𝙈𝙮 𝙙𝙚𝙖𝙧𝙚𝙨𝙩 𝙫𝙞𝙘𝙩𝙞𝙢

𝙏𝙞𝙛𝙛𝙖𝙣𝙮

Meu dia começou uma merda, e sabia que continuaria assim, Chucky está me deixando louca, mais do que normalmente já faz. Acho que ele está tendo um caso. Afastei o pensamento quando senti meu celular vibrar.

"Tá em casa?" Era ele.
"Sim, querido." Respondo.
"Não me espere para o jantar!" Como ele ousa?
"O que? Como assim? É nosso aniversário, Chucky!" Ele para de responder. "Vai se arrepender disso."

Bloqueio seu número e começo a fazer as malas. Sempre fui uma garota de emoções, Chucky diz que tenho o gênio forte, como se fosse uma ofensa, mas eu não vejo assim. Digo, as vezes ajo na emoção, como provavelmente estou fazendo neste exato momento. Mas nunca estive errada em minha vida, nenhuma vez sequer. Bom, exceto por Chucky... Nessa eu errei feio, mas agora cansei de perdoar suas mancadas, ele quer ficar com a vadiazinha da amante? Então ele vai ficar. À sete palmos de distância.

— Andy? — digo tentando controlar meu tom de voz

— Tiffany? Você tá bem? Tá com voz se choro. — pelo visto não funcionou

— Terminei com Charles... — menti — Posso ficar na sua casa? — pergunto receosa, mesmo sabendo a resposta

— Claro que pode! — ele hesita por um momento — Espera, ele te expulsou de casa?

— Não! — Chucky era um idiota, sem sombra de dúvidas, mas não estava tão fora de si — E também não acho que ele vá voltar, só não consigo ficar aqui agora.

— Tudo bem, quer que eu vá te buscar? — faço o som de "uhum" e ele só diz — Tá certo, tô indo.

Não menti para Andy por mal, sei que não foi bem o que aconteceu, e sei que ele vai ficar decepcionado se souber que eu ainda estou com Chucky. Não me entenda mal, odeio ele. Mas, poxa! Foram anos, décadas ao lado dele... não é algo fácil de superar, e além do mais... "sou muito emocional", não dá pra esperar muito de mim.

Andy chegou, colocou minhas malas no carro, me levou para sua casa, insistiu em cozinhar enquanto eu tomasse banho, o que me causou arrepios com o pensamento de que poderia acabar colocando fogo na casa, mas deixei o pensamento de lado, porque Andy é meu amigo, e só quer me ajudar.

— Em, Tiffany! — ouço Andy enquanto desço as escadas

— Fala, docinho... — ainda seco meus cabelos, não muito longos, quando me aproximo, sentindo cheiro de algo queimado

— O que acha de pedir uma pizza?

— O que você fez? — olho para o fogão que ele tentava, falhamente, esconder — Isso era pra ser algum tipo de molho?

— Eu queria fazer uma lasanha... Eu sei que você gosta, e queria que comesse alguma coisa que fizesse você se sentir melhor. — sua fala me faz querer chorar, sempre me sinto amada quando estou com Andy. Não de forma romântica, é mais como algo familiar

— Pizza vai me fazer sentir melhor. — digo dando o sorriso mais verdadeiro que dei nas últimas semanas

— Certeza?

— Vai me fazer melhor do que essa gosma aí! — gesticulo ao fogão

— Ei! — ele põe delicadamente a mão sobre o próprio peito como se estivesse ofendido