Capítulo Único - Oneshot Celena

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3 dias! 3 longos dias já haviam passado desde a briga de Helena e César e há 3 dias ambos continuavam brincando de gato e rato ao invés de acabar de vez com aquele desentendimento. Um estava morrendo de saudades dos beijos e carícias do outro, mas, dar o primeiro passo para fazer as pazes estava totalmente fora de cogitação. O casal permanecia tão orgulhoso quanto apaixonado.

Nesse terceiro dia, parecia ainda mais difícil aguentar a falta que um sentia do outro. As lembranças do tórrido final de semana castigavam o casal estremecido sem dó nem piedade. Nunca imaginaram que um desentendimento tão bobo acabaria estragando a semana. Bom, quase, afinal de contas, era impossível conter o tesão e os arrepios gostosos que as lembranças deliciosas provocavam neles. Bom, vamos entender o que aconteceu.

Tudo começou na segunda feira. Após uma manhã regada a mais um momento de prazer e um belo café da manhã no Crown Plaza, Helena e César voltaram para casa perto da hora do almoço. Sabiam que a despedida daquele final de semana seria com um sexo matinal delicioso em plena segunda feira e só marcaram compromissos profissionais para a tarde daquele dia, para se curtirem sem pressa durante a manhã.

A vida real, porém, não dava tréguas; assim que os dois entraram na mansão, foram recepcionados por dona Matilde, que aguardava aflita o casal.

Tanto Helena quanto César estavam sendo procurados desde as primeiras horas daquela manhã. Como os celulares de ambos estavam desligados, o telefone fixo da mansão Andrade de Melo recebeu várias ligações da clínica e da escola.

Sem perda de tempo, César e Helena ligaram seus celulares - que soaram e vibraram várias vezes, indicando inúmeras mensagens de texto e de voz na caixa postal - e retornaram os contatos.

César fora requisitado para uma cirurgia de emergência: uma jovem de 22 anos havia sido atropelada naquela manhã e sofrera um grave traumatismo craniano. Como não foi encontrado, a cirurgia ficou a cargo de sua equipe, mas havia grande possibilidade de uma nova cirurgia, pois o hematoma subdural não estava diminuindo como o esperado e a equipe cogitava a colocação de um catéter para monitorar a pressão intracraniana da paciente. Tal procedimento, entretanto, só poderia ser feito por César, que era especialista nisso.

Enquanto César conversava com o cirurgião responsável, Helena ouvia Santana, que, muito preocupada, relatava um caso de racismo e agressão física ocorridos naquela manhã numa turma de segundo ano do ensino médio da ERA em São Paulo.

De coração apertado e com os olhos marejados, Helena ouvia atentamente o relato de Santana: 3 alunas agrediram verbal e fisicamente uma outra aluna da mesma sala por causa da cor da pele dela. Indignada com tamanha violência, Helena decidiu ir para São Paulo naquele mesmo instante para acolher a vítima e conversar pessoalmente com seus pais, bem como falar com as acusadas e seus responsáveis - era um caso de polícia e Helena estava decidida a expulsar as alunas e oferecer cuidados psicológicos para todos os envolvidos, vítimas e algozes. Além do mais, era um fato delicado demais para ser resolvido à distância.

Ambos finalizaram suas ligações quase ao mesmo tempo. César virou pra Helena e a viu chorando:

César: Helena? Helena, o que aconteceu, amor?

Ele se aproximou da esposa.

Helena: uma coisa horrível, César! 3 alunas agrediram uma colega de classe lá na escola de São Paulo!

César abraçou Helena e deu um beijo na cabeça dela.

César: nossa, porquê?

Helena: por causa da cor da pele dela. Não dá pra acreditar, César!

Celena e a confusão no Nick Bar SPOnde histórias criam vida. Descubra agora