Mais que um frame

a flor que nasceu na escuridão

𝘼𝙫𝙞𝙨𝙤 𝙖𝙣𝙩𝙚𝙨 𝙙𝙚 𝙩𝙪𝙙𝙤

Atenção, isso é uma prequela, ou seja, se passa antes da história original e conta um pouco da origem da personagem principal, além disso, pode ser considerado um "capítulo piloto", já que muita coisa pode ser alterada, excluída ou adicionada. Tendo isso em mente, boa leitura.

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    Escuridão, isso era a única coisa que a jovem protoforma conhecia, a única luz em sua vida vinha dos cristais de energon, e das luzes sintéticas que iluminavam os túneis das minas. Numerada como Z-78, a jovem protoforma era forçada diariamente a trabalhar com cargas horárias exaustivas, suas mãos feridas e calejadas pelas horas segurando a picareta, seus braços doloridos eram obrigados a suportar quilos e mais quilos de minérios, seus sensores olfativos já estavam cansados de sentir o cheiro pungente de quimicos nocivos e polvora de explosivos.
    Durante as poucas horas de recarga, enquanto não dormia, ficava a pensar, "será que a vida é isso? Apenas um exaustivo trabalho onde se recebe migalhas quando é um warframe, mas com poucas horas de discurso se ganha um banquete quando é um civilframe? Será que essa distinção de frames é mesmo necessária?". Mas sempre se mantinha calada, sabendo que o menor pensamento igualitário seria fortemente punido pelos capatazes, que se divertiam ao ver o sofrimento dos mineiros escravos.
    Mais um dia, mais um sofrimento, Z-78 acordou assustada com os gritos do dono da mina nos alto-falantes, se sentando na tábua que compunha seu "beliche", discretamente tomando alguns goles do cubo de energon baixa qualidade que tinha escondido, logo levantando e entrando na fila, os capatazes estavam na porta verificando se alguém faltava.
    Z golpeava fortemente as pedras com a picareta, tomando cuidado para não acertar diretamente o cristal de energon, parando quando os capatazes gritaram para voltarem. Z-78 observava os arredores, sentada no chão apoiada em uma parede enquanto tomava o energon de baixa qualidade que lhe foi fornecido, alguns mineiros mais velhos, traziam nos braços cristais de energon, os levando aos carrinhos de mina para irem a superfície, onde seriam vendidos e refinados, um capataz supervisionava o trabalho, para garantir que nenhum cristais seria danificado e perdesse o valor.
    Z arregalou os olhos e sentiu seu energon ferver, um dos velhos, sem querer deixou um grande cristal cair, rachando e com isso perdendo o valor que teria se estivesse inteiro, o capataz ao ver isso, ameaçou o pobre velho mineiro com o chicote, e em resposta, o senhor se encolheu assustado, Z sentiu uma raiva sem precedentes, e uma vontade de justiça subir por seus sistemas, sem nem pensar, se levantou rapidamente e correu até o capataz, suas mãos apertando a picareta com força, levando os braços e golpeando o capataz com força, fazendo o mech gritar de dor quando era derrubado no chão, mas Z não parou, puxando a picareta e golpeando novamente. Quando parou e percebeu oque fez, sua respiração ficou vacilante, soltando a picareta e olhando para as próprias mãos trêmulas, uma súbita culpa por ter matado alguém começando a consumi-la, mas sua atenção logo foi desviada para um grande estrondo, seguido por gritos e tiros.
    Logo tudo ficou silencioso, alguns mineiros se amontoavam nos cantos para tentar se esconder, outros se enfiavam em frestas e rachaduras nas paredes da mina, Z estava paralisada de mais para correr e se esconder.
    Logo um grupo de bots chegou ao local, todos eram diferentes, porém eles compartilhavam o mesmo símbolo. O que parecia ser o líder, olhou para Z, parecendo surpreso, mas também um tanto orgulhoso, logo voltando o olhar para os outros mineiros escondidos. 
    "Eu sou Megatron, líder dos Decepticons! E vim libertá-los dessa vida opressiva, não tenham medo, eu juro por minha centelha que irei não só protegê-los, mas guial-os a liberdade!"
    O mech se apresentou e fez o discurso, seu comportamento calmo, e fala tranquila e educada eram convincentes, fazendo alguns dos mineiros saírem lentamente das sombras para olhar melhor, Z olhava para ele com admiração, vendo como ele era grande e poderoso, e mesmo assim estava ali para libertá-los, timidamente dando um passo mais perto, atraindo a atenção de Megatron, que se aproximou calmamente, se abaixando para ficar na altura de Z.
     "Você, jovem protoforma, eu vi pelas câmeras seu ato de justiça, quero que saiba que estou admirando por sua coragem, você vira comigo?"
     Z rapidamente concordou, e um bot de aparência alta e forte, com cores bege e roxa se aproximou, estendendo uma armadura peitoral para ela.
     "Use isso, ira te proteger melhor!"
     Z pegou a armadura e a colocou, era bem grande e larga para ela, ficando levemente engraçado, fazendo um bot seeker de aparência esbelta e levemente desdenhosa gargalhar baixinho.
     Logo, todos os mineiros estavam dentro de uma nave, alocados confortavelmente e sendo tratados, os feridos recebiam assistência médica, e todos receberam um grande cubo de energon de boa qualidade, Z estava olhando para uma das janelas, admirando o show de luzes que era o universo, as ópticas avermelhadas brilhando, não percebendo quando Megatron se aproximou dela, se ajoelhando para ficar na altura da pequena.
      "Então, qual seu nome pequena" 
      Ele perguntou com a voz tranquila, também observando o espaço.
      "Meu nome... Me designaram como Z-78"
      Megatron riu levemente da resposta dela, como se não estivesse perguntando isso.
      "Então, você não tem um nome real, eu poderia te dar um?"
      Z acenou positivamente, parecendo animada com a ideia de ter um nome real e não apenas um número, Megatron se virou para ela, com a mão levantando gentilmente seu rosto para olhar em seus olhos.
      "Que tal... Magma, combina com seus detalhes laranja."
      "Eu... Gostei, mas, oque eu sou agora?"
      Megatron sorriu caloroso, gentilmente fazendo cafuné em sua cabeça.
      "Agora você é uma Decepticon, e eu vou te guiar em sua nova vida!"
      Ele falou olhando para a janela novamente, vendo que a nave se aproximava de um planeta de aparência estranha parecia orgânica, mas também tinha luzes de cidades.
      Eles estavam chegando em New Cyber, o planeta que atualmente era o lar dos Decepticons.