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Helena

Ouvi a campainha e gritei um "já vai", das duas, uma, ou é a Marina ou o Medina porque ele volta hoje e vamos fazer noite das meninas também, bom, noite das meninas mais os babacas. Eu vestia uma camiseta larga dele que dava na altura das minhas coxas e um short de pijama, meu cabelo estava preso e eu não estava com maquiagem, zero ânimo pra me produzir só para ver o pessoal. Caminhei até a porta após alguns instantes e a abri.

── Eu quero matar alguém. — Marina falou após eu abrir a porta e eu ri, dando espaço pra ela entrar.

── Deixa eu adivinhar, essa pessoa por acaso se chama Pedro?

── Sim! Que coisa, Helena, eu olho para a cara dele e sinto vontade de vomitar, de desfigurar ele e ironicamente ele não tem me dado motivos, não desde que descobriu a gravidez. — Falou e eu arqueei as sobrancelhas, ainda encostada no batente da porta com ela aberta. Quando eu ia responder, senti um vulto passar ao meu lado acompanhado de um cheiro adocicado. Cheiro de puta.

── Êpa, cheguei. — Heloisa falou e eu suspirei aliviada. ── Que isso, mulher?

── Tá o Gabriel para chegar também e quando você passou eu não vi que era você, só senti o cheiro de quenga, ainda bem que era você e não ele. — Impliquei e minha irmã cruzou os braços.

── Primeiramente, cheiro de quenga mesmo que esse perfume aqui eu peguei emprestado de você sem você saber e nunca devolvi.

── Foi você que pegou meu Liz, sua puta? — Rebati e ela concordou com a cabeça.

── Em outras palavras, você deixou na minha casa, eu só não te avisei. E você me deve pelas mil roupas minhas que você fez o mesmo!

── Mas eu sou a irmã mais nova, eu posso tudo.

── Oi. — Ouvi a voz de Sophia e me virei, todos chegaram quase juntos. ── Era para a gente estar se arrumando para encher a cara em algum lugar hoje, mas alguém se aventurou demais.

── Escuta aqui, em minha defesa... Eu estava embriagada! — A loira se defendeu, arrancando risos nossos, no mesmo instante senti alguém me abraçar por trás e beijar minha bochecha. Reconheço o cheiro de longe e amo esse toque.

Rapidamente me virei e o abracei, grudando nossos lábios em um selinho demorado enquanto Gabriel apertava minha cintura. Foi um fim de semana longe, amar é uma loucura, eu sempre amei estar sozinha mas agora eu amo dividir minha vida com ele. Minha solitude foi a coisa que eu mais prezei durante minha vida toda e a primeira que eu abri mão após o surfista entrar nela.

── Senti tanto tua falta. — Ele falou, encarando cada traço do meu rosto com um brilho no olhar. ── Comprei algumas coisas para você, mas eu não trouxe porque esqueci, tá lá em casa. ── Isso não era para ser um rolê de casal?

── Vai ser. — Sophia respondeu. ── Arthur tá chegando aí.

── Quem é Arthur? — Gabriel questionou, enciumado.

── Meu ficante. — Ela respondeu como se fosse algo óbvio.

── Que ficante, Sophia? Se liga, você é criança ainda, criança não beija na boca não. — Rebateu e eu ri enquanto ele me abraçava. ── Quero ver a cara desse feio, ele faz o que da vida?

lentes no horizonte, gabriel medina. Onde histórias criam vida. Descubra agora