Com a explosão, uma cortina de fumaça se cria junto dos escombros, Bonnie já estava correndo para longe, carregando sua arma o mais rápido possível, mesmo tendo apenas uma mão agora. Todos os deuses entram em choque, com excessão apenas de Odin e Athena, que permaneciam completamente neutros.
- M-m-meu deus! - Thoth se inclina para perto da arena. - Isso foi realmente incrível, mas será que Anhangá morreu ali de novo?
- Ha... Ha... Hahahahahaha - Odin, com uma expressão sádica, começa a gargalhar incessantemente, mas logo um de seus corvos solta um leve brilho, e sua expressão volta ao normal, o mesmo segue dizendo. - Você subestima ele de mais, quero dizer, ele era considerado o mais forte de seu tempo por um motivo...
- Hehehe, eu meio que nunca me importei muito com o povo do Éden, então eu não vi ele muito na minha vida. - Thoth explica, enquanto coça sua nuca.
Athena, botando um óculos com um sorriso no rosto começa a explicar para Thoth. - Desde a época do reinado de Cronos, já existiam muitas intrigas entre os deuses, que brigavam por diversos assuntos, desde a criação de novos seres vivos para adoração, até por terras do paraíso, os deuses brigavam entre si. Cronos, principalmente por ser o mais forte, sempre abusou do poder e autoridade de seu panteão contra os deuses, até mesmo os de seu próprio panteão. Devido a isso, muitos deuses foram para outros reinos. Alguns se dirigiram ao submundo para estabelecer um reino sem tanta interferência dos titãs, e outros foram ao reino mortal. O panteão Tupi-guarani foi um deles; naquela época, Ñamandu era o líder do panteão, que tinha poucos deuses à sua disposição, e poucos deuses significava pouca fonte de poder, já que os seres vivos teriam fé por poucos deuses. O modo como funciona para os deuses receberem poder é através da fé, que pode ser depositada a eles pelos seres mortais, desde plantas até animais. Esses seres dão poder aos deuses que os ajudam de forma inconsciente. Os únicos seres que não seguiam essa regra eram os humanos, que conseguiam gerar muito mais fé em comparação aos animais, mas, em compensação, eles deveriam conhecer o deus que lhes ajudou, para assim direcionar a fé para ele. Por isso, os deuses demonstravam tanta atenção aos humanos, criaram a Terra e os ajudaram, emprestando uma pequena fração de seu poder, desde para manter o Sol aceso, até no crescimento de plantas e o mantimento do ciclo de H2O.
Anhangá, mesmo de longe, ouvia toda a conversa, e por um momento piscou, e de repente, o deus se encontra em algum campo de flores, fora da arena, muito antes do Ragnarok começar, aproximadamente na era do primeiro Sol, antes de Adão e Eva, os humanos originais, chegarem ao planeta Terra. Nesta época existia apenas alguns humanos "primitivos" feitos pelos deuses, na tentativa de imitar o casal humano original. No campo, nota-se um homem deitado no chão, ele tinha cabelos cacheados e negros, mesmas marcas corporais que o deus das almas tem, e no seu corpo tinha roupas de palha e folhas, e ao seu lado tinha um machado de lenhador, o homem parecia muito inocente enquanto dormia. De repente, Anhangá sente uma presença, acordando o homem ao seu lado, que se levanta rapidamente, enquanto Anhangá fala:
- Eles tão chegando, acorda Tupã! - Anhangá grita com seu parceiro, que dá um longo bocejo despreocupado. O homem se levanta, despreocupadamente, e logo fala:
- Não sei porque você fica tão nervoso com essa gente, eles são tão legais... - O homem questiona Anhangá.
- Você não entende o poder que eles possuem...
Ao terminar de falar, Anhangá e Tupã notam uma luz dourada no céu, acompanhada pelo som de vários trompetes ecoando ao redor. De lá, surgem figuras angelicais: homens de beleza incomparável com enormes asas, cuja presença resplandecente capturava toda a atenção. No centro do grupo angelical, havia um anjo cuja presença se destacava. Ele usava uma camisa de seda negra, contrastando com uma armadura branca reluzente. O peitoral da armadura era discreto, cobrindo apenas o essencial de seu torso, mas o braço direito estava completamente revestido por placas de metal impecáveis, exalando poder e proteção. Em contraste, o braço esquerdo estava desprotegido, revelando parte de sua camisa preta, que cobria o braço inteiro, deixando apenas a mão de fora. Da cintura para baixo, uma vestimenta fluida assemelhava-se a um manto, dando-lhe um ar de majestade serena, no manto também havia partes daquela reluzente armadura. Seus pés eram igualmente protegidos por uma armadura branca, completando a imagem de uma figura imponente, porém graciosa. Seus cabelos longos caíam até os quadris, de um branco luminoso que parecia refletir a luz de seus olhos azuis, criando um brilho harmonioso. Cada fio parecia impecável, realçando ainda mais a perfeição de seu rosto. Suas feições eram lindas, sem qualquer imperfeição visível, como se a criatura diante deles fosse isenta de qualquer falha. A beleza era quase hipnotizante, transmitindo uma pureza e uma graça que pareciam pertencer a um ser além do mundo mortal. E o principal do ser, suas asas gigantescas, com penas forjadas por um verdadeiro Deus, completamente brancas demonstrando uma pureza sem igual, tendo quatro asas nas costas, duas pequenas abaixo do torso, e duas grandes na altura do torso. O mesmo desce lentamente até o chão para encontrar a dupla divina. - Boa tar~ - No entanto, antes que qualquer interação ocorra entre as divindades, Anhangá move sua mão rapidamente, e do horizonte uma intensa luz azul aparece, crescendo rapidamente à medida que se aproxima. - Vocês continuam animados como sempre... - Diz o anjo, permanecendo imóvel enquanto a dupla divina tenta se proteger do impacto iminente. Com calma, o anjo ergue a mão na direção da luz. No instante em que o impacto acontece, a luz desaparece completamente, apagada pelo simples gesto de sua mão, junto com toda a pressão do ataque. - Não precisas de tudo isso, nós, por hora, viemos para dialogar, senhor das almas... - O anjo olha diretamente para o deus.
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