CAPITULO 8 - Por favor.

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POV CRISTIAN

Eu estava correndo contra o tempo, tinha o casamento para preparar e Edgar para encontrar. Eu não conseguiria viajar com Olívia sabendo que ele está solto fazendo o que bem entende, e também sabendo do que é capaz. Ele era um dos nossos melhores homens, inteligente, ágil e muito forte, ele era um risco, e eu ainda fiquei sabendo que ele conseguiu levar alguns de nossos homens, se juntando ao nosso maior rival. Oferecendo muito dinheiro e proteção, os de coração fraco são os primeiros a cair, falsos de merda.

Tinha se passado uma semana desde o evento em que levei a Olívia e não nos vimos mais, eu mandei algumas mensagens, mas ela não me respondeu... Queria saber o que ela achou de receber o quadro, mas ela também não devolveu, ela ficou com ele. Eu confesso que quando eu vi seu sorriso e brilho nos olhos vendo o quadro, eu soube que era pra ser dela... Claro que ela não sabe que é uma pintura raríssima que não tinha sido exposta ainda de um pintor famoso que morreu há alguns anos. Ele devia muito dinheiro para um parceiro meu, usava drogas adoidado e não queria pagar corretamente, tinha um talento surreal mas vivia na merda, com dívidas e cheirando até a poeira da própria casa se deixasse. Ele apenas teve o fim que merecia.

Acho que ela estava com raiva por eu ter levado ela para minha casa, mas eu não resisti. Eu queria passar mais um tempo com ela, mesmo sabendo que não devia. Ter ela vulnerável ali, ao meu lado foi demais pra mim já que ela estava sempre em estado de alerta e na defensiva. Eu pude ouvir sua respiração calma, sentir seu cheiro, seu calor contra meu corpo... Tinha tempo que eu não dormia com alguém dessa forma, apenas dormir abraçados, e quando acontecia eu tinha que pagar no final, bem merda. Nosso pequeno beijo também não saiu da minha cabeça, eu queria provocar e na impulsividade acabei beijando ela... Eu não devia ter feito aquilo porque acabei querendo mais do que aquilo, mais do que um pequeno e rápido beijo.

Eu estava no galpão resolvendo algumas coisas, e então olhei meu celular vendo se tinha alguma mensagem dela, mas não, apenas as minhas.

"Gostou do quadro?"
"Como está?"
"Olívia, está conseguindo resolver as coisas do casamento?"

Larguei o telefone em cima da mesa e bufei em frustração. Eu também não sabia o que queria com isso, estava tomando meus remédios corretamente essa semana, começando a ficar estável, mais calmo. As mudanças de humor estavam controladas e essa fase é boa e eu esqueço como é quando paro de tomar, por que geralmente é quando algo ruim acontece. E quando algo ruim acontece eu só quero ficar puto com tudo o que eu tenho, meu trabalho é assim e eu tenho que ser assim. Eu não esqueci tudo o que eu tenho em mente, não mesmo, mas eu queria vê-la nem que fosse para perturbar ela, ver seus olhos verdes assustados para mim.

De repente, Lucian entrou na sala me tirando dos meus devaneios.

- Conseguimos pegar um Cristian, um dos traidores.
- Ótimo, ele abriu a boca sobre Edgar?
- Ainda não - Ele disse limpando o suor de sua testa

Me levantei dando a volta na mesa e saí da sala com Lucian me seguindo.

- Encontraram ele aonde? - Falei enquanto andava.
- Estava no aeroporto internacional de Madrid
- Sozinho?
- Sozinho senhor, estava prestes a fugir.

Entrei em uma sala em que fazíamos nossos interrogatórios. Miguel era parceiro de Edgar em missões no nosso grupo, e fiquei satisfeito de pegar pelo menos o seu braço direito agora. Ele já estava com os braços e pés presos na cadeira, ele arregalou os olhos quando me viu. Tirei meu paletó jogando em cima de uma cadeira e afrouxei a gravata, colocando as mãos no bolso, olhei sério para ele. Ele já estava com ferimento na boca, nariz e sobrancelhas, Lucian tinha feito metade do trabalho.

Promessa PerigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora