The Angels - The rescue

Capítulo 1: Hyperion

Seul, 7h00 da manhã.

Era um sábado de manhã em Seul típico nesse auge do ano:

Um pouco nublado, um dia silencioso, calmo.

Quase foi até possível ouvir alguns pássaros corajosos sobrevoando o céu, mesmo que estivesse tudo um pouco cinza.
— Eu estou tentando localizar a substância, mas não consigo. — Nessie disse ao telefone para Ronnie. — Sério, você precisa me ajudar. — Rolou os olhos.

Era mais uma missão, mas dessa vez Nessie estava sozinha.
— Ok, você vai precisar de talco, lenço umedecido e uma fralda limpa. — Ronnie dizia do outro lado da linha, enquanto Nessie anotava tudo em um caderno.
— Só isso mesmo? — Perguntou um pouco aflita. — Eu já fiz isso, mas não sei porque agora é diferente. — Nessie rolou os olhos.
— Boa sorte! — Ronnie desejou e Nessie agradeceu, desligando o telefone.
— Muito bem, Ben. — Olhou para o bebê em sua frente. — Acho que podemos fazer isso, né? — Observou os grandes olhos do menino e sorriu, como ele era lindo.
— Amor? — A voz de Namjoon ecoou no ambiente.
— Aqui em cima! — Nessie gritou de volta, para que Namjoon pudesse encontrá-la no quarto.
— Hoseok chamou a gente pra jantar. Parece que o pessoal vai aparecer. — Ele beijou os lábios da menina. — E aí, filhão? — Sorriu amoroso para o menino.
— Você chegou bem na hora que eu já troquei a fralda dele, né? — Nessie cerrou os olhos desconfiada e Namjoon soltou uma gargalhada, beijando a testa da esposa.
— Juro que não é proposital. — Ele se isentou da culpa segurando o filho no colo. — Mas eu prometo que passo a manhã com ele pra você poder descansar, ok? — Sorriu para a menina, dando-lhe um beijo na testa.
— Coloca as roupas na lavadora também? — Nessie fez um beicinho e Namjoon riu, concordando.
— Agora vai deitar, já separei a bombinha de leite do Ben, está na mesa. — Piscou e desceu as escadas com o filho nos braços. Nessie não podia querer outra coisa, pois o marido perfeito e o filho perfeito ela já tinha. Bom... Pensando bem, talvez fosse querer um processador novo para seu computador. Não seria má ideia.

Não muito longe dali, sob o mesmo céu nublado, Ronnie estava em uma outra missão no mesmo minuto em que havia falado com Renesmee ao telefone.
— Preciso que você isole o perímetro. — Pediu ela, falando num walkie talkie.
— Entendido. — Uma voz masculina saiu do aparelho confirmando a solicitação.
— Muito bem, onde vocês estão? — Perguntou a si mesma enquanto andava devagar e na ponta dos pés, carregando uma arma nas mãos. Andou pelo extenso corredor silenciosamente, mas tudo ali estava calmo. — Calmo até demais... — Cerrou os olhos.
— Atacar! — Uma voz surgiu fazendo um pequeno estrondo e Ronnie então sentiu um certo peso nas costas, caindo no chão imediatamente. — Parada! — Ela levantou as mãos, se rendendo.
— Você não precisa fazer isso... — Pediu quase em súplica quando percebeu a arma apontada para si. — Vamos conversar... — Pediu novamente, mas em vão, fechou os olhos assim que viu o gatilho sendo puxado. — Ai, isso dói! — Riu, massageando a testa quando sentiu a munição de uma Nerf bater na mesma. — Vocês estão ficando bons nisso, meninos! — Sorriu vendo os três garotinhos à sua frente.
— Eles te pegaram de novo? — Hoseok apareceu na porta do corredor rindo. — Isso porque eu isolei o perímetro, hein? — Ele riu para a menina, que deu a língua de volta.
— Papai! — Um dos menininhos gritou indo abraçar Hoseok, enquanto os outros dois permaneceram no colo de Veronica.
— O pessoal vem pra cá hoje? — Ronnie perguntou e Jung confirmou, sorrindo. — Ótimo! Mais louça pra lavar... — Ela rolou os olhos rindo.
— Você sabe que eu posso fazer isso, né? — O rapaz se aproximou da menina, beijando seus lábios docemente.

— Eca! — Um dos meninos no colo de Hoseok empurrou o rosto dos pais e todos riram.

Ainda na mesma rua, mas em outra casa, era possível escutar a voz de Charlie enquanto conversava com Yoongi ao telefone.
— Eu já disse que escondi muito bem escondido, Yoon. — Ela rolou os olhos.
— Tá bom, amor. — Min respondeu do outro lado da linha. — Só estou me certificando, pois ninguém pode descobrir o esconderijo. — Se defendeu e Charlie deu risada.

