[CONCLUÍDA]
"Amigos Não Olham Para Amigos desse Jeito" - That Way
Lee Gahyun e Kim Taehyung são amigos de infância, inseparáveis desde sempre. Para todos ao redor, eles são apenas amigos - mas, por trás dos sorrisos e da cumplicidade, Gahyun esconde...
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Pov. Kim Taehyung
Eu sempre fui bom em esconder meus sentimentos. Afinal, não era a primeira vez que eu fingia indiferença enquanto meu coração gritava o contrário. Mas com Gahyun... era diferente. Toda vez que a via, parecia que algo em mim desmoronava, como se a fachada que eu havia construído com tanto cuidado simplesmente não funcionasse.
No começo, eu achei que era coisa da minha cabeça. Que o jeito como ela ria ou como o seu olhar parecia sempre me procurar no meio da multidão fosse pura coincidência. Mas a verdade é que, cada vez que nossos olhares se cruzavam, algo dentro de mim acendia. E isso me assustava.
Não era como se eu não tivesse tentado ignorar. Eu tentei, mais vezes do que posso contar. Afinal, éramos amigos. Éramos só amigos. Mas, sempre que ela estava por perto, minha mente brincava com a possibilidade de sermos algo mais. E eu odiava isso.
Olhando para o outro lado da sala, via Gahyun rindo com seus amigos, e uma pontada de ciúmes me atravessava o peito. Por que isso importava tanto para mim? Por que eu estava tão fixado nela? Eu não deveria me sentir assim. Eu não podia me sentir assim.
Mas então, sempre que eu pensava que poderia superar, que poderia seguir em frente, Gahyun fazia algo que me desarmava por completo. Como aquele dia em que estávamos conversando sobre coisas triviais, e de repente, nossos olhares se encontraram de uma maneira que parecia durar mais tempo do que o necessário. Me perguntei, naquele instante, se ela também sentia algo, se aquele silêncio entre nós significava alguma coisa.
Eu quase a beijei. Não sei o que passou pela minha cabeça. Era como se meu corpo tivesse agido por conta própria, aproximando-se do dela. Mas então, eu hesitei. E naquele momento, soube que tinha cruzado uma linha, mesmo que apenas em pensamento.
— Isso nunca vai acontecer — eu disse para mim mesmo repetidas vezes, tentando me convencer de que o que sentia por Gahyun era apenas uma fase, uma confusão temporária. Mas quanto mais eu tentava me afastar, mais me encontrava preso nesse labirinto de sentimentos.
Ver Gahyun do outro lado da sala, me ignorando ou falando com os outros, me matava por dentro. Mas eu não podia culpá-la. Nós éramos amigos, e era isso que ela esperava de mim. Eu era o cara que estava sempre lá para ela, o amigo que ela confiava. E, por mais que isso doesse, eu sabia que era meu papel.
Cada vez que ela me olhava, eu me perguntava se Gahyun sabia o quanto seus olhos me afetavam. Cada risada, cada palavra dela parecia me puxar mais para um buraco do qual eu não conseguia sair. Eu brincava, ria e até fingia que tudo estava bem, mas por dentro, eu estava em pedaços. Eu queria dizer a ela. Queria confessar que meus sentimentos iam além da amizade, que havia algo maior por trás de cada sorriso que eu lhe dava. Mas e se ela não sentisse o mesmo? E se eu arruinasse tudo?
— Amigos não olham para amigos desse jeito — Eu repetia essa frase na minha cabeça inúmeras vezes. Porque, toda vez que eu a olhava, sentia que não estava agindo como amigo. Meus olhares eram mais longos, meus pensamentos mais profundos. E isso me destruía.
Quando chegamos naquela noite em que quase nos beijamos, o nervosismo tomou conta de mim. A proximidade dela, o jeito que ela olhava para mim, como se quisesse entender o que eu estava pensando... foi demais. Quase a beijei no escuro, e talvez, se tivesse dado o passo final, tudo teria sido diferente. Mas, como sempre, hesitei.
— O que somos nós? — Era a pergunta que rondava minha mente. Eu não sabia por onde começar, nem o que éramos de verdade. Estávamos tão presos na ideia de sermos amigos que o simples pensamento de algo mais parecia impossível.
Houve um momento em que Gahyun e eu havíamos chegado ao limite. Estávamos sozinhos, com os sentimentos à flor da pele, e algo dentro de mim sabia que esse momento seria decisivo. O silêncio entre nós estava carregado de significados não ditos, de desejos não confessados.
— Eu posso? — Perguntei, incerto, minha mão a poucos centímetros do rosto dela. Eu precisava saber se ela queria aquilo tanto quanto eu. Gahyun assentiu, e nesse simples gesto, eu senti o mundo parar.
Quando finalmente a beijei, foi como se todo o peso que eu carregava se dissolvesse. O gosto dela, o toque suave de seus lábios contra os meus... era tudo o que eu sempre quis, mesmo sem saber. O beijo era uma mistura de todas as emoções que havíamos segurado por tanto tempo — o medo, a excitação, a confusão. Mas, acima de tudo, era real.
Eu queria mais. Queria sentir aquilo para sempre, mas também sabia que precisávamos de tempo. Tempo para entender o que aquilo significava, para descobrir o que éramos agora. Porque, depois daquele beijo, não havia mais volta.
— Eu não quero que isso seja um erro — disse a ela, esperando que ela sentisse o mesmo.
— Também não quero.— Sua resposta foi tudo o que eu precisava ouvir. Gahyun sentia o mesmo. E, naquele momento, soube que não importava o que viesse a seguir, enfrentaríamos juntos.
Porque apesar de tudo, teríamos um ao outro sempre.
