Draycia castle

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"É...mais normal do que eu esperava." Reki murmura para si mesmo, observando atentamente o espaço à sua frente.

O que exatamente eu estava...

"O que exatamente você estava esperando?" Uma voz interrompe seus pensamentos. O tom é irônico na medida certa, um soar quase genuíno; se algum dia Reki não ouvisse tal sonoridade na voz do indivíduo ao seu lado, ele poderia facilmente considerar que pudesse ter ocorrido algum tipo de troca entre duas pessoas que possuem a mesma cara. "E qual é desta expressão estúpida? Não me diga que está pensando em desistir?"

"Não estou." Reki responde rapidamente. E ele realmente não estava pensando em desistir, ele apenas estava analisando o novo ambiente que estava prestes a colocar os pés. Não era incomum um homem querer saber onde está se metendo. "E como diabos você ouviu o que estou pensando? É rude escutar os pensamentos dos outros!"

Ainda mais com essa ventania. Reki pensou. A previsão do tempo dizia que o céu estaria limpo e o clima estaria seco. Não parece seco para mim. Seus fios ruivos balançavam com a intensidade do vento, fazendo alguns deles atrapalhar sua visão; Reki os puxa desajeitadamente para dentro de sua faixa, esforçando-se para controlá-los para que não o deixassem com uma aparência estranha. No lugar em que ele estava prestes a colocar os pés, sua aparência era de suma importância.

Pelo menos era o que diziam os websites.

Estou apenas conhecendo um lugar novo. Ele pensa, voltando seu olhar para o pequeno espaço à sua frente. Uma casa noturna.

"Jardim do Éden." O garoto ao seu lado, Chinen Miya, lê as palavras escritas em um tom branco logo acima de uma porta discreta e escura. Apesar do nome, o ambiente externo era todo pintado em uma tonalidade completamente preta, com apenas um tímido tom de branco indicando o nome do espaço e a fraca luz rosada piscando lá de dentro. Não havia fila, apenas um homem de aparência esguia e roupas do mesmo tom do local; o homem usava um boné que impossibilitava ver seu rosto com clareza. "Vamos lá, Slime. Não quero ficar parado a noite toda escutando seus pensamentos idiotas."

Reki opta por não dizer nada, embora sentisse uma queimação na língua pela falta de resposta. Ao invés, ele apenas se deixa ser guiado pelo amigo enquanto o mesmo puxa duas folhas firmes de papel no formato de um coração, sem nada escrito na parte de trás. O segurança, que até então não os havia lhe dado um segundo olhar, abaixa os olhos rapidamente para as mãos do garoto e sinaliza com o rosto em direção a porta; uma permissão clara para que ambos entrem.

"Seria uma boa hora para você me contar onde conseguiu essas coisas." Reki comentou casualmente enquanto ambos caminhavam por um corredor mal iluminado por lamparinas coloridas.

"Eu ganhei isso na minha última corrida." Miya responde. Na verdade, isso era algo que Reki já tinha conhecimento, o que ele não fazia ideia era com quem o garoto ao seu lado havia apostado e por que de todas as coisas, ele ganharia dois bilhetes de entrada para uma boate. Desde que os dois vieram para Tóquio, ou melhor, desde que os dois se conheciam, e Miya tinha idade suficiente para entrar nesses tipos de lugares, o mais baixo nunca tinha demonstrado interesse por tais ambientes.

Era a primeira vez de ambos pisando em um local como aquele. Miya parecia desinteressado enquanto observava as lamparinas na parede. Reki, por outro lado, sentia seu coração palpitar a cada passo que dava; o ruivo sentia a intensidade de suas batidas aumentarem junto com a intensidade das cores rosadas logo a sua frente. Reki esperava que sua excitação não transparecesse tanto em seu rosto.

"A música está ficando mais alta." Pelo que ele se recordava de casas noturnas, o comum era que músicas elétricas e agitadas estivessem tocando em seu volume máximo, porém, tudo que Reki escutava não se parecia nada com um som eletrônico que o fazia ter vontade de pular e dançar.

The (vampire) masquerade waltzOnde histórias criam vida. Descubra agora