PRÓLOGO ─ TUDO SE REPETE

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A cena está se repetindo, assim como no meu sonho.

Caminho em direção ao escritório olhando apenas para a frente. Minha mãe e meu padrasto me aguardam para me comunicar da decisão deles a respeito do meu futuro.

No meu sonho, me lembro de tropeçar e cair no chão. Uma funcionária me ajuda a levantar. Agradeço ele e sigo em frente.

Meus pensamentos me distraem e acabo tropeçando. Não consigo evitar de cair no chão.

-Está tudo bem, senhorita?- alguém pergunta, me estendendo a mão. Quando me levanto, dou de cara com uma das mulheres que trabalhavam com limpeza.

-Obrigada.- falo e continuo meu caminho.

Por impulso, olhei para o lado ao ouvir um barulho. Me deparo com o jardineiro terminando de cortar uma árvore. Ele nota minha presença mas não faz nada.

-O que foi isso?- falo e me viro para o lado. O jardineiro estava cortando os galhos de uma das árvores do jardim. Na mesma hora, ele nota minha presença. Ele me olha por alguns segundos antes de voltar a cortar a árvore e resolvo seguir em frente.

Paro na frente do escritório. No momento em que avanço para abrir a porta, consigo ouvir a voz da minha mãe. Ela está com raiva.

"Aster precisa ter um dragão para tudo dar certo."

Quando paro em frente ao escritório, escuto minha mãe. O tom de raiva em sua voz é evidente. Para tudo dar certo, preciso ter um dragão.

É aqui que meu sonho segue de maneira diferente. Ao abrir a porta, me deparo com um vale. Olho para a frente, onde há um dragão preto e parece que ele está me aguardando. Quando me aproximo, o lugar todo fica em chamas e sua cor muda para branco.

"Nós nos veremos em breve, jovem Aster."

Eu acordo.

Abri as portas, me deparando com minha mãe e meu padrasto.

-Mandou me chamar, mãe?

-Sabe por que está aqui, não sabe, Aster?

-Sim. Você decidiu me enviar para o Instituto Militar porque eu preciso ter um dragão.

-Então não precisa te explicar mais nada.- ela sinaliza para que eu me aproxime.- Não é para falhar. Se eu ouvir seu nome na lista de chamadas dos mortos, farei questão de apagar seu nome da família.

-Eu entendo. Não irei falhar.

-Ótimo. Partirá para o Instituto amanhã. Vá e arrume o que precisa levar.

Quando finalmente chego em meu quarto, me sento na cama. Esse não era o primeiro sonho que se repetia na vida real, era apenas o mais recente.

Me pergunto se algum dia a cena final do meu sonho irá se repetir. Eu encontro um dragão preto, que muda sua cor para branco.

Não faz sentido. Não existem dragões com a cor branca e todos os dragões pretos já foram domados.

Não sei o que esperar do futuro, além de mais sonhos com o mesmo final.

𝐀𝐌𝐈𝐃𝐒𝐓 𝐓𝐇𝐄 𝐀𝐒𝐇𝐄𝐒 ─ 𝐟𝐨𝐮𝐫𝐭𝐡 𝐰𝐢𝐧𝐠Onde histórias criam vida. Descubra agora