01. [+16 Soft |°Rio de Janeiro] Desejos

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O Sol desce no horizonte, a grande bola laranja brilha entre as nuvens, deixando o céu em tons alaranjados e levemente arroxeados pelo contraste da noite. Amapá suspira alto terminando de comer a sobremesa que Minas fez com todo carinho para seus amigos. Mato Grosso observava a todo momento com um sorriso fraco no rosto, contemplando a festa dos sudestinos.

Minas se aproxima segurando quatro potes com comida dentro. Ele entrega para Mato Grosso do Sul que estava encarando ferozmente Goiás, com a lata de cerveja na mão. - Fiz a marmita de ocês. A ambrosia de mamão está na geladeira, quando forem embora podem ir pegar. - Minas abre um largo sorriso mostrando os potes para Matin.

Mato Grosso do Sul desvia o olhar para as mãos de Minas, suas bochechas ganham uma tonalidade rosada pela maneira carinhosa e hospitaleira do moreno animado. - Coe, Minas! E eu só ganho 2 potes? - Rio reclama levantando a mão com os dois potes cheios de comida. - Pro Matin voxê dá tudo, mas para os parça voxê deixa de lado.

Espírito Santo levanta as duas marmitas, com um sorriso gentil no rosto, os dois potes que ela ajudou Minas a preparar. Mas é ignorada pelos outros Estados. Ela sente as gotas de suor se formarem na testa enquanto coloca as duas marmitas na mesa ao lado dos dois potes de Rio.

- Eu recebi 4 também, só você que recebeu 2. - Sampa provoca colocando a colher de pudim de pão na boca. Rio vira a cabeça para o lado, incrédulo em saber que foi o único que recebeu só 2 potes. Ele levanta da cadeira e abre os braços, mostrando indignação.

- Tá com o Patati enfiado no cu, Minas? Mermão, por que só eu recebi 2? Injuxtiça, Minas. Tá tirando onda com minha cara? - Rio fala em um tom de voz alto, mostrando sua completa insatisfação. Minas levanta uma sobrancelha, encarando Rio.

- Uai, sô! - Minas exclama apoiando os potes com uma mão, a outra ele passa no cabelo. Espírito Santo toca no braço de Rio, tentando chamar sua atenção. O carioca coloca as mãos na cintura, ignorando o toque suave. - Mai eu coloquei 4 potes pra todo mundo, num gosto que ver ocês com bucho vazio.

- Você não é o favorito do Minas, Rio, supera, meu. - Sampa sussurra com um sorriso travesso no rosto. Aquela frase atiça os nervos do carioca, ele vira lentamente o corpo, a veia da têmpora incha. Minas suspira alto sabendo que ambos iriam começar sua briga estúpida novamente.

Espírito Santo se afasta um pouco, ela se aproxima de Amapá que estava sentado sozinho nas escadas de acesso a casa, um pouco longe de onde estava a mesa de madeira. - Eles vão brigar de novo? - Amapá pergunta encarando a capixaba se aproximando. Ela olha surpresa para ele por reparar na presença dela. - Que foi, égua? Estou acostumado com o Acre...

- Sério? É novidade alguém se lembrar de mim. - Espírito Santo abre um sorriso meigo, ela pula de susto ao ouvir um barulho alto de cadeira caindo no chão. A moça olha por cima dos ombros, observando Sampa e Rio rolarem no chão enquanto brigam. - Esses dois...mas acredita em mim, eles são legais, quando se juntam para falar mal do Paraná eles são amigos. Só estão agitados, não sei porquê. - Espírito Santo dá de ombros voltando sua atenção ao Rio pegando uma cadeira.

- Rio, não! Larga esse trem! Capixaba me ajuda, sô! - Minas grita. Espírito Santo vira, correndo para apartar a briga entre os dois rapazes.

Amapá levanta dos degraus, era a oportunidade perfeita de sair daquele hospício e voltar para o Norte. Ele bate a mão dominante na calça harém, e sobe as escadas. Um barulho alto de colisão interrompe a briga. Amapá não se dá ao luxo de olhar por cima do ombro para saber o que aconteceu, ele só quer sair daquele lugar o mais rápido possível.

Passos rápidos correm em sua direção, se esbarrando nele. Amapá abre a boca para gritar, mas fecha vendo atingido por algo duro na costela, empurrando-o para o lado com força. Amapá se desequilibra e bate no parapeito de madeira, ele resmunga lançando um olhar ameaçador para a pessoa que o havia empurrado.

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