Doce pecado - Os Irmãos Frank 2

Capítulo 34

Rubi Sentinelli

Depois de todas as emoções daquele dia, finalmente o sol começa a se pôr, tingindo o céu de tons dourados e rosa. O apartamento parece mais tranquilo agora, como se o tempo tivesse parado por um momento.

Eu contei a ele como tudo aconteceu na noite passada, Grego chorou demais por não conseguir me proteger e eu disse a ele que não tinha problema e que a culpa não era dele. Contei que eu estava com Jasper no mesmo hotel em que ele e Ricardo, então nós fomos embora daquele hotel, agora estamos hospedados em outro lugar e ele também colocou seguranças nas entradas e saídas do hotel e também no terraço e estacionamento.

Gregório, sempre atento, decidiu que devíamos celebrar de algum jeito, e sugeriu um jantar especial.

— Vou preparar algo para nós, minha pequena. — Ele disse, determinado a tornar aquela noite inesquecível.

Eu, ainda um pouco atordoada com a realidade da gravidez, apenas assenti, sentindo um calor suave crescer dentro de mim. A felicidade era algo que, aos poucos, estava começando a tomar conta de mim, expulsando as sombras que antes dominavam minha mente.

Gregório se movimenta com habilidade na cozinha. Enquanto ele cozinha, eu me sento à mesa da sala de jantar, observando cada movimento seu. A tranquilidade no rosto dele me traz paz. Ele parece mais leve, mais feliz, como se o peso de todos os nossos problemas tivesse sido aliviado por essa nova notícia.

— Está quase pronto! — Ele anuncia com um sorriso, colocando os últimos toques no prato.

O cheiro delicioso da comida preenche o ar, e eu sinto meu estômago roncar levemente. Apesar dos enjoos mais cedo, agora, o apetite parece estar voltando aos poucos. Gregório traz os pratos e se senta ao meu lado, colocando uma pequena vela acesa no centro da mesa.

— Achei que merecíamos algo especial — Ele diz, sorrindo.

Eu olho para ele e não consigo evitar sorrir de volta. A luz suave da vela dança sobre seu rosto, iluminando seus olhos cheios de ternura e felicidade. Por um momento, parece que todo o medo e dor estão longe. Parece que estamos apenas nós dois, celebrando algo tão nosso.

— Então... — Ele começa, segurando minha mão por cima da mesa. — A gente realmente vai ter um bebê, hein?

Aquelas palavras fazem meu coração disparar novamente, mas dessa vez, não por medo, e sim por uma felicidade genuína. Olho para ele, e sinto as lágrimas ameaçarem voltar, mas de pura alegria dessa vez.

— Vamos, Grego... — Eu sussurro, apertando a mão dele. — Vamos ter um bebê.

Ele sorri, e seus olhos brilham de um jeito que eu nunca tinha visto antes. A emoção transborda no rosto dele, e é impossível não sentir aquele amor me envolvendo por completo.

Nós começamos a comer, em silêncio por alguns momentos, apenas apreciando a companhia um do outro. A comida está deliciosa, e eu me sinto grata por aquele momento de calma. Tudo parece estar no lugar certo, como se essa noite fosse o início de algo novo, algo que vai nos transformar para sempre.

— Sabe, Rubi... — Gregório começa, com um tom mais sério, mas ainda suave. — Eu estava pensando... agora que vamos ser pais, eu quero que a gente se concentre no que importa de verdade. Em nós, em nosso futuro, em construir algo sólido para essa criança.

Eu o observo enquanto ele fala, sentindo cada palavra entrar em meu coração. Há um brilho de determinação em seus olhos, uma força que sempre me impressionou, e eu sei que ele está falando sério.

— Eu também quero isso, Grego. — Respondo, sem hesitar. - Quero que nosso bebê tenha o melhor. Quero que ele ou ela cresça cercado de amor e segurança.

Ele sorri e leva minha mão aos lábios, beijando-a gentilmente.

— Você vai ser uma mãe incrível, Rubi. — Ele diz. Seu olhar transmite tanta admiração. — E eu vou estar ao seu lado, em cada passo desse caminho.

Eu sorrio, sentindo a confiança dele me envolver como um cobertor. Apesar de todas as incertezas e medos que ainda estão no fundo da minha mente, sei que com Gregório ao meu lado, posso enfrentar qualquer coisa.

Quando terminamos de comer, Gregório se levanta e vai até a cozinha, voltando com duas taças. Uma delas está cheia de suco de morango para mim, e a outra com vinho para ele.

— Não podia deixar de fazer um brinde. — Ele diz, levantando sua taça no ar.

Eu sorrio e ergo minha taça.

— Um brinde... — Digo, tentando encontrar as palavras certas. — Um brinde a nós, ao nosso bebê, e ao futuro que vamos construir juntos.

As taças se tocam com um barulho suave, e, enquanto brindamos, eu sinto uma onda de felicidade pura atravessar meu corpo. Por um momento, tudo parece possível, tudo parece perfeito.

Depois do brinde, Gregório se aproxima e me puxa delicadamente para dançar. A música baixa toca ao fundo, e nós dois nos movimentamos de forma lenta e suave, como se o tempo tivesse desacelerado. Minhas mãos descansam em seus ombros enquanto ele me segura pela cintura. Sinto a batida do coração dele, calma e estável, e isso me acalma também.

— Eu te amo, Rubi. — Ele murmura contra o meu ouvido, e sinto meu coração derreter com aquelas palavras.

Eu encaro seus olhos, agora tão próximos, e sorrio.

— Eu também te amo, Gregório. Mais do que consigo explicar.

A dança continua, e o mundo ao nosso redor desaparece. O medo, a dor e as dúvidas ficam distantes, enquanto o amor que compartilhamos cresce a cada passo lento. A noite é nossa, e essa celebração marca o início de uma nova jornada. Uma jornada que, apesar dos desafios, será repleta de amor, esperança e, agora, uma nova vida.

Eu sei que tudo vai mudar, mas com Gregório ao meu lado, estou pronta para o que vier.