Em um vilarejo pacífico e calmo, a vida de Nimue é devastada quando uma invasão brutal e sanguinária resulta na morte de seus pais. Em meio ao caos, ela é amaldiçoada e sequestrada, sendo levada para uma floresta mágica obscura cheia de perigos. Ent...
"A Lógica pode levar você de A a B. A imaginação pode levá-lo a qualquer lugar." - Albert Einstein
Capítulo 1 - Cicatrizes
Nimue estava atenta, seus dedos, longe de serem delicados, manejavam a faca com maestria enquanto cortava uma maçã suculenta para sua querida mãe. O brilho da lâmina refletia a luz suave do final da tarde, e o aroma doce das maçãs frescas preenchia o ar ao seu redor. Apesar de estar entediada por não ter recebido a missão de caçar naquele dia, ela encontrou prazer em transformar ingredientes simples em algo delicioso. A cozinha era um espaço aconchegante, com panelas penduradas e ervas secas balançando suavemente com a brisa que entrava.
Colocou os pedaços de maçã cortados em uma panela sobre o fogo aceso, onde o açúcar derretido começava a borbulhar, criando um caramelo dourado que estalava suavemente. O calor da chama aquecia não apenas a panela, mas também seu coração, enquanto os risos das crianças brincando pelo vilarejo preenchiam o ar com uma alegria contagiante. Nimue observou pela janela como os pequenos corriam descalços pela grama verde, suas vozes se misturando em uma sinfonia de felicidade.
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- Nimue, Nimue, Nimue! O que você está fazendo? - perguntou uma das crianças, cheia de entusiasmo ao correr e abraçá-la com força.
- Estou preparando minhas famosas tortas de maçã - respondeu a garota, com um leve tom de orgulho em sua voz.
- Aquelas tortas?! Que bom que você não foi caçar hoje, Nimue! Eu amo as suas tortas! - exclamou a criança, apertando-a ainda mais forte e permitindo que Nimue acariciasse seus cabelos bagunçados e cheios de folhas.
Quando se desfizeram do abraço caloroso, Nimue foi tomada por uma onda de memórias da infância. Lembrou-se vividamente de sua mãe ensinando-a a preparar aquela receita especial, as mãos dela moldando a massa delicada e o calor do forno envolvendo-as como um abraço caloroso. O aroma doce das maçãs assadas preenchia a cozinha, trazendo um reconforto familiar que parecia abraçá-la novamente. Foi então que uma ideia surgiu em sua mente.
- Você ainda se lembra como se faz? - perguntou Nimue, fixando o olhar na criança com curiosidade.
- Simmm! Nunca vou esquecer quando quase fiquei uma semana sem poder brincar lá fora com meus amigos porque coloquei fogo na cozinha! - respondeu a criança, rindo ao recordar o incidente embaraçoso. Os olhos dela brilhavam com a lembrança da confuão e do cheiro de fumaça.
Nimue não conseguiu conter o riso também, imaginando a cena desastrada.
- Então você vai me ajudar com uma coisinha hoje! Mas, claro, sem perigo de fogo - disse ela com um sorriso travesso nos lábios.
