De mãos dadas.

Ontem a noite mesmo comprei uma passagem para a França. Não ia mais aguentar viver aqui bem de frente à ele, ter que vê-lo todos os dias.

Pra ele eu fui só mais uma.

Pra mim ele se tornou tudo.

Mas isso não vai ficar assim.

— Dul? – disse Mai me tirando dos meus devaneios. – Tem certeza?

— Tenho. – suspirei. – Preciso de um tempo fora daqui.

— E o Christopher?

— Não quero ver nunca mais. Assim como todos ele me usou.

— Eu não acredito. Ele realmente gosta muito de você. Deve ter sido mais uma armação daquela cobra.

— Não me importa, Maite. Eu vou e fim de papo.

***

— Vou sentir saudades. – disse Poncho me abraçando. – Volta logo. – deu um beijo na minha testa.

— Vou voltar. – sorri.

— Dulce, não vai. – disse Any fazendo biquinho e me abraçando em seguida.

— Não se preocupe. Eu volto pro seu casamento. – garanti.

— Chuck, não quero que vá. – foi a vez de Christian me abraçar. – Quem vai puxar a minha orelha quando eu fizer burrada com a Mai?

Ri.

— A Any faz isso por mim.

— Dulce... – disse Mai vindo me abraçar. – Vou sentir sua falta. – começou a chorar.

— Eu volto logo. – sorri me segurando pra não desabar.

"Passageiros do vôo 197 rumo à Paris, favor comparecer na sala de embarque."

— Tenho que ir. – disse já não aguentando mais. Comecei a chorar. – Eu amo vocês. – abracei bem forte um por um antes de me encaminhar para a sala de embarque.

Y aunque debo continuar

¿Cómo poderte olvidar?

El recuerdo de ti está muy dentro de mí

Ao chegar na entrada, dou mais uma olhada pra trás. Meus amigos estão se abraçando em conjunto. É, sentirei falta deles. Olhei mais uma vez ao redor. Ele não veio mesmo. Imaginei. Me virei em direção à entrada deixando uma lágrima solitária cair.

— DULCE. – ouvi uma voz me chamar. Aquela voz.

Y hoy que me alejaré

Necesitas saber que estarás en mi corazón

— Me virei novamente e o vi ali. Parado há poucos metros de distância.

Y aunque me hace llorar

Num impulso o abracei forte, como se fosse a última vez. Deixei que minhas lágrimas molhassem sua blusa.

— Por favor, não vai. – ele sussurrou. Segurou minha cabeça entre as mãos e colou nossas testas. – Preciso de você.

— Eu tenho que ir. – sussurrei com a voz embargada.

— Não. – negou com a cabeça. – Não vai. – me roubou um selinho. – Fica comigo.

— Chris... – suspirei. – não faz assim. Eu... eu preciso ir.

— Não Dul... – continuamos com as testas coladas. – Eu te amo.

— Me beija. – pedi e assim ele fez. Nossas línguas se encaixaram. Foi um beijo lento, como se estivéssemos decorando a boca do outro. Sem pressa, como se realmente fosse o último. Nossas lágrimas se misturaram e pela falta de ar nos separamos. – Adeus, Christopher. – me afastei.

Cuantas tristezas compartí

Mis alegrias, te las dí

Y hoy te veo partir

— Você vai voltar? – perguntou num sussurro.

Algum dia. – dito isso, me virei e fui embora.

Esto llegó a su final

Estarás en mi corazón

Adiós

"A distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno, inflama o grande." 

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⏰ Última atualização: Sep 30 ⏰

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