INSANIA [Jason ToddxOc]

CAPITULO 1

[Meses depois]

Havia se passado muito tempo desde o retorno de Jason Todd a mansão Wayne, apesar da tentativa de manter tudo em segredo, nada sobre a vida da família do milionário Bruce Wayne permanece fora das câmeras por muito tempo, e é claro que a mídia estava em polvorosa em relação a misteriosa volta do garoto que havia supostamente morrido anos antes.

Na noite de seu retorno, Jason foi devidamente examinado por Alfred, que constatou que o rapaz não se lembrava de nada, ou quase nada. Suas poucas memórias foram distorcidas por Ra ‘s Al Ghul para que ele odiasse cada um dos membros da chamada BatFamília, ou pelo menos aqueles que Al Ghul chegou a conhecer. O rapaz passou dias trancado em um dos quartos da mansão, por mais que fosse doloroso ele era um perigo tanto para todos naquele lugar quanto para si mesmo, também foi constatado que seu ódio era direcionado em especial a duas pessoas específicas a quem não permitia a aproximação, a mera presença de Bruce e Dick durante as primeiras semanas o fazia ficar instantâneamente mais agressivo, o que dificultou o processo de reabilitação.

Depois de meses de terapia intensiva de recuperação o comportamento agressivo pareceu ter melhorado, Jason já podia andar pela mansão, e pôde conhecer os novos aliados do time que não teve a oportunidade antes, contudo os traumas que apareceram com a memória que lentamente retornava ainda era um problema a ser resolvido, e nem em sonho o rapaz estaria saindo a noite com os outros para combater o crime, o que o estava deixando incomodado.

Mansão Wayne, 8am, Keira Thorn, ou Keira Wayne como é chamada depois de ter sido oficialmente adotada por Bruce Wayne quatro anos antes, estava como em todas as manhãs se preparando para mais um dia no ensino médio. O lado ruim de ter uma vida dupla era nunca ter uma noite completa de sono, com sorte poderia voltar antes das 4 am e ter uma hora extra antes de precisar levantar, mas como todos os seus irmãos e irmãs Keira precisava manter as aparências, para todos no colégio e perante a mídia ela a clássica imagem da filha de um milionário, que sempre consegue o que quer, quando quer e que nunca precisou ouvir a palavra “não” em todos os seus dezesseis anos, sempre usando roupas caras, e frequentando eventos de caridade aos quais sempre serviam como desculpa para seus cochilos no meio da aula.

A maquiagem escondia bem as bolsas sob os olhos, e os lábios avermelhados contrastavam de forma harmônica com os cabelos roxos que começavam a precisar de um retoque à medida que as raízes loiras começavam a vir à tona. Ela trocou a jóia dos seus piercings no lábio inferior por belas jóias prateadas, e enfim desceu para o café da manhã.

As manhãs na mansão sempre eram agitadas, sem dúvida Bruce e Alfred já não podiam mais imaginar como seria ter a casa vazia. Keira desceu as escadas rapidamente para não se atrasar, mas não tão rápido quanto um de seus irmãos.

— Bom dia, com licença, desculpa! — Disse Tim ao descer correndo as escadas, por pouco não esbarrando na garota.
— Quanta pressa… bom dia pra você também! — Ela sorriu continuando a descer as escadas, agora um pouco mais devagar enquanto ajeitava a gravata do uniforme. Do outro lado da escada agora descia seu outro irmão, também com um pouco de dificuldade com a gravata. — Bom dia Damian!

Ela consertou o nó na gravata do mais novo e os dois terminaram de descer a escada juntos. No andar de baixo suas outras irmãs, Cassandra e Stephanie a cumprimentaram antes de sair, na mesa de café da manhã estavam Bruce, Tim, Jason, Dick e agora Damian, os mais novos assim como Keira tinham apenas alguns minutos antes de sair, mais um dia normal os aguardava.

Apesar de à primeira vista aparentar ser uma adolescente passando pela fase rebelde, Keira era uma das melhores de sua turma, e também a representante do clube de teatro do colégio, o que honestamente era a melhor parte do dia, todas as aulas eram chatas, os dias em Gotham eram todos iguais, não que seja algo completamente ruim, mas a sala de teatro tem cheiro de momentos felizes, de criatividade, diversão e boas energias, o que a deixa leve e a faz sentir bem. Durante onze anos de sua vida Keira esteve presa em um lugar que cheirava a morte, raiva e energias pesadas, não é um bom lugar para uma criança normal crescer, e menos ainda para uma criança que absorve tal energia e a devolve ao ambiente com o dobro de força.