Amigo da onça . minjoong

seria bom ser amigo da onça?

SERIA BOM SER AMIGO DA ONÇA? Essa pergunta não saía da cabeça de Kim Hongjoong. 

Desde que entrou na Monster High, sua vida havia virado de cabeça para baixo. E o epicentro de toda essa confusão tinha o nome de Song Mingi.

Song Mingi, meio humano e meio fera, era tudo o que Hongjoong evitava desde o início do semestre. Não era só o fato de Mingi ser uma presença imponente, com sua grande altura de 1,83 e força, mas sim o modo como ele atraía problemas. Sempre estava envolvido em algo — fosse uma briga ou um desafio absurdo nas aulas de monstros — e, de alguma forma, o Kim acabava sendo arrastado junto. Não que Mingi fizesse isso de propósito, mas o sorriso fácil e o charme indomável faziam com que Hongjoong sentisse que estava jogando um jogo perigoso.

A pergunta "seria bom ser amigo da onça?" ressoava cada vez que Mingi o provocava com aquele olhar brincalhão, desafiador. Hongjoong sabia que estar por perto de alguém como Mingi significava se expor a perigos e, talvez — só talvez —, ser queimado na sua reputação que já era mínima. Mas algo o mantinha intrigado. Mingi era como fogo: brilhante, perigoso, mas irresistivelmente atraente.

E, naquele momento, sentado na biblioteca, a sensação de perigo estava ainda mais presente. Hongjoong folheava os livros, tentando se concentrar nas páginas empoeiradas de um velho grimório já que tinha que estudar, mas sua mente estava longe. A presença de Mingi pairava no ar, como uma fera espreitando, mesmo que ele não estivesse por perto. Ou estava?

Foi então que ouviu o som inconfundível de passos firmes se aproximando, e, de algum modo, Hongjoong já sabia quem era. Óbvio que ele sabia quem era.

— Você sempre está se escondendo aqui? — a voz grave de Mingi soou baixa, quase que uma provocação. Ele se inclinou contra a prateleira ao lado, aquele maldito sorriso provocador habitual em seus lábios, os olhos castanhos brilhando com uma mistura de diversão e desafio.

Hongjoong se virou lentamente, tentando esconder o nervosismo que sempre sentia quando Mingi estava perto. Aquilo era ridículo. Era só Mingi. Só Mingi... a "onça" mais impulsiva da escola.

— Não estou me escondendo. Só gosto de um pouco de paz, o que é raro por aqui. — respondeu Hongjoong, tentando parecer despreocupado, embora sua voz tenha saído um pouco mais baixa do que o esperado.

— Paz? — Mingi riu, um som suave que reverberou entre as prateleiras de livros. — Não sei como você consegue ficar longe da ação. Tipo, parece que você nasceu para isso. Como eu. — Hongjoong estreitou os olhos, cruzando os braços. 

— Talvez eu seja completamente o contrário goste de ficar longe da confusão, ao contrário de outros. — rebateu, olhando diretamente para Mingi, que só ergueu uma sobrancelha.

— Confusão é o que faz tudo ser mais interessante. Você devia tentar. — Mingi se aproximou, o sorriso ainda nos lábios, mas seus olhos tinham aquele brilho que Hongjoong reconhecia muito bem. Era um convite. Um desafio.

Mas Hongjoong hesitava. Mingi era um enigma para ele, uma combinação de caos e charme que o mantinha em constante alerta. Estar perto de Mingi significava correr riscos, mas também significava... algo mais. Algo que ele não queria admitir.

— Talvez um dia. — disse, tentando desviar o olhar, mas sentindo o coração acelerar enquanto Mingi ficava ainda mais próximo.

Mingi deu de ombros, como se a resposta fosse boa o suficiente por enquanto. 

— Bem, quando estiver pronto para sair da sua toca, você sabe onde me encontrar, — disse ele, antes de se afastar com um último olhar provocante, deixando Hongjoong ali, lutando contra a onda de pensamentos e sensações que sempre o atingiam quando Mingi estava por perto.