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CHRISTOPHER LUÍS VON UCKERMANN

Dias atuais

– Se eu tirá-la daqui e alguma coisa acontecer com ela, eu mato vocês.

– Christopher! – Maria me olha perplexa, enquanto a equipe médica me olha com medo.

– Vocês têm certeza de que ela está bem pra ir embora? – questiono, olhando diretamente para Miller, que já refez os exames mais de três vezes.

– Estou bem – declara e eu a olho feio.

– Você não opina. Lembra que sou eu que vou ficar maluco se alguma coisa acontecer – reforço e mesmo que ela queira rebater, aceita minhas palavras e se mantém sentada na maca, enquanto volto a olhar para a equipe médica. – Então?

– Ela está bem – o médico garante. – Pode voltar para uma vida normal. – diz, olhando-a. – Não o normal de vocês, mas o nosso.

Ele não sabe ao certo o que fazemos, mas ao longo das duas semanas desde quando Maria acordou, Miller foi capaz de perceber que não somos só funcionários de uma empresa de segurança privada, porém, entendeu quando Carl disse que era melhor não fazer perguntas.

Quando começamos a falar sobre a possibilidade de alta, quis saber ao máximo sobre tudo que poderia coloca-la em risco, afinal, Maria ainda está se recuperando.

Miller, que não conhecia direito o que fazíamos, resolveu dizer:

– Faça o que uma mulher de vinte e sete anos faz em uma vida normal.

E isso exclui missões, tiros, combates, pilotar a quase trezentos por hora. Ou seja, tudo o que ela gosta de fazer.

Maria não escondeu seu desagrado, mas aceitou.

E, francamente, nunca tive problemas em amarrá-la. Com certeza não me importaria em fazer para garantir que se mantenha parada enquanto melhora.

– Sexo é normal pra todo mundo – Maria observa, encarando Miller. – Posso transar?

A mera menção de tocá-la faz com que meu corpo queime em antecipação, mas enquanto espero pela resposta do médico, não lhe dou qualquer indício de quanto a quero.

Quer dizer, não lhe dou qualquer indício agora, porque desde o dia em que ela acordou, todas as noites me deito ao seu lado na maca estreita, enrolando meus braços ao seu redor e deixando que use meu peito de travesseiro, só para acordar todas as manhãs com meu pau duro como uma rocha pressionando a perna que ela joga por cima de mim.

Miller olha para nós dois.

– Se eu disser que não, vai seguir a orientação? – questiona.

– Sim – respondo e Maria bufa.

– Com certeza, não. Só quero saber se posso acabar morrendo enquanto fodo com ele.

– Não vou te foder se você não estiver bem – declaro.

– Não tenho problemas em te amarrar, Luís, e sei muito bem que não preciso me esforçar pra te deixar duro.

Nos encaramos de maneira intensa, ameaçadora e desesperada.

Porque mesmo que eu esteja disposto a não transar com ela para não colocá-la em perigo, essa seria a missão mais difícil da minha vida, considerando o quanto estou desesperado para tê-la, principalmente como minha mulher.

– Vocês podem transar – Miller diz, parecendo tão desconcertado quanto as duas enfermeiras que se mantêm paradas atrás dele. – E caso sinta qualquer coisa diferente, pode voltar aqui que a gente te examina de novo, mas, a princípio, você está bem, Dulce. E sim, isso é um milagre, porque você chegou aqui quase morta. Mas hoje, você está bem pra sair daqui.

AmnésiaOnde histórias criam vida. Descubra agora