Capítulo 18

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Na manhã seguinte, Louise estava sentada à mesa da cozinha com Clara, as duas amigas desfrutando de um raro momento de tranquilidade. Clara, como sempre, parecia desconfiada de que algo estava acontecendo. Ela conhecia Louise bem demais para não perceber quando algo a incomodava.

— Lou, você está estranha — disse Clara, depois de alguns minutos de silêncio. — O que está pegando?

Louise hesitou, mexendo na xícara de chá em suas mãos. Sabia que Clara era uma pessoa que ela poderia confiar, mas ainda assim, era difícil falar sobre o que havia acontecido com Dante.

— Eu e Dante... tivemos um momento ontem — começou Louise, olhando para a amiga. — Nós conversamos, e acabou acontecendo um beijo, mas... foi além disso. Ele foi carinhoso, mas eu não estava pronta, e pedi para ele parar.

Clara levantou uma sobrancelha, mas não disse nada, esperando que Louise continuasse.

— Ele foi compreensivo, parou imediatamente e pediu desculpas, mas... me senti mal depois. Não por ele, mas por mim mesma. Não consigo me sentir à vontade com meu corpo, Clara — confessou Louise, sua voz falhando levemente. — Sinto que algo está errado comigo.

Clara respirou fundo, estendendo a mão para segurar a de Louise. — Lou, não tem nada de errado com você. Todo mundo tem seus próprios limites, suas inseguranças. O importante é que você respeite o seu tempo. Não se force a nada por medo de perder alguém ou por pressão. Se ele realmente gosta de você, como parece gostar, ele vai entender e esperar o tempo que for preciso.

Louise assentiu, sentindo um alívio ao ouvir aquelas palavras. Era como se parte do peso em seus ombros tivesse sido tirado.

— Obrigada, Clara. Eu precisava ouvir isso.

— Sempre que precisar, estou aqui — respondeu Clara com um sorriso acolhedor. — E lembre-se, você merece alguém que te ame exatamente como você é, sem pressões.

***

Enquanto isso, Dante estava em sua casa, prestes a ter uma conversa difícil com seus pais. Ele havia decidido que não podia mais esconder o que sentia por Louise. No fundo, sabia que eles não iriam receber bem a notícia. Sentado na sala de jantar, seus pais já esperavam, como sempre, prontos para falar sobre sua preparação para as faculdades.

— Pai, mãe, eu preciso falar com vocês — começou Dante, tentando manter a calma.

— Claro, filho. Como estão indo as aplicações? — perguntou sua mãe, sem levantar os olhos do jornal.

— Não é sobre isso. É sobre... Louise. Estou conhecendo ela melhor, e queria que vocês soubessem.

O silêncio que se seguiu foi perturbador. Seu pai foi o primeiro a falar, e o tom de sua voz era o que Dante temia.

— Dante, você deveria estar focado em suas metas acadêmicas agora, não em distrações. Faculdade é o que realmente importa — disse ele, sem rodeios.

Sua mãe balançou a cabeça em concordância. — Seu pai tem razão. Namorar pode esperar. Não queremos que você perca o foco, principalmente em um momento tão importante.

Dante sentiu a raiva crescendo dentro de si. Já havia previsto essa reação, mas não esperava que doesse tanto. — Vocês sequer se importam com o que eu quero? — ele retrucou, sua voz subindo. — Eu entendo que faculdade é importante, mas vocês agem como se minha vida fosse uma lista de metas que vocês criaram!

— Dante, estamos apenas preocupados com seu futuro — insistiu sua mãe, tentando acalmar a situação.

— Não é só sobre faculdade! É sobre minha vida agora, minhas escolhas! Eu gosto da Louise, e quero que vocês respeitem isso. Mas, honestamente, não sei se conseguem — Dante se levantou bruscamente da mesa, sua frustração evidente.

— Filho, senta e vamos conversar como adultos — seu pai disse, mantendo a calma.

— Já cansei de tentar conversar! — Dante exclamou antes de sair da sala, furioso.

***

Mais tarde, Dante foi até a casa de Louise, precisando desabafar. Quando chegou, ela notou de imediato a tensão em seus ombros.

— O que aconteceu? — perguntou ela, preocupada.

— Meus pais. Contei sobre você, e eles... basicamente disseram que eu deveria me concentrar apenas na faculdade, que namoro é uma distração — ele respondeu, sentando-se no sofá, exausto.

Louise suspirou, sabendo o quanto aquilo o afetava. — Sinto muito, Dante. Isso não deve ser fácil de ouvir.

— Não é, mas estou cansado de ser tratado como se eu não tivesse controle sobre minha própria vida — disse ele, frustrado. — Eles não entendem o que eu quero, só o que esperam de mim.

Louise pensou por um momento, então sorriu de leve. — Talvez você devesse me levar para conhecê-los.

Dante a olhou, surpreso. — Você acha que é uma boa ideia?

— Acho que pode ser. Se eles me conhecerem, talvez entendam que você pode equilibrar as duas coisas — sugeriu Louise, gentilmente.

Ele sorriu, sentindo-se um pouco mais leve. — Talvez você esteja certa. Isso pode ser o que preciso para mostrar a eles que posso lidar com tudo.

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