Capitulo 30

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Billie

A chuva batia forte contra as janelas do carro enquanto eu olhava para frente, o volante firme nas minhas mãos, mas minha mente em qualquer lugar, menos no trânsito. Algo estava errado, eu podia sentir. O clima, a tensão no ar... não era só paranoia. Não depois da mensagem que Maya recebeu.

O som do meu celular vibrando no console quebrou o silêncio. O nome de Maya piscava na tela, e meu coração disparou.

- Oi, baby? - minha voz saiu um pouco mais ansiosa do que eu gostaria, mas eu precisava ouvir que ela estava bem.

Do outro lado da linha, a respiração dela estava ofegante. O barulho de chuva ao fundo era quase tão alto quanto o do meu carro.

- Billie... eu... - Maya engasgou com as palavras, como se estivesse correndo ou fugindo de algo. - Eu não sei o que fazer... aquela mensagem... eu recebi outra... e...

Minha mão apertou o volante com força, o peito apertando com uma mistura de medo e raiva. Quem estava mexendo com ela?

- Onde você está? - perguntei, tentando manter a calma, mas minha voz tremia de preocupação.

- Eu estou em um café perto da faculdade... - Ela fez uma pausa, e eu podia ouvir a hesitação na voz dela. - Eu corri, não sabia para onde ir... eu senti que alguém estava me observando.

Aquela frase me fez ver vermelho. Quem quer que fosse, eles estavam cruzando a linha. Eu já tinha lidado com pessoas obcecadas antes. Ashley por exemplo. Mas isso... com Maya envolvida? Não. Isso não ia passar em branco. Não de novo.

- Fica aí, eu estou a caminho - minha voz era firme, mas meu coração batia rápido. - Não sai de perto de outras pessoas, tá? Eu vou te encontrar.

- Billie... - Ela começou, e eu podia sentir o medo na voz dela, como se as palavras não fossem suficientes para expressar o que ela estava sentindo. - Eu tô com medo.

Meu peito doeu ao ouvir isso. Eu queria estar lá com ela, segurá-la e garantir que nada pudesse machucá-la.

- Eu sei, baby. Eu tô chegando. Fica comigo no telefone, tá? Eu não vou deixar nada acontecer com você.

Enquanto acelerava pelas ruas molhadas, a raiva borbulhava dentro de mim, mas eu sabia que precisava manter a cabeça no lugar. Maya precisava de mim agora, e eu precisava estar presente, forte, por ela.

- Fala comigo, Maya - pedi, tentando distraí-la do medo que a cercava. - O que você tá vendo agora? Como é o café?

- É pequeno... tem umas poucas mesas... algumas pessoas aqui, mas ninguém parece estar me observando... Eu estou sentada perto da janela. - Sua voz ainda tremia, mas ela estava tentando ser forte. Por mim.

Acelerei o carro um pouco mais, ignorando o sinal amarelo que eu passei sem pensar duas vezes. Eu sabia que precisava chegar rápido. Cada segundo que passava parecia uma eternidade, e o pensamento de Maya assustada e sozinha me destruía por dentro.

- Eu tô quase aí - prometi, virando na esquina. O café estava a algumas quadras de distância agora.

- Billie... obrigada - ela disse suavemente, como se só a minha voz já fosse o suficiente para acalmá-la um pouco.

- Você não precisa me agradecer. Eu sempre vou estar aqui pra você, May. Sempre. - Meu tom era determinado, porque eu sabia que era verdade. Eu faria qualquer coisa por ela.

Finalmente, avistei o café à frente. O coração acelerado, estacionei rapidamente na frente, as luzes do carro refletindo nas janelas encharcadas de chuva. Saí do carro, ignorando a água que caía pesada sobre mim.

My Dear Stalker - Billie Eilish| G!POnde histórias criam vida. Descubra agora