Ponto de partida

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Nunca tinha sentindo essa dor absurda, parece que tem um vergão no meu peito, olhando direito não tenho certeza se não fui atingida pelas barras metálicas da construção do mais novo hotel… alguma coisa, não me importo, na verdade. Só tô, calminha mesmo por causa dos remédios, não que eu seja maluca, longe disso, mas se souberem o motivo de ter tido uma crise de ansiedade e parar no hospital, meus colegas iam mesmo me achar louca.
Tô com meu casaco desbotado e minha (bota) estilo construção, com a cara vermelha de tanto chorar e ouvindo a história de vida do cara ao meu lado, o homem parece um executivo com seu terno bem polido. Em 5 minutos descobri que ele é um correspondente jurídico, com um filho e recém separado e uma porção de coisas, acho que sou um ímã, por onde passo as pessoas me contam suas histórias, eu gosto de ouvir, mas às vezes queria que alguém parasse para me ouvir.

Uma pessoa parou, um rapaz, o idiota para o qual eu entreguei meu coração e ele devolveu em pedaços.

Porque eu me apaixonei e ele também, mas eu continuei amando, ele não, descobriu que não sentia o mesmo, não me amava como uma mulher, mas como uma amiga e só foi perceber isso depois de um ano.

E agora  estou aqui, numa sala de hospital, sozinha, ouvindo a história de vida de um estranho que parece tão infeliz quanto eu.

A vida é um porre, difícil demais, onde assino pra desistir?

Juro que não quero estar no nível difícil.

Se acha que isso foi o pior, errado!

Sempre fica pior!

Pare o amor Onde histórias criam vida. Descubra agora