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Helena

Após acordar, notei que meu celular estava vibrando incessantemente e isso provavelmente era resultado de alguma fofoca envolvendo meu nome, então para não me estressar logo de manhã cedo, eu nem peguei essa porra. Fui tomar banho, escovei os dentes, fiz minha skincare, uma maquiagem leve e tomei meu café. Após meu humor se estabilizar, peguei o celular e nem abri nada, apenas confirmei com a menina que eu tinha uma sessão em meia hora. Após ela dar o retorno, entrei no carro e dirigi até o prédio onde faríamos as fotos. Tinha algumas mensagens dos meus amigos e duas de Medina, mas eu ignorei, não estava afim de conversar agora.

Acho que é um defeito essa minha baixa frequência afetiva, eu amo todos do meu ciclo, mas não consigo ficar grudada.

── Gabriela? — Me aproximei da mesma, que se virou e abriu um sorriso triste. É um book de quinze anos, por que ela tá triste? Eu nos meus quinze anos fiquei feliz.

── Sinto muito. — Falou, e eu arqueei as sobrancelhas. ── Sabe, pelo Medina e enfim.

Tombei a cabeça para o lado e tentei entender o motivo das condolências dela, mas conhecendo meu namorado como eu conheço, ele com certeza fez alguma brincadeira de mau gosto na internet de novo. Mais tarde eu brigo com ele, agora eu preciso trabalhar!

── Tá de boa, eu nem ligo. — Respondi.

Após umas quatro horas com pequenas pausas, finalmente cheguei em casa, almocei, tomei banho e me joguei no sofá, finalmente abrindo o WhatsApp. Marina e Heloísa dizendo que sentiam muito pelo que aconteceu com o Gabriel, Pedro falando que não esperava isso mas que estava ao meu lado. Esse menino se matou ou o quê?

Bufei e abri o chat com ele. A última vez que ele ficou online foi às oito da manhã. Respondi o bom dia dele com um "???" "O que você fez?" e, em seguida, decidi abrir o Twitter. Fui no que estavam me marcando e levei minha mão ao rosto ao ver o rumor de traição.

Gabriel, você vai me pagar por isso.

Sem ele nem ter me respondido, comecei a ligar incessantemente para ele, até que na terceira chamada de vídeo ele atendeu. Estava deitado e com o rosto amassado, parecia estar dormindo.

── Bom dia, mulher. — Falou encarando a tela, e eu arqueei as sobrancelhas novamente.

── Bom dia? Não tem nada para me falar? — Questionei, irritada.

Ele ficou me encarando, parecia confuso, mexeu no celular e riu leve, parecia finalmente ter entendido.

── É boa tarde, foi mal. Fiz uma roleta russa de sono pós-almoço e não acordei. — Falou levantando, e eu bufei. ── Que foi, onça?

── Gabriel, que porra é essa de rumor de traição? Você abriu as notícias? Como assim você encontrou com a Júlia aí no Rio? — Disparei as palavras, e no mesmo instante ele parou de caminhar e me encarou, desacreditado.

── Eu encontrei quem?

── A Júlia! Saiu na Choquei e ela postou várias indiretas.

Ele respirou fundo e me encarou, negando com a cabeça.

── Deixa eu ver essa porra. — Falou mexendo no celular por alguns segundos e, em seguida, voltou a me encarar. ── Você vai acreditar nisso? Em um rumor de uma página de fofoca que não tem nem foto, Helena? Sério?

lentes no horizonte, gabriel medina. Onde histórias criam vida. Descubra agora