DAUGHTER OF LIGHT | percy jackson ²

𝟎𝟎. prólogo

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prólogo
"uma profecia para
a deusa do amor"

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    — Por cima do meu cadáver!

    — Ah, pelo Olimpo! Deixe de ser tão dramático, Apolo.

    — Você não vai se intrometer nisso, Afrodite. Já é ruim o suficiente que uma das minhas filhas vá ter uma sentença de morte assim que nascer, eu não preciso que você torne a vida dela mais difícil, fazendo dela um dos peões nos seus joguinhos de amor.

    — E com um filho meu? — Poseidon disse, tão vermelho que parecia um daqueles peixinhos bolhas que vagavam por seu reino que Afrodite achava adorável — Esqueça, Afrodite. Não quero ver você nem perto de um deles.

O que normalmente seria um dia tranquilo de primavera para Afrodite, havia se tornado um tormento. Naquela manhã, a deusa do amor acordara com tudo planejado: caminhar pelos jardins do monte, observando o belo trabalho de Perséfone, e, quem sabe, ajudar alguns mortais a encontrarem o amor.

A falta de profecias e heróis era um pouco entediante para uma deusa que adorava adicionar uma pitada de romance nas histórias trágicas de semideuses fadados a um fim.

Mas então, algo mudou. Durante a reunião do conselho – enquanto Zeus e Atena discutiam sobre algo burocrático que exigia decisões racionais e blah, blah, blah – o olhar da deusa do amor foi atraído para a entrada do palácio.

Uma bela dama caminhava em direção ao salão principal.

Qualquer discussão entre os olimpianos cessou assim que a mulher se curvou em uma reverência no centro do conselho.

    — Sinto muito interromper — ela disse, um tom doce em sua voz — Lady Afrodite, fui enviada para você.

Todos trocaram um olhar, sabendo o que viria a seguir. O corpo da mulher se contorceu e seus olhos ficaram vazios, cheios de um brilho verde-claro. Seu queixo caiu e uma fumaça verde saiu de sua boca, dançando ao seu redor enquanto uma voz ecoava pelos corredores de mármore do palácio do Olimpo, ditando uma nova profecia.

Foi assim que a discussão começou.

Afrodite precisava admitir: ela estava animada. A profecia havia prometido grandeza. Dois heróis. Dois corações. Dois prodígios.

Uma verdadeira tragédia grega. 

    — Não se esforcem, queridos — disse a deusa em um tom charmoso e convincente. — Você, Apolo, sabe mais do que todos que profecias não podem ser mudadas. O Oráculo declarou muito claramente: A união entre Aurora e Oceano. Uma filha de Apolo e um filho de Poseidon estão destinados a ficar juntos pelo tempo que for necessário até que esta profecia seja cumprida. E a profecia foi feita pra mim. Eu devo estar envolvida na jornada deles.

    — Preciso lembrar quantas vezes você disse isso e terminou em tragédia? — Atena pronunciou —  Aquiles e Pátroclo, Narciso e Eco...

    — Todos os grandes heróis precisam de grandes histórias de amor — interrompeu a deusa do amor antes que mais acusações fossem feitas — Apaixonar-se não é apenas sobre sentimentos passageiros e felizes. É sobre sacrifício. E eu posso sentir que esses heróis entenderão isso.

Alguns dos deuses trocaram olhares preocupados. Afrodite pode ver Hera e Zeus sussurrando enquanto o deus dos céus apertava sua mão em um punho fechado. Os deuses não concordavam em muita coisa, mas concordavam que, uma vez que a profecia começasse, o mundo como eles conheciam não seria o mesmo.

    — Além do mais — a deusa continuou — Eu não serei a única envolvida. Os filhos podem até ser de Apolo e Poseidon, e eu com certeza os conduzirei no caminho necessário, mas precisarei de ajuda.

Atena e Artemis a olharam, compreendendo seus papéis. Um silêncio tomou conta da sala.

    — Eu ainda não aprovo disso — Apolo falou, mais uma vez, sentado em seu trono de ouro com uma carranca por expressão.

Não importava o que qualquer um deles pensasse. Não importava os empecilhos que a deusa do amor enfrentaria, ela encontraria os dois heróis destinados a cumprir a profecia e garantir que sua história fosse tão grande quanto a de qualquer outro herói grego.