Na manhã de segunda-feira, a rotina começou cedo para Hoseok e Jin-Ah. O sol mal havia nascido quando eles se despediram rapidamente na entrada do prédio de Jin-Ah, com Hoseok escondido sob um boné e máscara, como de costume. As mãos dele seguravam as dela firmemente, e o beijo de despedida foi rápido, mas cheio de significado.
— Nos falamos mais tarde — ele murmurou baixinho antes de se afastar.
Jin-Ah sorriu, tentando afastar o medo crescente no peito. Ela sabia que a relação deles estava se tornando mais forte a cada dia, mas as especulações na mídia estavam começando a pesar.
Desde o churrasco na casa de Namjoon, os rumores sobre Hoseok estar saindo com alguém haviam se intensificado. Fotos do cantor entrando e saindo de prédios de forma furtiva surgiam em fóruns, e embora nenhum veículo de comunicação tivesse uma confirmação, os fãs mais atentos já começavam a especular.
No início, Jin-Ah tentou não se importar. Ela repetia a si mesma que sabia no que estava se metendo ao se envolver com alguém tão famoso. Sempre havia um preço a se pagar. Mas, no fundo, o medo de ser descoberta e exposta para o mundo crescia como uma sombra constante. As amigas dela, Hae-jin e Yu-ji, tentavam tranquilizá-la.
— Se vocês continuarem sendo discretos, ninguém vai descobrir nada. E, mesmo que descubram, você é só uma pessoa como qualquer outra. Não deve nada a ninguém — disse Hae-jin um dia, enquanto almoçavam em um restaurante.
— Só que é difícil se manter anônima quando metade do mundo quer saber com quem ele está — respondeu Jin-Ah, comendo distraída. — E o pior de tudo é que, por mais que eu tente mostrar que não me importo, eu me importo sim. Muito. Fico com medo de que isso vá longe demais.
Yu-ji, que era a mais tranquila do trio, deu de ombros.
— Quem sabe? Talvez até seja melhor as pessoas saberem logo. Assim, você para de viver com medo.
Jin-Ah mordeu o lábio, considerando aquilo, mas a ideia de ser alvo dos fãs de J-Hope, ou até mesmo de tablóides, a assustava. Ela não estava preparada para ver sua vida dissecada na internet.
Enquanto isso, Hoseok lidava com as pressões da carreira. Ele passava os dias no estúdio, lutando contra o bloqueio criativo que parecia não o deixar em paz. Por mais que tentasse escrever, compor e ensaiar, nada parecia fluir como antes. Era como se uma barreira invisível o estivesse impedindo de acessar a parte de si que fazia música. O produtor tentava motivá-lo, mas ele próprio sabia que o problema era mais profundo.
Nas redes sociais, os fãs começavam a se perguntar por que ele não lançava nada novo, e isso só aumentava a pressão. Jin-Ah percebia o quanto aquilo estava afetando Hoseok, mesmo que ele não falasse sobre o assunto. Ela via a tensão em seus olhos, os ombros sempre tensos, e a forma como ele se perdia nos próprios pensamentos quando achava que ela não estava olhando.
À noite, quando finalmente se encontravam, o cansaço de ambos se misturava com o conforto que só o outro poderia proporcionar.
Nos momentos em que diziam o quanto significavam um para o outro, parecia que algo mais forte crescia entre eles. Era um sentimento profundo, um laço invisível que os conectava, apesar das dificuldades externas. Cada vez mais, aquele amor se mostrava como uma âncora em meio à tempestade.
Mas, por mais que tentasse, Jin-Ah não conseguia ignorar o peso de tudo aquilo. A mídia, os fãs, as especulações. Ela se preocupava com o que poderia vir a seguir. E Hoseok, sem nunca dizer nada, estava sempre tentando protegê-la daquele mundo caótico.
............
O som dos aplausos era ensurdecedor, e a energia no palco estava vibrante. Hoseok acabara de terminar sua apresentação no último show da sua agenda antes da turnê, e o suor escorria por seu rosto enquanto ele agradecia ao público com um sorriso.
Mas, dentro de si, algo estava fora de lugar. Enquanto os gritos dos fãs ecoavam no estádio, ele sentia uma pressão no peito, uma tensão que parecia crescer a cada batida de seu coração.
Assim que as cortinas se fecharam, ele deixou o microfone de lado e foi direto para o camarim, tentando manter a calma. Porém, suas mãos tremiam, e ele mal conseguia abrir a garrafa de água que segurava. O ar parecia pesado, e ele precisava de algum espaço. De qualquer coisa que pudesse ajudá-lo a respirar.
No corredor, enquanto caminhava de volta ao camarim, ele sentiu o suor frio escorrendo pela nuca. As mãos ainda tremiam, e a respiração estava irregular.
Ele já havia sentido isso antes — no ensaio solitário, semanas atrás. Mas agora, a sensação era mais intensa, mais real. Ele parou no corredor, encostando-se na parede para tentar controlar a sensação crescente de pânico.
Jin-Ah estava nos bastidores, como sempre fazia quando conseguia acompanhá-lo. Ao ver o rosto tenso de Hoseok, ela soube imediatamente que algo estava errado. Sem falar nada, ela se aproximou devagar, pegou a mão dele e a apertou com firmeza, mas de maneira suave. Seus olhos encontraram os dele, e naquele momento, Hoseok soube que ela entendia.
— Você está bem? — foi tudo o que ela perguntou, sua voz baixa e calma.
Hoseok tentou sorrir, mas não conseguiu. Ele balançou a cabeça, como se dissesse "sim", mas ambos sabiam que era mentira. Jin-Ah não pressionou, não pediu explicações. Ela apenas ficou ao lado dele, o segurando com a calma que ele precisava naquele momento.
Depois de alguns minutos, a respiração de Hoseok começou a se normalizar. Ele tomou um gole de água e respirou fundo.
— Obrigado — ele murmurou, sem olhar diretamente para ela.
Jin-Ah apenas assentiu, mas dentro de si, ela estava preocupada. Não sabia exatamente o que estava acontecendo com Hoseok, mas sentia que aquilo era algo maior do que ele estava disposto a admitir. No fundo, ela temia que a pressão da carreira e o relacionamento com ela estivessem pesando demais.
A sensação de que algo estava saindo do controle a assombrava, mas ela não sabia como ajudar. Tudo o que podia fazer era estar presente, esperando o momento em que ele estivesse pronto para falar.
Naquela noite, ao chegarem em casa, o silêncio entre eles era carregado. Hoseok tentou distrair a mente com pequenos afazeres, e Jin-Ah respeitou seu espaço, mas a tensão não desaparecia. Eles sabiam que as coisas estavam ficando mais difíceis — tanto na carreira dele quanto na relação que estavam tentando proteger do mundo. E, embora o amor entre eles crescesse, parecia que o peso da realidade também estava aumentando, ameaçando sufocar o que haviam construído.
Os dois se deitaram sem trocar muitas palavras, mas o toque das mãos entrelaçadas no escuro era o suficiente para dizer o que as palavras não podiam naquele momento.
Jin-Ah adormeceu com o coração pesado, preocupada com o que ainda estava por vir.
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A Luz na Escuridão (J-HOPE)
FanfictionApós a separação do BTS, Jung Hoseok luta para manter o equilíbrio entre a carreira solo e sua vida pessoal. Bloqueado criativamente e emocionalmente exausto, Hoseok precisará descobrir se é possível renascer em meio ao caos,reencontrar a paixão pel...