Capítulo Um

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As ruas da cidade estavam movimentadas, eu havia colocado um capuz em minha cabeça para não ser reconhecida, o vento fria soprava ao meu favor fazia meus cabelos castanhos voarem e os meus pelos arrepiarem, podia estar com o meu moletom cinza por cima da minha blusa, mas nesse frio eu precisara de um casaco mais pesado, algo que nunca caberia na minha mochila.

Eu fui até um ponto de ônibus, eu tinha o dinheiro e minha identidade, tinha preparado tudo e até o meu destino, Mystic Falls, uma cidade no interior aqui de Virginia, poucos habitantes e um lugar calmo, ótimo para formar uma família e viver lá sem problemas.

— Boa noite! Eu gostaria de uma passagem para Mystic Falls. - falei para a moça que olhava para todos com um certo tédio.

— O ônibus quebrou, só daqui a doze horas. - ela explicou e comprimi os lábios.

— Quais as outras passagens disponíveis? - queria muito ir para Mystic Falls, mas poderia ter outros lugares que tinha listado.

— Apenas para New Orleans. - ela falou e desanimei totalmente.

New Orleans estava fora de cogitação, não era um lugar calmo, com poucos habitantes e muito menos familiar. Lá é a cidade da festa, barulhento e com muita gente por todos os lados, não era nada do que eu havia sonhado.

— Quando outros ônibus estão disponíveis? - perguntei esperançosa, poderia esperar um pouco mais.

— Somente amanhã. - ela falou e eu suspirei frustrada.

Meu orçamento até é razoável, mas eu não faço ideia do que virá pela frente, tenho que economizar o máximo possível, então não daria para pagar um quarto para passar a noite. Fora que senti meu celular vibrar no bolso, certamente meus pais estão atrás de mim, não vai demorar muito para me acharem.

Desgostosa aceitei, pelo menos em uma cidade tão grande seria mais difícil me acharem, eles não vão parar até me acharem, mas se eu fizer tudo certo, tudo vai terminar bem.

Não demorou muito para o ônibus chegar, eu consegui um lugar vazio e sem nenhuma pessoa do meu lado, teria paz para pensar comigo mesma.

Eu nunca entendi o porquê de meus pais me protegerem tanto, eles nunca me deixaram atender ninguém, fazer qualquer amigo, sair a noite ou simplesmente quando o céu estivesse nublado ou chovendo. Eles são extremamente protetores e nunca me deram um motivo para isso, algo que sempre me incomodou.

Pensei que quando eu visse a placa de saindo da cidade, eu me sentiria livre, mas aconteceu o inverso, eu sempre fui muito protegida, não sabia mais se poderia me virar sem ninguém. Eu estava grávida e não fazia ideia de como cuidar de um bebê, como era estar gestante, não sabia como viver a vida, pois sempre estive em uma bolha.

Então o desespero bateu e finalmente percebi que estava me jogando em um buraco na qual eu não fazia ideia de qual era o fim. Eu queria ser livre, mas a proteção exagerada dos meus pais me fizeram não estar preparada para o que vinha depois do que eu dizia ser a "liberdade''.

Eu estava nervosa, muito nervosa, mas assim que botei os pés fora do ônibus sabia que toda essa emoção faria mal para o bebê e principalmente para mim. Então fechei os olhos e respirei fundo, pensei na primeira coisa que deveria fazer.

Arranjar um lugar para ficar.

Certo, peguei meu celular - ignorei todas as ligações e mensagens - e a pousada mais barata ficava um pouco distante, então peguei um táxi e passei o endereço para o motorista, ele me olhou duvidoso, porém não falou nada.

Assim que parei na frente da pousada entendi o seu olhar, o lugar é simples e até bonitinho, mas a rua de caminho é esquisita e tem um cheiro forte de sangue, fora que é praticamente em frente a um bar, pelo menos, pelo que parece, eles também servem almoço.

Em New Orleans - Elijah MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora