• O único mestiço •

• Passado conturbado e teste de Herança •

ATENÇÃO:
Os assuntos que estarão em itálico vai ser uma parte do passado do Hadrian, Assédio, estupro(só vai ser citado, não vou ter coragem de descrever) palavras que pode causar gatilhos, violência, homofobia. Vou por esse sinal |•••| para mostrar que podem ler sem preocupação quando o passado pesado passar, caso não queiram ver isso e decidam pular.

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|No capítulo anterior|

Snape arregalou os olhos levemente, provavelmente chocado por eu saber da história toda, ou nem toda...

- Então você sabe...

As palavras não passaram de um murmúrio e eu sorri com um gosto amargo na boca. Lembrei da criança que eu era, tinha apenas 11 anos quando fiz o meu primeiro teste de Herança, onde descobrir coisas que me fizeram ficar confuso e com medo. Mesmo antes disso, eu descobri por mim mesmo que não devo confiar em ninguém, então...não precisava de "adultos" se preocupando comigo agora.

- Por que? Achou que eu não descobriria, papai?

|No capítulo de hoje👇🏻|

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|À 5 anos atrás|

Medo.

Medo sempre foi uma coisa natural para mim. Eu sentava na cama, debaixo da escada, e ficava rezando para que ninguém viesse ao meu quarto, era algo rotineiro. Meus familiares tinham formas diferentes de me machucar.

Duda gostava de me fazer de saco de pancadas e muitas vezes trazia os seus amigos para participar. Eu ficava horrível, com hematomas por todo o corpo, muitas vezes nem mesmo conseguia me mexer de tanta dor, mais não derramava uma lágrima sequer. Eu me convencia de que era isso que ele queria e segurava, quando estava sozinho no quarto escuro, ai sim eu chorava, como um beber quando acorda no meio da noite, eu chorava de forma desesperada, mais sempre silenciosamente.

Tia Petúnia tinha um dom para três formas diferentes de punição, gostava de me punir tanto psicologicamente, verbalmente e fisicamente.
Era horrível quando ela soltava palavras como: "Você deveria ter morrido no acidente com os seus pais" você é apenas desperdício de comida" "Um inútil, se morresse ninguém sentiria falta" "Seu magricelo, aberração nojenta, esquisito," , e tantas outras coisas, essas que eu citei foram as que me marcaram, mais não foi tão marcante quanto essas.

"Você deveria ter sido estuprado para parar de ser um maldito viadinho, seria muito melhor. Só assim você pararia de mentir, você apenas quer acabar com a minha família"

Sim, essa foi a que mais doeu. Não foram as ofensas que ela falava diariamente, nem as queimaduras que ela me dava quando eu errava o ponto de alguma comida, nem os cortes que ela me fazia quando eu quebrava alguma coisa, foram essas palavras que fizeram o último resquício de empatia, que eu sentia por eles, acabar.

Mais o que me dava mais medo, era a punição do tio Valter. Quando eu fazia algo errado antes, ele me batia e me xingava e ficava por isso mesmo, mais quando eu comecei a me desenvolver, ele começou a me olhar estranho, quando eu fazia algo ele apenas me olhava e dizia que de noite conversamos.

Medo. Ele é uma sensação sufocante, te deixa sem ar e te faz paralisar em certas ocasiões, faz os seus olhos lacrimejarem quando você não sabe o que fazer. Você perde a voz e não consegue descongelar. E existe o outro lado do medo, esse faz a adrenalina correr solta pelo o seu corpo, faz você lutar pela sua vida, pela sua sobrevivência, mesmo com a sensação do medo, você continua correndo porque a adrenalina ainda está em você. O seu coração parece estar apostando corrida contra a sua caixa-torácica, a respiração alterada faz você pensar que não importa se você estar parado, a pessoa que é o motivo do seu medo te encontrará apenas por ela.