CAPÍTULO VINTE E OITO

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Cigarro, menta, hortelã... e mãos, mãos pelo meu corpo, pela minha bunda, meus seios. Era como se ele me descobrisse outra vez, como se precisasse daquele toque agressivo pra acreditar que eu estava de volta. Gemi contra sua boca e me agarrei nos seus ombros, senti a parede se grudar nas minhas costas e sua mão puxou minha perna. Em segundos eu estava presa entre ele e a parede... sua mão segurando meu cabelo, sustentando a minha bunda.

Gemi sem conseguir me conter, agarrei a sua nuca com as unhas, seu grunhido me excitou ainda mais e eu suguei os seus lábios com força, me perdendo naquele gosto novo, naquela brutalidade nova na qual ele me tratava. Arfei quando ele me afastou da parede e me jogou de volta nela. Doeu, mas a dor me fez viva e senti as minhas unhas o rasgarem, seu gemido dentro da minha boca fez a minha barriga estremecer, e senti o seu pau me pressionar no lugar mais sensível do meu corpo.

Eu amava o PL, amava tanto que me assustava. Não era como um namoro adolescente ou como um casal que estava junto há vinte anos, era pior que os dois juntos... beirava o doentio. Eu me sentia dona dele, tinha ciúmes, medo de perder e o mataria se ele me traísse. Mas em contrapartida... eu seria capaz de qualquer coisa por aquele idiota. Eu seria capaz de matar e morrer por ele, nunca importava o perigo ou a distância que estivesse entre nós dois, o sentimento doentio dentro de mim sempre era mais forte, sempre falava mais alto.

Sua mão agarrou o meu cabelo com força, xinguei quando ele desgrudou nossas bocas e suguei o ar em desespero. Sorri quando vi a calmaria nos seus olhos, não tinha mais raiva ou qualquer sentimento diferente do prazer. Suas pálpebras estavam quase fechadas e apenas resquício dos seus lindos olhos me observavam. Dava pra ver o prazer neles, a serenidade, a calma. Fazia tanto tempo que eu não via aquilo.

— Senti sua falta. — Sussurrei e ele sorriu.

Uma batida na porta soou e ouvi ele rosnar... e a raiva estava de volta ao seu devido lugar.

— Chefe. — Ouvi a porta se abrir e seus olhos desviarem de mim.

— Dá o fora daqui! Te mandei entrar, porra?

— Chefe... — Parei de ouvir e baixei os olhos por seu peito firme.

Minhas mãos saíram da sua nuca e desci por seus ombros. A pele dele estava quente, parecia mais forte, mais bronzeada do sol e mais tatuagens desciam por seu peito. Senti a necessidade de tocá-lo, e toquei, toquei no que era meu, no homem lindo que a vida havia me dado. Traços negros, das tatuagens, surgiam por cada pedaço que eu apreciava e a minha boca não resistiu, distribui beijos molhados enquanto tentava matar a saudade, eu sentia falta do seu cheiro, do seu gosto.

— Não tem distribuição hoje! — Ele gritou e estreceu quando encontrei a sua orelha e a mordi com calma. — Cacete! Não te dei moral pra passar por cima das minhas ordens, não quero noiado aqui hoje! Não tem venda e não tem distribuição!

Não resisti; a sua forma de mandar me excitava, e mordisquei a pele abaixo da sua orelha. Sua puxada de ar me fez sorrir, e me afastei quando ele me encarou. Sua carranca era divertida, e me aproximei dos seus lábios. Minha língua não resistiu e tracei os seus lábios, com o desejo soltando faíscas na minha pele. Seu gemido gutural pareceu aumentar, e sorri enquanto mordia a carne dos seus lábios. Senti a pressão aumentar, e ele me espremeu contra a parede.

— Então, a remessa do merda ai do lado é pra ser cancelada? — Seu rosnado aumentou e ele se virou novamente.

— Se não trancar essa merda, vou arrombar a tua cara com a porra de uma bazuca! — Ouvi o estrondo da porta e sorri quando ele voltou a me encarar.

— Eu preciso dizer o quanto me excita quando ameaça um deles? — Sua respiração foi profunda e eu sorri. Me aproximei dos seus lábios, mas mudei de direção e parei contra o seu ouvido. — Estou molhada, tão molhada que sinto escorrer...

O Crime Perfeito - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora