BLOOD SAMPLE | JK + Tae + S/N

chapter 22 ✔

Algumas horas se passam e o silêncio suave da cabine é quebrado apenas pelo ronco baixo dos motores do jato. O céu do lado de fora ainda estava claro. O luxo ao nosso redor não mudou, mas sinto a atmosfera se alterar, como se estivéssemos nos aproximando de algo importante. O trabalho de Taehyung diminuiu conforme o voo avançava, e agora ele está reclinado em sua poltrona, com os olhos fechados, respirando tranquilamente.

Há um ar de controle absoluto nele, até mesmo no relaxamento. É impressionante como ele parece sempre ter o domínio da situação, como se nada o abalasse. Eu, por outro lado, estou inquieta. Não consigo afastar a curiosidade crescente que me consome desde que entramos no jato. Para onde estamos indo? O evento que ele mencionou ainda é um mistério para mim. Olho pela janela, tentando deduzir algo pelo cenário lá fora, mas estamos voando sobre uma vasta região, pontilhada por luzes distantes que parecem cidades, mas nenhuma pista concreta do nosso destino.

Minha mente tenta acompanhar os detalhes que Taehyung deixou escapar ao longo do dia, mas ele foi cuidadoso o suficiente para não revelar nada muito específico. Sinto a leve mudança de altitude, um sinal claro de que estamos nos preparando para pousar. O jato começa a descer suavemente, e o movimento me faz sentir uma ligeira ansiedade se formando no fundo do estômago. Estou prestes a perguntar a Taehyung onde estamos quando percebo que seus olhos se abrem lentamente. Ele olha para mim e, como sempre, parece saber exatamente o que estou pensando, sem que eu precise dizer uma palavra.

— Curiosa? — Ele pergunta, com um leve sorriso de canto. Há algo provocativo no olhar dele, como se ele estivesse gostando de manter o suspense. Eu franzo um pouco a testa, sem disfarçar minha curiosidade.

— Sim, um pouco. Para onde estamos indo, afinal? — Minha voz saiu mais controlada do que me sinto. Não é apenas curiosidade, é o desconhecido que me incomoda.

Gosto de saber onde estou pisando, especialmente ao lado de alguém como ele, onde cada detalhe importa. Ele riu baixinho, um som suave e profundo.

— Você vai descobrir em breve, querida. Não se preocupe, você vai gostar do que preparei — Ele diz isso com tanta confiança que, por um segundo, quase me deixo levar pelo entusiasmo dele. Mas então, a pergunta permanece na minha mente.

O que exatamente ele preparou?

Antes que eu possa continuar o interrogatório, o piloto fala pelo sistema de comunicação com uma voz formal, mas educada.

— Bem-vindos a Hong Kong.

Hong Kong? Minha mente imediatamente começa a girar com a ideia. Não esperava que viéssemos para cá. Eu sabia que Taehyung tinha negócios ao redor do mundo, mas Hong Kong sempre pareceu uma espécie de terra neutra, onde grandes acordos são feitos em meio ao luxo e ao caos. Olho para Taehyung, que me observa com um sorriso satisfeito, como se tivesse acabado de revelar uma surpresa bem guardada.

O leve tremor da aeronave cessou, sinalizando que pousamos. O toque suave das rodas no asfalto interrompe meus pensamentos dispersos, mas o desconforto que sinto desde que pude perceber nossa rota continua a crescer. Olho pela janela, observando o panorama que se desenha diante de mim: Hong Kong. Por que estamos aqui?

É uma surpresa, para dizer o mínimo. A cidade se ergue imponente, com suas montanhas sinuosas ao fundo e os arranha-céus se projetando como espadas de aço contra o céu. Ainda é tarde, o sol baixo lança tons dourados sobre os edifícios modernos, criando um contraste quase surreal. O dia é claro, mas a atmosfera é pesada, como se algo estivesse à espreita nas sombras. Dentro do jatinho, o silêncio predomina.

O luxo minimalista ao nosso redor somente amplifica a sensação de isolamento, como se o tempo tivesse desacelerado. O couro macio das poltronas, o acabamento impecável de madeira polida e os detalhes dourados brilham sob a luz que penetra suavemente pelas janelas. Taehyung está sentado ao meu lado, imóvel, observando tudo com sua habitual compostura. Ele parece estar sempre um passo à frente, calculando cada possibilidade, como se o mundo fosse um tabuleiro de xadrez e ele, o mestre estrategista.