Capítulo 5 - parte 2

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Após essa conversa com Nidalee, Angélica levantou-se da cadeira, pegou os copos, foi até a pia e começou a lavá-los. Enquanto lavava, a descrição do netuniano voltou à sua mente, e ela começou a se sentir mal de novo. Seus braços, pernas e nuca arrepiaram, seu coração batia mais forte e mais rápido que o normal, e seu estômago se contorcia, quase formando um nó completo. Além disso, ela começou a dar pequenos arrotos, mesmo sabendo que não havia bebido nada com gás, como refrigerante. Ela sabia que esses eram sinais de que estava prestes a vomitar.

"Calma, Angélica, calma. Respira fundo... um... dois... três, bem devagar. Um... dois... três." Angélica pensava consigo mesma enquanto balançava a cabeça para os lados, tentando afastar a imagem do alienígena assustador da mente. Depois que terminou de lavar os copos, ela enxugou e guardou-os.

- Nossa, como estou arrepiada! - disse Angélica para si mesma, enquanto esfregava o pano no braço direito. De repente, ela sentiu um choque tão forte que a fez pular uns trinta centímetros e se afastar da pia, assustada. - Ai! - exclamou ela. - Devo ter esfregado meu braço rápido demais.

Depois de ter se recuperado do susto, Angélica saiu da cozinha e voltou para seu quarto. O quarto era relativamente pequeno, mas simples e aconchegante. A cama tinha um lençol rosa com estampas floridas, e o travesseiro era grande, branco e macio. À esquerda da cama, havia um pequeno criado-mudo feito de madeira vermelha, e ao lado dele estava um grande guarda-roupa de três portas, feito de madeira escura. Ao lado do guarda-roupa, ficava uma pequena janela quadrada, que estava aberta, e oferecia uma bela vista para o mar e a orla da praia. À frente, havia um pequeno rack vermelho, sobre o qual estava uma televisão de tubo desligada. Por fim, ao lado da janela, estava a porta para o banheiro.

Angélica caminhou até o guarda-roupa, abriu uma das portas e pegou algumas roupas novas que havia comprado com Nidalee no dia anterior: uma camiseta regata branca com estampas floridas e um short jeans curto. Em seguida, pegou uma toalha, fechou o guarda-roupa e foi para o banheiro.

Após ter tomado um banho quente e rápido, Angélica saiu vestida, sentindo-se mais calma e relaxada. Antes de voltar a deitar na cama, foi até a janela e espiou para fora. O dia já estava completamente amanhecido, o céu assumia sua cor azul clara característica, enquanto pequenas nuvens se formavam, afastadas uma das outras, indicando que não haveria chuva. Além disso, o sol, já um pouco mais alto, lançava seus raios finos e quentes sobre ela, que entravam em seu quarto, iluminando o ambiente e proporcionando uma sensação de calma e tranquilidade.

"Será que realmente podem existir alienígenas tão horríveis assim no universo?" Angélica se perguntava enquanto olhava para o horizonte, perdida em pensamentos.
"Eu sei que alienígenas existem; o próprio Nidalee é um marciano!... Meu Deus! Ainda não consigo acreditar que estou abrigando um marciano dentro de casa!" Ela deu uma risadinha ao pensar nesse fato.

"Digo, eu acredito que Nidalee é de outro mundo. Ele mesmo já me mostrou que tem poderes, como a telecinese e a sua transformação naquele gato preto chamado Nixie. Ainda assim, é muito estranho e até inusitado... Será que realmente existem seres tão horríveis e cruéis como o netuniano que Nidalee me contou?

"Ah, Nidalee, querido... Desculpe por ter insistido que você descrevesse esses seres tão terríveis." Angélica suspirou, sentindo-se muito mal consigo mesma enquanto lembrava da expressão de culpa do menino ao vê-la transtornada após descrever a aparência de um netuniano.

Angélica ficou por mais algum tempo olhando para fora da janela, pensativa, até que ela bocejou e percebeu que ainda estava com sono. Ela se afastou da janela, foi até a cama, deitou e dormiu quase no mesmo instante.

Enquanto Angélica dormia em seu quarto, Nidalee estava tendo um pouco mais de dificuldade para fazer isso. Ele estava deitado em sua cama, no quarto de hóspede com as mãos atrás da cabeça e olhando para o teto, pensativo.

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