o peso das perguntas

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E aí pessoal tudo bem?, puxa eu escrevo de mas tiro capítulos do fundo do celebro e cada dia os episódios podem ficar ruins, então peço desculpas por qualquer coisa de errado que apareçam nas minhas histórias

                       Beijinhos da ellie 💋

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Sentadas à mesa do bar, o calor que emanava do ambiente contrastava com a frieza que vinha da postura de Jennie. Chaeyoung, sentindo a necessidade de preencher o silêncio desconfortável, decidiu tentar conhecer mais sobre sua mais nova e misteriosa amiga. Afinal, era a primeira vez que elas se encontravam em um ambiente "normal" — fora das incursões noturnas de Jennie pela janela de seu quarto.

— Então... — começou Chaeyoung, mexendo nervosamente em seu copo de água. — Eu nunca perguntei muito sobre você. A gente... bem, sempre acaba falando sobre mim.

Jennie olhou de lado, uma expressão quase indiferente no rosto, enquanto observava o movimento suave do líquido em seu próprio copo. Não havia pressa em suas ações, como se estivesse no controle completo do momento.

— Sobre mim? — repetiu Jennie, levantando os olhos para Chaeyoung com um sorriso que não alcançava seus olhos. — O que quer saber?

Chaeyoung hesitou por um segundo. Havia muitas perguntas que gostaria de fazer — perguntas que ela evitava porque sabia que Jennie era reservada. Mas naquele momento, ela se sentiu corajosa o suficiente para tentar.

— Bem... sobre sua família, talvez? — disse Chaeyoung, escolhendo as palavras com cuidado. — Seus pais, onde você mora... Coisas simples.

O silêncio que se seguiu pareceu se estender por uma eternidade. Jennie manteve os olhos fixos em Chaeyoung por alguns segundos, avaliando-a. Então, desviou o olhar para a janela, observando a neve que ainda caía do lado de fora.

— Não há muito o que dizer sobre isso, Chaeyoung — Jennie respondeu, a voz baixa, mas firme. — Meus pais... bem, eles estão sempre ocupados. E onde eu moro... não é tão interessante.

Chaeyoung sentiu que havia algo mais por trás daquelas respostas vagas, mas percebeu que Jennie não estava disposta a se abrir. Era como se houvesse uma barreira invisível que a impedia de se conectar com ela em um nível mais profundo.

— Ah, entendi... — Chaeyoung murmurou, tentando esconder sua decepção. — É só que... eu acho que, depois de tudo o que aconteceu, sabe? Eu queria te conhecer melhor.

Jennie, por um breve momento, pareceu hesitar. Seus olhos escuros se suavizaram, mas logo aquela expressão dura e impenetrável voltou.

— Algumas coisas são melhores não ditas — disse Jennie, seu tom voltando ao habitual. — Mas isso não significa que eu não me importe com você.

Chaeyoung abriu um leve sorriso, mesmo que incerto. Algo em Jennie sempre parecia fora de alcance, um mistério que ela não conseguia desvendar. E quanto mais tentava se aproximar, mais distante Jennie parecia ficar.

Enquanto o silêncio voltava a preencher o espaço entre elas, um pensamento invadiu a mente de Chaeyoung, algo que ela havia visto meses atrás e que, naquele momento, parecia impossível ignorar. Um cartaz de desaparecimento... a garota na foto... Era Jennie. Na época, Chaeyoung ficou confusa, mas deixou passar. Agora, com Jennie ali, bem na sua frente, ela não conseguia mais afastar essa lembrança.

Chaeyoung tomou fôlego, tentando manter a calma enquanto se preparava para tocar no assunto. Talvez Jennie tivesse uma explicação. Talvez houvesse alguma confusão.

— Jennie... — começou Chaeyoung, sua voz hesitante. — Eu vi algo um tempo atrás... um cartaz de desaparecimento. E... bem, parecia você. O nome no cartaz também era Jennie.

O ambiente, que antes estava apenas carregado com o silêncio incômodo, de repente ficou tenso, quase sufocante. Jennie, que estava distraída olhando pela janela, virou a cabeça lentamente para encarar Chaeyoung. O brilho suave em seus olhos havia desaparecido, substituído por uma escuridão profunda, quase perigosa.

