Capítulo 5: Do Início

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Pov

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Pov. Lee Gahyun


Eu ainda sentia o gosto do beijo nos meus lábios. Era surreal pensar que aquele momento, aquele beijo, realmente havia acontecido. Kim Taehyung, meu amigo — ou ex-amigo, não sei mais como chamá-lo — me beijou. E eu o beijei de volta. Com vontade.

Eu me deitei na cama naquela noite, revivendo cada segundo daquele momento. Ainda podia sentir o toque suave e quente dos lábios dele sobre os meus, e aquilo me dava arrepios. Sempre soube que havia algo a mais entre nós, uma tensão invisível que se arrastava por meses, anos talvez. Mas ter certeza disso agora me assustava.

Eu queria aquilo tanto quanto ele, mas o medo me paralisava. O que isso significava para nós? Seria esse o fim de nossa amizade, ou o começo de algo muito maior?

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No dia seguinte, ao vê-lo na escola, o nervosismo tomou conta de mim. Minhas mãos suavam e meu coração batia acelerado. Nós sabíamos que precisávamos conversar, mas como? Nada parecia natural agora. Não éramos mais só amigos, e ainda não sabíamos o que éramos além disso.

Eu o vi do outro lado do corredor. Ele estava conversando com seus amigos, mas olhou diretamente para mim. Seu olhar me congelou no lugar, e por um segundo, foi como se estivéssemos sozinhos naquele corredor lotado. Ele sorriu de leve, aquele sorriso que só ele sabia dar, mas havia algo diferente agora. Havia mais intensidade, algo que antes estava escondido, mas agora era impossível de negar.

Eu respirei fundo, tentando parecer calma, mas a verdade é que estava uma bagunça por dentro. Como é que alguém pode estar tão ansiosa e tão feliz ao mesmo tempo?

Quando finalmente consegui me aproximar dele, cada passo parecia mais difícil do que o último. Me perguntei como seria a primeira palavra trocada depois do que aconteceu. Seria estranho? Desajeitado? Eu tinha tantas perguntas na cabeça, mas nenhuma resposta clara.

— Oi — Taehyung disse, sua voz mais suave do que o normal. Seus olhos, no entanto, estavam fixos em mim, como se procurassem algo. Uma confirmação de que tudo ainda estava bem entre nós.

— Oi — respondi, sentindo minhas bochechas esquentarem instantaneamente. Eu nunca ficava nervosa com ele, mas agora parecia que cada parte de mim estava reagindo ao simples fato de estarmos próximos.

Por um momento, ficamos ali, apenas nos olhando, sem saber exatamente o que dizer. Era como se as palavras não fossem suficientes para expressar tudo o que estava acontecendo dentro de nós.

— Sobre ontem à noite... — comecei, hesitante, mas ele logo me interrompeu.

— Eu não me arrependo. — A firmeza em sua voz me pegou de surpresa. Ele estava sério, e eu pude ver o quanto aquilo significava para ele. — Eu não me arrependo de nada, Gahyun. Mas se você... se você sentir que foi demais, que isso vai nos afastar...

Ele não terminou a frase, mas eu sabia o que ele queria dizer. Ele estava me dando uma escolha. Uma saída, se eu quisesse. Mas será que eu queria sair dessa?

Eu balancei a cabeça, sentindo a tensão entre nós se dissipar um pouco.

— Eu também não me arrependo, Tae. — Minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia, mas estava lá. A verdade. — Eu só... acho que precisamos de tempo para entender o que isso tudo significa.

Ele deu um passo mais perto, tão próximo que eu pude sentir o calor que emanava de seu corpo. Taehyung sempre teve essa capacidade de mexer comigo sem fazer absolutamente nada.

— Podemos descobrir juntos — ele disse, sua voz cheia de promessas.

E naquele momento, eu soube que estava disposta a correr o risco. Porque, apesar do medo, da incerteza, eu queria estar ao lado dele, seja lá o que isso significasse.

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As semanas seguintes foram confusas, mas ao mesmo tempo, incrivelmente simples. Aos poucos, começamos a nos acostumar com a nova dinâmica entre nós. Não falávamos muito sobre o beijo, mas ele pairava sobre cada troca de olhares, cada toque, cada conversa. A tensão estava lá, mas agora, não parecia tão ameaçadora.

O que mais me surpreendeu foi como Taehyung parecia mais à vontade comigo, como se, finalmente, a máscara de amigo tivesse caído, e agora eu pudesse ver a verdadeira intensidade que ele escondia por trás de seus sorrisos e brincadeiras.

Eu estava apaixonada por ele, e a verdade é que talvez sempre tivesse estado. Mas o que me assustava era o quão rápido tudo estava mudando. O que aconteceria se as coisas dessem errado? E se, no fim, perdêssemos tanto o amor quanto a amizade?

Mas, toda vez que ele me olhava, todos os meus medos se dissipavam, como névoa ao vento.

Certa tarde, depois das aulas, Taehyung me esperou na saída. Ele estava encostado na parede, com as mãos no bolso, e quando me viu, sorriu daquele jeito que fazia meu coração disparar.

— Vai querer ir para casa direto hoje, ou... posso te levar para algum lugar? — ele perguntou, de maneira casual, mas o brilho em seus olhos denunciava suas intenções.

Eu ri, balançando a cabeça.

— E onde você quer me levar?

Ele se aproximou, inclinando-se ligeiramente para me olhar nos olhos.

— Eu pensei que poderíamos voltar ao parque. Sabe... o mesmo lugar onde tudo começou.

Meus olhos se arregalaram, surpresa com a proposta. Claro, o parque. O lugar onde, semanas atrás, quase nos beijamos pela primeira vez. O lugar que, de certa forma, havia marcado o início de tudo.

Eu assenti, sentindo o calor subir para minhas bochechas.

— Vamos.

E assim, voltamos ao início. Só que, dessa vez, sabíamos exatamente o que éramos um para o outro.

FRIENDS | KIM TAEHYUNGOnde histórias criam vida. Descubra agora