MANUELLA
Não lembro o que me faz acordar, mas com o coração batendo forte eu sento de vez na cama... Tudo fica pior quando vejo um par de olhos me encarando.
— Merda! — Xingo e observo a fumaça negra sair dos seus lábios. — Filho da puta! — Sua risada não acalma meu coração.
— Foi mal, tentei não fazer barulho.
— Não funcionou. — Seus sorriso aumenta, mas logo se apaga quando ele enfia outra vez o beck nos lábios. Estreito os olhos.
— Ou tu apaga ou eu vou aí quebrar a tua cara. — A fumaça sai dos seus lábios por conta do sorriso, ele levanta o beck e apaga contra a cômoda velha ao seu lado.
— Tenho a sensação que essa porra é um sonho, e que o culpado do meu delírio é a erva. Não me culpe por tentar prolongar o efeito. — Faço careta.
— Não sou a porra de um sonho.
— Como sabe que isso não é mais uma alucinação minha? — Meus lábios se fecham e admiro os seus olhos na minha direção.
O PL estava drogado, era nítido os seus olhos vermelhos, as pupilas dilatadas, e o tique nervoso no pé... Ele batia contra o piso de madeira numa frequência ritmada, nervosa e rápida. Respiro fundo e agarro o lençol com força.
— Há quanto tempo tá usando? — Não preciso que ele fale pra que eu tenha certeza. Seus olhos baixam e vejo o incomodo surgir quando ele leva as mãos ao nariz e esfrega, como se a memória da carreira de pó ainda o deixasse alerta. — Quanto tempo PL?
— Não sei. — Ele confessa, eu suspiro com força. — Talvez um ano, ou mais.
— Logo depois que eu sumi? — Ele negou.
— Talvez. Foi em um dos bailes. Levei uma maluca pro quartinho... — Senti o meu sangue gelar e encarei seu rosto tentando não esboçar reação, mas eu sentia o ciúmes tomando conta do meu corpo. — Ela tinha o cabelo escuro, curto, olhos azuis... — Ele sorriu e não controlei o arrepio vindo junto da raiva... — Era gostosa, mas parecia uma hiena quando falava... Além de ser mais alta.. Meu pau não aceitou bem as diferenças. — Ele sorriu, mas não achei graça da sua confissão.
— Ele não aceitou... e a tua boca? — Ele fez careta.
— Tá maluca? Tava drogado, não emocionado. Queria foder, não beijar boca de pelo. — A raiva não se acalmou e meus olhos baixaram pra que eu não voasse na sua garganta...
— Tocou nela então.
— Toquei. — Senti as unhas cravarem na palma da mão e olhei pra ele. — Em quase todos os lugares. Mas não rolou... Acabei dormindo no meu próprio vômito uma hora depois, logo após experimentar a minha própria droga. — Tentei respirar.
Quantas vezes o "quase" tinha acontecido? Uma vez... ou uma dezena... talvez 365 dias ou mais. Fechei meus olhos, tentando acalmar a sensação de descontrole que surgia na minha barriga. Ele estava drogado mesmo? Será que o vacilo tinha sido por causa das drogas ou era apenas ele... sendo ele mesmo? A culpa era minha ou dele... da sua falta de compromisso comigo... a sua mulher, a porra da sua de fé!
— Manuella? — Não consegui abrir os olhos, minhas mãos prendiam o lençol contra os meus seios, o pressionavam com tanta força que chegava a machucar. — Manú?
Abri a boca, preparada pra dizer que "tudo estava bem", mas não consegui. Eu não conseguia acreditar.
— Vou te dá uma chance. — Sussurrei sem abrir os olhos. — Não pela droga, mas por mim e pelo 2K. — Ouvi um estrondo de repente, abri os olhos pra ver o PL em pé na minha frente. A cadeira estava tombada e a raiva que estava em mim podia ser vista refletida nele.
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O Crime Perfeito - Livro 4
Genel KurguUm brinde ao doce sabor da vingança. Livro contem: Cenas de sexo Palavrões Apologia ao Crime Mortes Estupro Crime de Ódio Violência contra Mulher Tortura física e psicológica