— O que você disse? — Jennie perguntou, sua voz baixa, mas com uma ponta de agressividade que Chaeyoung nunca tinha ouvido antes.

Chaeyoung sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ela nunca tinha visto Jennie reagir assim, e por um segundo se arrependeu de ter tocado no assunto.

— Eu só... vi o cartaz. Parecia você. Eu pensei... — Chaeyoung tentou explicar, mas antes que pudesse terminar, Jennie a interrompeu.

— Não ouse falar disso! — Jennie quase rosnou, sua expressão endurecida. — Você não sabe de nada, Chaeyoung. Não se meta na minha vida. Não pergunte sobre coisas que não te dizem respeito.

O impacto das palavras de Jennie deixou Chaeyoung em choque. Era como se, de repente, a garota que ela conhecia — ou achava que conhecia — tivesse se transformado em alguém completamente diferente. O calor do bar não parecia mais aconchegante. O que antes era um lugar seguro, agora se tornava desconfortável e cheio de tensão.

Chaeyoung baixou a cabeça, se sentindo pequena diante da reação de Jennie. Ela não sabia o que fazer, ou o que pensar. As perguntas que antes a cercavam agora pareciam ainda maiores, e as respostas, mais distantes do que nunca.

Jennie ficou em silêncio por alguns segundos, como se estivesse se recompondo. Quando voltou a falar, sua voz era mais calma, mas ainda carregada de uma severidade fria.

— Há coisas na minha vida que você não precisa saber, Chaeyoung. Coisas que é melhor você não descobrir.

Chaeyoung assentiu, ainda sem coragem de encará-la novamente. Ela entendia que Jennie não queria falar, mas não conseguia afastar a sensação de que havia algo muito errado naquela história.

Jennie, após aquele momento de tensão, ficou em silêncio por mais alguns segundos, olhando fixamente para o copo à sua frente. De repente, sem aviso, ela se levantou, colocando a jaqueta por cima dos ombros.

— Eu vou embora — disse Jennie, a voz fria e distante.

Chaeyoung olhou para cima, surpresa, mas por algum motivo, não conseguiu encontrar palavras para impedi-la. Talvez fosse o peso da reação de Jennie à sua pergunta, ou talvez fosse o cansaço emocional do dia. De qualquer forma, ela apenas observou enquanto Jennie se virava e caminhava até a porta.

O som da porta do bar se fechando ecoou pelo pequeno estabelecimento, trazendo Chaeyoung de volta à realidade. Ela suspirou, passando as mãos pelos cabelos, tentando processar o que havia acabado de acontecer.

Enquanto ela estava perdida em seus pensamentos, seu avô, que estava atrás do balcão, limpando alguns copos, finalmente falou.

— Não gostei dessa garota — disse ele, com a voz firme e sem rodeios.

Chaeyoung levantou os olhos, surpresa. Seu avô raramente comentava sobre suas amizades, mas a expressão séria em seu rosto deixava claro que ele tinha algo em mente.

— O quê? Por quê? — Chaeyoung perguntou, curiosa e um pouco defensiva. Apesar do comportamento de Jennie, ela apenas era solitária, embora fosse estranho uma garota entrar de repente no seu quarto querendo ser tua amiga

O avô de Chaeyoung colocou o copo que estava limpando no balcão e a olhou diretamente nos olhos.

— Tem algo estranho nela. Não sei dizer o que é, mas não gosto. Você deveria ter cuidado com quem anda, Chaeyoung. Às vezes, as pessoas não são o que parecem.

Aquelas palavras ficaram na mente de Chaeyoung por alguns instantes. Ela sabia que seu avô estava apenas preocupado com ela, mas algo no fundo de seu coração a incomodava. Havia algo em Jennie que ela também não conseguia entender, mas ao mesmo tempo, ela não queria acreditar que sua amiga poderia ser perigosa.

Chaeyoung se recostou na cadeira, olhando para a porta por onde Jennie havia saído, sentindo-se mais confusa do que nunca.

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