Fast Car

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Oi gente, mais um capítulo saindo do forno. Quero dizer que tem algumas pessoas preocupadas com o rumo da história, mas não fiquem. Tudo tem um proposito, eu tenho tudo planejado, tudo vai fazer sentido mais pra frente.

No mais....Votem e comentem bastante. Isso me incentiva a atualizar mais rápido. 

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Subo as escadas com um pouco de dificuldade, me falta força nas pernas. Dobro para entrar no corredor, e sou surpreendida pelo Gustavo, tento me erguer, ficar ereta, fingir que tudo estava bem, mas ele me conhece o suficiente para não acreditar.

_Eu vi você subindo a escada capengando, então não tente me enganar. Além disso, achei a Valentina muito calada no refeitório, perguntei e ela disse que você estava passando mal.

_Valentina exagerou, é só uma dor no estômago_ sorri amarelado.

Ele se aproximou e pegou a minha mão.

_Não sei porque você insiste...Eu sei que uma dor no estômago não derrubaria Meila Bernal, acredito que esteja sentindo dor, só não acho que é uma dor física.

Deixei um soluço escapar e contive o choro entalado na garganta, com a minha mão livre.

_Vem, vamos sair do corredor e conversar no meu quarto.

Aceitei ser guiada por ele e sentei em sua cama, enquanto ele permanecia em pé.

_Adelaide Sanches me fez uma visita hoje mais cedo.

_Ah não, o que aquela velha queria?

_Me intimidar. Ameaçou tirar as duas netas do internato, se eu estiver administrando esse lugar, como estou cuidando da minha vida.

_E como seria isso?

_ "Cortando o cabelo como homem" e escolhendo me relacionar com uma mulher. Minha mãe já me disse coisas muito duras, mas eu nunca sofri homofobia vinda de outra pessoa Gustavo, não desde jeito. Ela veio no meu trabalho, ela me olhou com nojo e eu só respondi o que ela queria ouvir, como uma covarde.

_ É normal não ter reação quando passamos por isso Meila.

Ele sentou do meu lado e eu acabei deitando a cabeça no ombro dele.

_Como você lida com isso? Como consegue ser tão autêntico e deixar que todos saibam que você é gay?

_Olha amiga, sobre isso, eu não tenho controle, eu sou quem eu sou. Viveria um inferno se tentasse apagar meus trejeitos, minha linguagem e meu jeito chamativo. Sobre lidar, a gente aprende, depois de levar tanto na cara, criamos uma camada grossa de proteção. São tantos olhares, cochichos, risadinhas, minha adolescência toda foi assim. Os meninos só me queriam pra praticar ou pra transar escondido, eu achava que nunca teria um amor calmo. Então apareceu um garoto de uma escola nova e vivemos meses incríveis, até a mãe dele descobrir e mudarem de país. No final eu me acostumei a lidar com isso.

_Isso não é justo Gustavo. Eu não quero me acostumar, eu quero respeito, eu exijo respeito.

_Então você tem que colocar esse tipo de gente no seu devido lugar.

_Você sabe que não é tão simples. Eu tenho responsabilidades com o internato e com os funcionários. Se esse lugar fechar eu vou precisar demitir todos Gustavo, até mesmo você, além de falhar com o legado do meu avô.

_ Acha que a Adelaide tem tanta influência assim?

_Muita! Bem mais que a minha mãe.

_E por isso ela pode ser homofóbica com você ou pior, com a Valentina? Já pensou se ela se sentir no direito de insultar a Valentina?

Se não fosse aquela noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora