Capítulo 16: "Livre"

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Talvez, Millie estivesse vivenciando a síndrome de Estocolmo de certa forma, mas a mais nova adorava quando Sadie cuidava dela depois do sexo violento e dos tapas. Millie estava ansiosa por isso todas as vezes.

Ela queria que Sadie a segurasse em seus braços, lhe desse um banho morno e a colocasse na cama com um beijo de boa noite. Precisava de muito amor, mesmo que fosse do seu demônio particular.

— Você é minha, entendeu? — Sadie resmungou, empurrando uma última vez dentro da mais nova, enchendo-a com seu esperma. O corpo menor de Millie apenas tremeu sob ela, os olhos tremulando.

Sadie raramente gozava dentro dela, mas dessa vez, ela teve vontade de marcar a pequena com sua porra. Millie era sua pequena.

— ...Aquela pirralha acha que pode flertar com você, tão irritante. É melhor ela tomar cuidado antes que eu a arraste para o mar — Quando Sadie terminou de foder Millie pelo dia, ela trocou de roupa para roupas limpas.

Ela ainda estava brava com a jovem garota olhando Millie de cima a baixo, enquanto Millie ainda estava no chão, nua. Sadie podia ouvir os pequenos fungados da menor.

— O que foi, minha pequena? Você está chateada agora, hm? — Sadie soltou um suspiro e andou até perto da garota mais nova. Millie se virou fracamente e encarou a Lillith.

— Parece que você está suja novamente. Por que não vamos nos limpar? — Desta vez, Sadie falou gentilmente com ela. Não era nada parecida com a mulher que a tinha fodido rudemente alguns minutos atrás. Era como se um interruptor tivesse sido ligado e desligado com Sadie.

E isso sempre confundia Millie.

— ...Quero ser uma menina limpa...para você — Millie murmurou, enquanto olhava para Sadie. Ela tinha algumas lágrimas nos olhos. Não tinha certeza do porquê estava chorando. Era porque seu corpo estava dolorido, ou porque seu coração estava doendo?

De qualquer forma, Sadie a pegou e a levou ao banheiro. Como era verão, ajudou Millie a tomar um banho frio rápido. Então, ela a vestiu com um conjunto de pijama fofo que havia comprado para a morena alguns dias atrás.

— Durma bem, pequena pétala. Sads.. te ama — A ruiva disse enquanto colocava Millie na cama. Então, se abaixou para beijar sua testa.

Millie puxou o braço de Sadie com necessidade antes de fechar os olhos.

— Dorme com a Mills hoje à noite?

— Tudo bem — Sadie sorriu para a garota mais nova e se juntou a ela na cama. Havia apenas um fino lençol cobrindo seus corpos, enquanto dormiam lado a lado.

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Pelos próximos dias, Millie continuou sombria. Ela sempre acompanhava Sadie e fazia caminhadas na praia com ela de manhã cedo. A ruiva geralmente corria perto da praia, enquanto Millie a seguia atrás em passos mais lentos.

A morena não era realmente atlética, então ela preferia andar em um ritmo lento, para admirar as ondas da praia. Para a menor, a praia parecia tão sombria quanto ela. Poderia admirar as ondas da praia para sempre se pudesse. Por alguma razão, o som das ondas e a cor da água límpida... a acalmaram.

— Você fica aqui, pequena. Estou indo pegar um sorvete para nós — Era outro dia de verão, e elas estavam na praia novamente. Sadie tinha fechado a loja hoje, então elas tinham vindo para a praia para aproveitar o clima quente.

Millie, no entanto, não estava nada alegre. Mesmo que Sadie tenha comprado seu sorvete e doce favoritos.

Ela continuou olhando para o mar, e foi quando... ela a viu. Mais longe, estava ninguém menos que seu pai, acenando para ela entusiasticamente. Millie se levantou ao vê-lo, olhando-o intensamente.

— Papai....p-pai! Você está aqui! — Sua voz ficou mais alta devido à excitação, mergulhando lentamente na água fria. Ela começou a andar mais para dentro do mar, a água agora estava chegando aos seus joelhos, depois à sua cintura… depois ao seu peito — Pai, eu vou com você, e-espere por mim — Millie continuou gritando, começando a nadar para alcançar. Mas por algum motivo, seu pai... estava desaparecendo lentamente — Pai!? onde você está!?

— Millie começou a soluçar, enquanto a água alcançava seu pescoço. Então, quando uma onda forte veio, Millie estava debaixo d'água. A morena não se incomodou em vir à superfície.

— Millie!? O que diabos você fez?! Hein?! Você está me pregando essa peça de novo, pulando no mar? É isso que as bas garotas fazem, hein? — Poucos minutos depois, Millie estava de volta à praia. Sadie a salvou milagrosamente.

Ela podia ouvir a mulher mais velha gritando com ela. Por sorte, era de manhã cedo, então eram só os dois no mar.

— D-desculpe, Sads... — Millie tossiu um pouco de água e tentou se sentar com a ajuda de Sadie — Pai.... e-ele estava lá... eu queria vê-lo.

— Seu pai está morto, Millie. Ele não está aqui, pétala. Quantas vezes eu tenho que te dizer? — Sadie soltou um suspiro irritado. Então, a mais nova olhou para ela, fungando.

— E-ele não está mais aqui?

— Não, pétala. Não estamos mais nas árvores de sicômoro, então por que você continua a vê-lo? Esqueça dele, e de todos os outros. Somos só você e eu agora. Nós dois somos livres — Sadie falou com uma voz mais gentil dessa vez, para que a garota voltasse a si. Ela a puxou para um abraço, e Millie começou a chorar baixinho.

Millie estava livre dos sicômoros, sim, mas não estava livre do seu demônio particular. Mesmo tendo escapado deles, ela ainda estava infeliz.

Porque ela permaneceria ao lado dessa mulher íntima até que ela morresse.

Ela nunca seria livre.

SYCAMORE PALACE • sillie g!pOnde histórias criam vida. Descubra agora