🕯╹01. Grave 墓

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Capítulo 01. Grave — Túmulo.

Silêncio, era tudo que se ouviu naquele momento...A calmaria por trás da dor, depois de anos negando a morte, para apenas agora encarar seu túmulo em palavras vazias.

Os olhos azuis frios, já secos depois de algumas lágrimas e levemente vermelhos em sofrimento. Fazia já tanto tempo, tantos anos. Mas a dor, ela permanece e não importa o que você faça para tentar afastá-la ou fazê-la parar de existir, sempre vai estar lá, esperando o momento certo para chegar como uma faca no peito.

Um suspiro fraco deixou seus lábios enquanto encarava o nome gravado na lápide, na qual já crescia pequenos musgos e até flores. Tsutako.

Fechando os olhos, sentia a brisa fria e suave que o vento trazia, correntes de ar gelado indo em seu rosto. As nuvens já cinzas de tanto carregar aquele peso nas costas, logo começaria a chover, mas ele não se importava, queria apenas passar um tempo com ela...

Boas e velhas lembranças já cegas, aos poucos, se desenhava em perfeitas curvas e cores em sua mente. Sua voz, seu cheiro, o abraço, as roupas...E doeu de novo. Uma pontada afiada e dolorosa correu pelas veias. A dor da perda, parecia ser pior que a de ser comido vivo por demônios a sangue frio.

Seus cabelos pretos se mexendo lentamente com o vento, assim como sua roupa. Era um momento de calma, de lembranças, de dor, mas com uma pontada de felicidade. Uma felicidade que já havia ido a um tempo.

Giyu — ...eu sinto tanto a sua falta...

Ele cerrou os punhos, a raiva e a dor tomando conta de seu corpo. Ele não foi capaz de proteger quem amava, ele era fraco, inútil. Sempre que se lembrava dos gritos, do sangue...Seu corpo congelava e ele paralisava.

Aos poucos, pequenas gotas caíram dos céus, molhando a lápide e regando as flores que ele havia trazido para ela.

Passos lentos mas firmes eram ouvidos não muito longe, as mãos tensas e cheias de cicatrizes seguravam a espada. Os olhos lilás sempre atentos e observando a cada detalhe do local. As árvores, folhas, plantas flores, animais escodidos e protegidos da chuva que logo ficaria mais forte.

Ao notar o haori metade vermelho carmim e o outro em losangos geométricos verdes, laranjas e amarelos, imediatamente reconheceu quem era.

Seus passos pararam e ele o observou, vendo o homem sentado em frente a uma lápide com um nome desconhecido, juntamente com um buquê de flores deitado na grama. Quem era aquela pessoa na qual faria ele ficar debaixo da chuva apenas observando em tristeza?

Sanemi — ...O que ele está fazendo?...

murmurou baixo para si mesmo enquanto estreitava os olhos. Ele e Giyu nunca se deram bem, alguns olhares em julgamento um para o outro, brigas, indiretas. Sanemi o odiava por seu ar de superioridade, Giyu se demonstrava diferente por atenção no ponto de vista do maior.

Aquilo o irritava, a forma que Giyu agia. Era de uma forma tão fria e de desgosto. Sanemi se sentia frustrado por não ser digno de um mínimo de respeito pelo moreno, por não serem capazes de trocar mais de duas palavras sem que houvesse uma irritação no tom.

Principalmente, por Giyu tomar a liberdade em quebrar as regras. Proteger um demônio sem mais nem menos, só porque seus olhos frios haviam visto algo a mais nela, e não nele.

Ele era humano, era caçador, era quem seguia as regras, quem treinava para proteger os mais fracos. O que ele havia visto em um demônio que não viu nele?

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⏰ Última atualização: 7 days ago ⏰

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