Era uma noite quente e abafada nas ruas da cidade, as luzes dos postes piscavam como se estivessem à beira de desmoronar, assim como a mente de Pedrux. Ele caminhava apressado pela calçada, os pensamentos correndo tão rápido quanto os carros na avenida ao lado. Pedrux era conhecido por todos como "o louco", mas não aquele tipo de louco divertido. Era intenso, imprevisível e suas emoções eram como tempestades, devastando tudo ao seu redor.
Mendrake, seu parceiro, o seguia de perto, sempre mantendo uma distância segura, mas nunca longe o bastante para realmente ir embora. Havia algo em Pedrux que o prendia. Talvez fosse o charme enigmático, ou quem sabe a faísca de caos que o fazia sentir-se vivo. Mas naquela noite, as coisas pareciam diferentes.
Pedrux parou abruptamente, virando-se para encarar Mendrake com olhos injetados de raiva e dor.
— Você acha que eu sou maluco, né? — perguntou Pedrux, a voz carregada de um desafio que ele lançava o tempo todo.
Mendrake suspirou, já cansado da mesma conversa repetida. Ele enfiou as mãos nos bolsos, tentando manter a calma. — Não é isso, Pedrux. Só acho que você precisa... sei lá, desacelerar um pouco. A gente sempre acaba no mesmo ponto.
— Desacelerar? — Pedrux deu uma risada que soou mais como um grito. — Você acha que eu posso desligar isso aqui? — Ele apontou para a própria cabeça. — Isso aqui nunca para, Mendrake! Minha mente é um furacão e você tá me pedindo pra ficar calmo?
Mendrake ficou em silêncio. Ele já havia tentado entender Pedrux tantas vezes. Tentara ajudar, tentara consertar as coisas, mas cada tentativa era como jogar gasolina em uma fogueira. Pedrux não queria ser consertado, ele gostava do caos, mesmo que não admitisse.
— Eu sei que é difícil, mas... — Mendrake começou, mas Pedrux o cortou, andando de um lado para o outro.
— Você não sabe de nada! Você fica aí, me olhando com essa cara de pena, mas eu não preciso de você! — gritou Pedrux, batendo no peito, como se suas palavras pudessem afastar o vazio que o consumia.
Mendrake deu um passo à frente, mesmo sabendo que poderia se queimar. — Não é pena. Nunca foi. Eu só... eu só quero entender você.
Pedrux parou, e por um momento, toda a loucura pareceu sumir dos seus olhos. Ele olhou para Mendrake com uma mistura de tristeza e exaustão.
— Talvez você não devesse tentar — sussurrou, como se admitisse que nem ele mesmo sabia lidar com tudo aquilo. — Eu sou uma bagunça, cara. Eu vou acabar te destruindo junto.
Mendrake sabia que havia verdade naquelas palavras. Pedrux era uma força da natureza, e estar perto dele era como viver em uma montanha-russa emocional. Mas, ao mesmo tempo, Mendrake não conseguia se afastar. Ele se aproximou mais, estendendo a mão e tocando de leve o ombro de Pedrux.
— Eu tô aqui. Não vou a lugar nenhum, por mais louca que seja essa sua tempestade — disse Mendrake, sua voz suave, mas firme.
Pedrux fechou os olhos por um momento, como se estivesse tentando absorver aquelas palavras, tentando acreditar que alguém realmente queria ficar, apesar de tudo.
— Você é maluco de ficar comigo, sabia? — Pedrux murmurou, com um leve sorriso no canto da boca.
Mendrake riu, aliviado por ver um pouco da leveza voltar ao rosto de Pedrux, mesmo que só por um segundo. — Então somos dois malucos, né?
E ali, no meio daquela cidade caótica, com todas as suas brigas e tempestades emocionais, os dois sabiam que, apesar de tudo, eles se entendiam de uma maneira que ninguém mais conseguiria.
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Aff, feliz e curto nào gostei
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Mendrux (one shorts)
Fanfictionsó mais umas histórias de mendrux em universos alternativos, espero que gostem