Capítulo 23

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Rubi Sentinelli

O ódio tomou conta de mim. Senti meu corpo inteiro tremer, meu coração batendo forte no peito. As palavras de Grace ecoavam na minha mente, cada sorriso, cada frase debochada dela só alimentava ainda mais a raiva que crescia dentro de mim.

Sem pensar duas vezes, subi no palco, minhas pernas movendo-se quase por instinto. A visão da cafetina, tão orgulhosa de seu "trabalho", só fez o sangue ferver nas minhas veias. Ela não sabia com quem estava lidando. Ninguém ia me transformar em um objeto, muito menos uma mulher que eu achava que podia confiar.

Antes que qualquer um pudesse reagir, parti para cima dela, ouvi o impacto do meu corpo a derrubando no chão. Meu punho acertou o rosto dela com força, uma, duas, três vezes. A cada golpe, era como se a raiva que estava contida dentro de mim explodisse. Eu gritava, mas nem sabia o que dizia, a fúria tomou conta de mim. Eu só queria que ela sentisse dor, que pagasse por cada mentira, por cada mulher que ela havia traído.

Os seguranças finalmente me agarraram, me puxando para longe. Minhas pernas chutaram o ar, e eu ainda tentava acertá-la.

Grace estava caída no chão, seu rosto ficou marcado com meus socos. Ela me olhava com um misto de choque e desprezo, mas havia algo nos olhos dela que me dizia que, mesmo assim ela se achava no controle.

— Sua maldita! — Gritei, lutando contra os seguranças que me seguravam. — Você não vai sair impune! Eu juro que você vai pagar por tudo isso!

Grace limpou o sangue no canto da boca e com um sorriso cruel, se aproximou.

— Você vai aprender seu lugar, querida. Isso aqui é só o começo.

Mesmo contida pelos seguranças, eu continuei lutando, tentando me soltar, mas sabia que não adiantava. Aquela mulher havia me enganado, e eu não ia descansar até vê-la destruída.

O telefone tocou dentro da minha bolsa, interrompendo o caos ao meu redor. Meu coração disparou no momento em que vi Hugo pegar o celular com suas mãos sujas e gordurosas. Ele olhou para o visor, e seu sorriso nojento cresceu ainda mais.

— Olha só quem está ligando... o papai — Ele disse com a voz envenenada, erguendo o telefone na minha direção.

Meu sangue gelou. Era meu pai. O nome dele brilhava na tela, um lembrete de tudo que estava em jogo, de tudo que eu poderia perder se ele soubesse onde eu estava e o que estava acontecendo. Hugo se aproximou de mim, ainda segurando o celular, e abaixou a voz, sussurrando com um tom ameaçador.

— Você vai atender e não vai falar uma palavra sobre o que está acontecendo aqui. Se fizer isso, querida, posso garantir que você nunca mais verá seu papai... ou qualquer outra pessoa.

Minhas mãos tremiam enquanto eu tentava raciocinar. Meu coração batia tão forte que parecia querer explodir no peito. Não havia espaço para erros. A ameaça de Hugo era real, e eu sabia que uma palavra errada poderia significar o fim, não só para mim, mas para meu pai, para minha família.

Hugo segurou o telefone perto do meu rosto e apertou para atender. Coloquei o telefone no ouvido, minha voz saiu trêmula.

— Alô? — Eu disse, tentando soar calma, embora cada parte de mim estivesse em pânico.

Rubi, onde você está minha filha? Estamos todos preocupados, você não nos deu notícias desde que embarcou. Está tudo bem? — A voz do meu pai soava preocupada, e aquilo me partiu por dentro.

Olhei para Hugo, que me encarava com um sorriso ameaçador, balançando a cabeça em aviso. Eu engoli em seco, tentando manter a voz firme.

— Sim, pai, está tudo bem. Eu só... estou um pouco ocupada aqui com o trabalho. Acabei de chegar e está tudo um pouco corrido. — Minha voz saiu fraca, quase hesitante, e senti Hugo apertar meu ombro com força, como um lembrete silencioso de que ele estava no controle.

Doce pecado - Os Irmãos Frank 2Onde histórias criam vida. Descubra agora