— Yoongi, se liga, eu sou muito boa nisso, você sabe. — A menina fez uma cara de convencida que fez com que o coreano soltasse um suspiro sarcástico, caso isso seja possível. — Eu ouvi isso. — Ela disse cerrando os olhos e ele riu do outro lado da linha. — O que importa é que eles não vão encontrar os petiscos...
Antes que pudesse concluir a frase, Charlie percebeu o pequeno estrondo que se formou no quarto.

Holy e Lola estavam brigando pelo pacote de petiscos.
— Eles acharam, né? — A voz de Yoongi soou no telefone.
— Eu preciso desligar. — Charlie desligou antes que o marido pudesse sacaneá-la. — Lola, onde você achou isso? — A moça se abaixou na altura da cachorrinha à sua frente.
Lola abanou o rabo toda animada.

— Tudo bem, filha... pode comer. — Se deu por vencida. — E você, garotão, vamos tomar banho! — Olhou para o outro cachorrinho e pegou o mesmo no colo, indo em direção ao banheiro.

Bom, depois da confusão com os petiscos dos cães, Charlotte decidiu passear com o marido no final da tarde.
— Eu só tô dizendo que talvez não seja o momento, Min... — Disse aflita com o rapaz.
— Charlie, faz cinco anos que casamos. — Ele apresentou seu argumento.
— Tá, mas eu não me sinto preparada. — Mordeu o lábio. — Digo, eu sou General agora, meu nível de responsabilidade triplicou nos últimos tempos e... — Charlie foi gesticulando, mas Yoongi a interrompeu segurando seu rosto.
— Você vai ser uma mãe incrível. — Sorriu, beijando a ponta do nariz da menina. — E eu te amo demais, só isso que você precisa saber. — Apertou das bochechas da esposa e ela sorriu de volta.

Impressionante sobre como o coreano conseguia contornar diversas situações e apresentar argumentos extremamente plausíveis.

Bem diferente do Min Yoongi que ela havia conhecido há bons anos atrás.

A noite havia chegado e Seul se apresentava bem iluminada, era quase Natal.

A família Jung amava Natais.

A casa de Hoseok e Ronnie estava muito bem decorada com alguns enfeites natalinos e é óbvio que a sala de jantar estava cercada de pessoas muito queridas.
— Hobi, me passa o purê! — Charlie pediu para o amigo que lhe entregasse a tigela ao mesmo tempo.
— Muito tempo passou e Charlotte Ried continua esfomeada, não é mesmo? — Fez piada e todos riram, menos Charlotte que lhe mandou logo um belíssimo dedo do meio.
— E continua mal educada também. — Namjoon caçoou e todos riram de novo, até ela.
— Como estão as coisas no estúdio, rapazes? — Ronnie perguntou enquanto terminava de cortar alguns pedaços de carne para Ben. — Come tudo! — Entregou um pratinho para o mais novo ao seu lado e o mesmo foi se sentar em uma mesinha, com as outras crianças.
— Bem, parece que o lançamento do novo álbum sai no fim do ano mesmo, na segunda quinzena de dezembro. — Hoseok comentou e todos aplaudiram. —- Fico contente com o desempenho, ficou bem bacana!
— E você ouviu alguma música, Ronnie? Porque tem alguém aqui que só faz suspense em casa... — Charlie comentou, rolando os olhos.
— Menina, ele não me deixa nem chegar perto do estúdio que temos em casa. — Ronnie deu risada.
— Namu quase surtou outro dia porque eu cheguei perto demais das coisas dele e eu só estava limpando. — Nessie lembrou.
— Hobi me proibiu de falarmos a respeito do novo álbum. — Ronnie deu de ombros e deu risada. — Brincadeira, se um dia ele me proibir de alguma coisa, provavelmente eu peço o divórcio.
— Verdade. A casa é todinha dela, eu só moro lá de favor. — Jung disse sério, arrancando risos dos amigos.
— Um brinde à nossa família? — Namjoon ergueu uma taça de vinho e os amigos o acompanharam.
— À nossa família! — Todos disseram juntos, batendo as taças e formalizando o brinde.

— Vocês não começaram sem a gente, né? — Seokjin apareceu no cômodo com os dois filhos no colo e ao lado da esposa, rindo.

Hoseok levantou para recebê-lo e, no encalço, estavam Jimin, Taehyung e Jungkook, com as respectivas namoradas, Rose, Jennie e Lisa.

Tão bom quando tudo vai bem, não é mesmo?

Afinal, sete anos haviam se passado desde a última missão e agora as coisas mudaram um pouquinho.

Ah, eu não contei pra vocês?

Então apertem os cintos, vamos fazer uma viagem ao passado.