[CONCLUÍDA]
"Amigos Não Olham Para Amigos desse Jeito" - That Way
Lee Gahyun e Kim Taehyung são amigos de infância, inseparáveis desde sempre. Para todos ao redor, eles são apenas amigos - mas, por trás dos sorrisos e da cumplicidade, Gahyun esconde...
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Pov. Lee Gahyun
Sempre ouvi dizer que a linha entre o amor e a amizade é tênue, mas nunca imaginei que viveria essa realidade. Cresci ao lado de Kim Taehyung, e nossa amizade sempre foi uma constante em minha vida. Ele era aquele tipo de pessoa que sempre esteve lá: o amigo de infância, o confidente, a pessoa que você nunca espera que vá embora.
Nós ríamos, chorávamos, compartilhávamos segredos que ninguém mais sabia. Para o mundo, éramos inseparáveis. Mas, por baixo de todas as piadas e sorrisos, havia algo que eu me recusava a aceitar. Uma verdade que eu não queria confrontar.
Conforme os anos passaram, eu me via presa em um jogo silencioso de sentimentos. Taehyung sempre me olhava de um jeito que fazia meu coração acelerar. Ele sabia mexer comigo. E, às vezes, parecia que ele fazia isso de propósito — como se quisesse me testar, me colocar à prova. Mas sempre voltávamos à nossa zona de conforto: "amigos".
Amigos. O que isso realmente significava para nós?
Eu não sabia mais. A cada toque, a cada sorriso, eu me via afundando em algo que não conseguia definir. Sentia-me presa em um ciclo confuso de desejo e frustração. Taehyung brincava com meus sentimentos, às vezes sem nem perceber, e eu deixava, porque era tudo o que tinha. Ele nunca dissera que me via de outra forma, e eu nunca tive coragem de perguntar.
Mas tudo mudou naquela noite.
Foi em uma festa qualquer, com luzes baixas e música alta. Estávamos sentados sozinhos, longe dos outros, e por um momento, o mundo desapareceu. Taehyung olhou para mim de uma maneira diferente, algo mais profundo, mais intenso. Meus lábios tremiam, meu coração batia descompassado. Quando nossos rostos se aproximaram, quase nos beijamos.
Quase.
Ele parou no último segundo, como sempre fazia, e voltou a agir como se nada tivesse acontecido. Como se o quase beijo fosse um jogo — uma provocação, algo que ele poderia retirar quando quisesse.
Foi aí que percebi que já não conseguia mais entender o que éramos.
Amigos não olham para amigos desse jeito. Amigos não brincam com os sentimentos um do outro dessa maneira. Mas, apesar de tudo, eu continuei naquele jogo, na esperança de que um dia ele também parasse de brincar. Na esperança de que, algum dia, ele sentisse o mesmo que eu.
E talvez, só talvez, aquele quase beijo se tornasse real.
Eu sabia que, cedo ou tarde, algo teria que mudar. Não podíamos continuar jogando com nossos corações para sempre.
Mas será que estávamos prontos para lidar com as consequências?
