Prólogo

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11 de setembro de 2003

Era uma noite de chuva pesada, daquelas que pareciam nunca ter fim. Os trovões ecoavam distantes, mas as árvores batendo nas janelas faziam tudo parecer mais próximo, mais intenso.

Dentro da grande mansão Kim, Namjoon sentava-se à frente de seu pai que olhava para ele com autoridade e precisão.

- Os negócios da família não são apenas sobre poder e riquezas...

Sua voz estava carregada de seriedade.

- São sobre lealdade, sobre quem você pode confiar e mais importante, quem você deve temer. O mundo da máfia é traiçoeiro, e até os maiores aliados podem se tornar inimigos.

Namjoon engoliu em seco. O peso daquelas palavras parecia esmagá-lo. Ele era apenas uma criança, mas o olhar do pai indicava que, em breve, ele teria que crescer mais rápido do que qualquer outro menino de sua idade.

De qualquer forma, o menor ouviu atentamente, absorvendo cada palavra; para ele, as histórias de sua família eram mais do que memórias e conquistas; eram a base de sua própria existência.

Um dia - continuou o pai, procurando por um isqueiro em seus bolsos - Tudo isso vai ser seu. As responsabilidades, o poder e mais importante - o mesmo para de remexer os bolsos e volta o olhar para a criança - você vai ter que proteger sua própria família! Proteger os seus!

A chuva continuava a cair, intensificando a sensação de peso no ar, o pequeno Namjoon olhou pela janela, tentando processar todas aquelas informações. Era como se o barulho da tempestade lá fora representasse o caos que, um dia, ele teria que enfrentar.

- Eu sei que você tem dúvidas - continuou como se lesse os pensamentos do filho - Mas eu estou te preparando, para que, quando chegar o momento, você esteja pronto para lidar com tudo isso.

O sr. Kim, desistindo dos bolsos, procura o isqueiro em sua gaveta repleta de papéis e velharias que o mesmo jurava que seriam úteis um dia.

- A máfia era um jogo perigoso - Ele diz sem tirar os olhos da gaveta - É um mundo onde um erro pode custar caro. E você não pode errar!

- Mas pai - sua voz saiu mais baixa do que ele pretendia - e se eu não quiser isso? Ou e se eu não conseguir?

Seu pai ficou em silêncio por alguns segundos e o encarou, mas logo riu, um riso sutil e amargo que combinava com seu rosto já envelhecido.

- Não é uma questão de querer, meu filho. É uma questão de destino - o mesmo ergue vitoriosamente o objeto procurado em suas mãos.

- Você é um Kim. E, um dia, você vai entender o que isso realmente significa!

Com um gesto quase mecânico, ele acendeu a vela-faísca que estava sobre um bolo simples e nesse exato momento o relógio marcou meia-noite, um novo dia!

- Feliz aniversário, meu filho! - O mesmo abriu um sorriso caloroso e seus olhos estreitaram-se formando duas linhas finas, a rápida troca de semblante ilustrava com precisão a dualidade da vida na máfia.

Namjoon olhou para o bolo, mas sua mente ainda estava presa naquelas palavras. A chuva continuava a bater nas janelas, cada gota ecoando como um lembrete do mundo lá fora. Um mundo que, cedo ou tarde, ele teria que enfrentar.

As faíscas cintilavam com entusiasmo, lançando as típicas fagulhas no ar e Namjoon soube, no fundo, que esse era o último aniversário em que ele se sentiria apenas um garoto.

Enquanto isso, na penumbra da cidade, um outro evento aguardava o momento certo para emergir, algo que apenas o tempo revelaria...

Enquanto isso, na penumbra da cidade, um outro evento aguardava o momento certo para emergir, algo que apenas o tempo revelaria

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No Coração da Máfia • BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora