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CHRISTOPHER LUÍS VON UCKERMANN
Dias atuais
Sigo-a.No pior dos casos, ela vai acertar minha cara mais uma vez e eu com certeza vou aceitar o golpe que eu mereço.
Não sei que porra aconteceu, mas à medida em que eu a via apenas desviando ao invés de revidar, eu ficava mais apavorado.
E se ela não revidasse caso alguém quisesse fazer mal a ela?
Meus pensamentos se embaralharam e eu fui tomado pelo pânico, até o momento em que senti o golpe.
Não foi a dor que me parou. Pelo menos, não a minha. Mas a dela.
Vi o lampejo que cruzou seu rosto assim que o golpe me atingiu e eu soube que ela havia se machucado.
Por minha culpa.
Por mais que estejamos acostumados a nos envolver em combate, não importa quão calejado os nós dos dedos sejam, um soco bem dado sempre deixa marcas, tanto em quem leva, quanto em quem dá.
E o soco que eu levei foi muito bem dado.
– Maria! – chamo, caminhando atrás dela na direção do vestiário.
Ela me ignora, sem nem mesmo olhar pra trás enquanto desenrola a bandagem da mão direita.
– Maria! Me deixa ver sua mão!
– Não vai ver porra nenhuma!
– Não estou pedindo! – aviso, fazendo com que ela congele e, de supetão, se vire para mim furiosa.
– Nesse segundo, Christopher, eu não estou dando a mínima pra você e esse seu lado autoritário. Então enfie esse seu jeito na sua bunda e me deixa em paz!
Ignoro-a e avanço na sua direção.
– Me deixa ver...
Ela ri, sem humor.
– Primeiro, quis me machucar, agora quer ver o estrago que causou?
Seu soco não chegou perto de fazer o que suas palavras conseguem.
Qualquer irritação, medo ou raiva que eu sentia desaparece e a única coisa que eu sinto é...vazio. Como se até o ar me abandonasse.
– Acha que eu machucaria você?
– Meu Luís? Nunca. Mas a pessoa que estava naquele tatame parecia um completo estranho! – rosna. – Então, me dê uma explicação boa o suficiente para aquela porra porque eu não quero pensar em você como alguém que poderia fazer o mesmo que...
Sua frase morre, mas Maria não precisa verbalizar o que eu sei que está passando pela sua mente.
O mesmo que sua mãe fazia.
– Eu preciso saber que você vai ficar bem – Cauteloso, dou um passo em sua direção.– Preciso saber que qualquer pessoa que tentar te machucar vai acabar morto.
– E a sua solução pra isso é tentar me machucar? Quer o quê, Christopher? Que eu me defenda de você igual me defenderia de um deles?! – Ela encurta a distância, o olhar furioso em meu rosto.
– Quero saber que se for preciso você vai se proteger como eu te protegeria.
Oito anos.
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Amnésia
RomanceDizem que o amor é tranquilo e sereno, mas o que sinto por Maria é o oposto. Existem amores suaves, mas o nosso jamais foi assim. Conheci Dulce Maria há oito anos, e desde o início, tudo foi caos. O caos mais envolvente que já vivi, ao lado dessa m...