Morte de Luiza

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1 ano depois

Nova York 10 : 30 da manhã

Era uma manhã ensolarada em Nova York, e Nour acordou com os primeiros raios de sol invadindo seu quarto. Ela se espreguiçou, mas a leveza do dia não refletia seu coração inquieto. O que o policial dissera sobre o carro de Júlio ainda ecoava em sua mente. A ideia de que alguém poderia ter sabotado o carro do pai as deixava inquietas.

Ao descer para o café da manhã, Nour cumprimentou Emanuela e Nina, mas as duas pareciam mergulhadas em seus próprios pensamentos, ignorando-a completamente. Nour decidiu não se deixar afetar e se sentou à mesa.

Após o café, Nina se retirou para seu quarto. Nour, impulsionada por uma mistura de curiosidade e necessidade de esclarecimento, entrou no quarto da irmã e trancou a porta atrás de si.

— Por que você me odeia? — Nour perguntou, a voz tremendo.

Nina virou-se, com os olhos ardendo de raiva.

— Desde pequena, você sempre quis toda a atenção do papai! Ele nunca teve tempo para mim! — Nina gritou, deixando escapar toda a dor acumulada.

Nour sentiu um nó na garganta. Lembrava-se das noites em que Nina chorava, mas nunca soube do quanto isso a afetava.

— Você realmente acha que eu quis isso? — Nour perguntou.

Nina continuou, cada palavra cortando como uma faca: — Eu desejava que você estivesse no carro com ele. Assim você não estaria aqui atrapalhando a minha vida

Nour ficou paralisada. A revelação a atingiu como um soco no estômago. Sem entender o porquê de tanta raiva acumulada, ela questionou:

— Você seria capaz de quebrar o freio para que o papai morresse?

Nina sorriu de forma sombria. — Fui eu quem quebrou.

As lágrimas escorriam pelo rosto de Nour enquanto ela tentava processar essa verdade horrenda.

— Eu não acredito que você fez isso , você só tinha 12 anos na época ... —

— E daí ? E agora não conte a ninguém ! — Nina ordenou, sua voz fria como aço.

15 : 30 da tarde

Mais tarde naquele dia, Nour foi ao apartamento de Diego, buscando conforto em sua companhia. Eles conversavam sobre trivialidades, mas Nour estava distante, suas emoções à flor da pele.

Enquanto isso, no apartamento de Luiza, a tensão estava no ar. Determinada a revelar a verdade sobre a armação de Nina para separar David e Nour, Luiza pegou o telefone e ligou para David.

Ligação On

David : Alô

Luiza : Alô oi David

David : Oi Luiza

Luiza : A Nour está aí com você no seu apartamento ?

David : Está sim ,por que ?

Luiza : Por favor não deixe ela sair daí , eu tenho uma coisa pra falar para vocês , Jajá eu estou chegando aí tchau

David : Tchau

Ligação Off

Quando Luiza desliga ela se assusta ao ver Nina na sua frente com uma cara não muito boa .

— Você vai contar a verdade? — Nina gritou furiosa.

— Sim! — Luiza respondeu firme

— SUA DESGRAÇA , MAIS VOCÊ NÃO VAI MESMO CONTAR ISSO PARA ELES  — Nina gritou deixando Luiza com medo

— Eles merecem ser felizes

— Kkkkk como você vai ser com Bailey , aí me poupe Luiza . Bailey nunca que ia se interessar por uma mosca morta como você

Luiza pega a sua bolsa ,em um acesso de raiva desenfreada, Nina pegou uma faca da cozinha e atacou Luiza repetidamente, gritando:

— VOCÊ NÃO DEVERIA FAZER ISSO COMIGO SUA VAGABUNDA

Nina esfaqueia Luiza várias vezes e Luiza cai no chão, sangrando e lutando contra a perda de força enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto pálido.

Nina saiu apressada do apartamento e esbarrou em uma vizinha na porta. Com um olhar desesperado, perguntou:

— Você pode me fazer um favor?

A vizinha assentiu sem entender completamente.

— Se alguém pergunta lr quem veio por último ver a Luiza diga que quem veio falar com Luiza foi a Nour! — pediu Nina antes de desaparecer pelos corredores do prédio.

Nina saiu correndo do apartamento

No apartamento de David

Nour estava impaciente. Luiza havia ligado faz  horas e não dava notícias. David tentara convencê-la a não ir, mas a curiosidade de Nour sobre o que estava acontecendo com Luiza era maior. Decidida, ela pegou suas chaves e foi rumo ao apartamento da amiga.

Ao abrir a porta, o que viu a paralisou: Luiza estava no chão, uma poça de sangue ao seu redor. O desespero tomou conta de Nour.

— Luiza! O que aconteceu?!" Ela gritou, correndo até a amiga.

Luiza, fraca, tentou levantar a cabeça.

  —Nour… precisa… saber… a verdade…” A voz dela era quase um sussurro, mas antes que pudesse explicar algo crucial, seus olhos se fecharam e ela desmaiou.

Em pânico, Nour pegou seu celular para chamar ajuda, mas antes que pudesse discar, uma vizinha apareceu na porta.

— O que você fez?! -- gritou a mulher,
apontando o dedo para Nour -- Você é uma assassina

—  Não! Eu não fiz nada! -- Nour implorou, mas a vizinha já estava ligando para a polícia --

Os minutos pareceram horas até que as sirenes finalmente soaram. Quando os policiais chegaram, o olhar deles era sério e desconfiado. Eles começaram a fazer perguntas rápidas e duras.

—Você estava aqui quando isso aconteceu? um dos policiais perguntou.

—Não ! Eu só cheguei agora! Nour respondeu, desesperada.

— Tava sim eu mesma a vi correndo desesperada daqui -- a vizinha falou apontando o dedo para Nour --

A cada resposta, Nour sentia as esperanças se esvaíram. Os policiais trocaram olhares significativos e logo um deles disse: “Baseado nas evidências aqui, precisamos levá-la.”

— Não! Esperem! -- Nour gritou enquanto era algemada. -- Luiza tentou me contar algo importante! Nina… ela… Mas foi tarde demais; as palavras ficaram presas na garganta enquanto ela era levada.

Na cela fria da delegacia, Nour se perguntava como tudo tinha chegado àquele ponto. As memórias de momentos felizes com Luiza e suas conversas sobre Nina invadiam sua mente.

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