A convocação

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Estava tranquilo, tomando mais uma xícara de café, quando recebo uma carta do instituto Evandro chagas.
Meu currículo havia sido analisado, e minhas pesquisas no ramo de bioquímica e biomedicina reconhecidos.
Uma proposta havia sido feita naquela carta, nela estava escrito.
" Prezado senhor Albert, tomamos conhecimento sobre seus novos estudos publicados no Brasil, suas descobertas e estudos biológicos são indescritíveis, gostaríamos de lhe convidar para uma reunião amanhã às 16hrs.
O assunto é do seu extremo interesse!".

Ao ler essa carta fiquei emocionado, o maior instituto do Brasil sobre infectologia e biologia havia se interessado no meu trabalho.
Era o sonho de qualquer cientista.
Bem naquela tarde minha mente tornará palco de extrema ansiedade, contava os minutos para às 16 horas chegar, ainda era noite, faltava tanto tempo.
Ficava imaginando o que eles queriam de mim?
Me oferecer um emprego, ou talvez apenas uma reunião.
Bem não havia como saber antes de ir.
Tomei cinco gotas de clonazepam para diminuir minha agitação e tomei me ao sono.

Ao acordar, fiz um pão na manteiga e um café preto, tomei sem pressa, já não havia um quadro ansioso em mim, o que tiver de ser, será!
Ao meio dia comi em um restaurante no centro do rio de janeiro, peguei um táxi e fui para manguinhos.
Ao chegar no hospital, fui recebido pela atendente de maneira cordial e educada.
Esperei alguns minutos e fui chamado para sala do diretor daquele instituto.
Entrei naquela sala envernizada, com cortinas claras e o diretor sorriu para mim.
Um homem calvo e pálido com um sorriso sórdido e pervertido mas não me atentei aos detalhes.

Ele olhou para mim de cima a baixo e me disse.
- Albert Stein, me lembra o nome de um velho cientista não!.
- É apenas uma piada dos meus pais. Respondi sorrindo.
- É, um belo trocadilho.
- Eu gostaria de saber em que posso lhe ajudar, já que você me solicitou aqui. Provalmente meu trabalho lhe deve ser útil de alguma forma.
Perguntei ao diretor.
Ele abaixou o óculos redondo dele, e me explicou:
- Bem, não é fácil cuidar de uma instituição tão importante como essa. Há alguns anos que estamos trabalhando numa pesquisa sobre bactérias e alguns outros protozoários, a fim de avançarmos a medicina moderna.
Li suas pesquisas de ponta a ponta, vi seus métodos de estudo senhor Albert, e preciso admitir que não vi muito ética.

Eu não estava entendendo, ele me chamou para questionar meu trabalho?.
- Na ciência os fins justificam os meios Senhor Costa! Respondi.
- Eu te chamei aqui, porquê no momento é exatamente isso que preciso, alguém que vá até o fim pela ciência em prol de um bem maior.
Você estaria disposto?
- Com toda certeza. Respondi sem pestanejar.
Então venha comigo, vou mostrar o seu novo trabalho!
Não se preocupe com dinheiro, você receberá mais do que ganhará sua vida inteira.
Engoli minha saliva, mas que diabos de pesquisa era essa?.

Entramos em um elevador e descemos para o subsolo daquele laboratório, nem havia conhecimento sobre um subsolo.
Adentramos uma sala, havia uma escrivania e alguns papéis.
Escrito contrato de trabalho, eu assinei mas em uma das folhas, estava escrito contrato de sigilo,
E após assinar tudo, o diretor me advertiu que estávamos lidando com uma pesquisa financiada pela elite global, quebrar o sigilo significa pagar com a vida.
Naquele momento eu suei frio, mas não pensei em desistir em momento nenhum, afinal eu sou um cientista.

Descemos para sala de pesquisa, aquele lugar era como um labirinto, como um hospital comum, porém centenas de corredores, com salas enumeradas de 0 a 500, cheguei a sala de pesquisa e fui apresentado aos meus novos colegas de trabalho.
José, um renomado infectologista israelense.
Kate, uma biomédica América.
Matheus, um cirurgião geral.
E agora a mim, um biólogo especialista em microorganismos.

Todos nós já ouvimos falar de uns aos outros,
Todos com pesquisas publicadas e aceitas na comunidade científica.
Pelo visto, aqui estavam somente os melhores.
Foi-me entregue um relatório da pesquisa para ler, e assim ficar por dentro do que era a pesquisa.
Cheguei em casa, tomei um longo banho e comecei a ler.
Ainda não havia entendido por quê todos aqueles grandes nomes estavam aqui no Instituto, era com certeza algo grande!
O diretor Costa havia mencionado a elite.
Mas por quê há elite estaria financiando pesquisas justamente no Brasil?
Bem isso não era da minha conta.

Abri o relatório, e bem o que eu li foi chocante
O estudo se baseava na evolução de bactérias e protozoários em seres vivos, afim de curar todos os tipos de doenças.
Foram realizados centenas de testes e exames em ratos de laboratório e até mesmo macacos com DNA semelhante ao nosso.
As pesquisas nos animais evoluíram, e muitos doenças bactérianas e virais implantadas neles se tornaram ineficazes, graças ao implante de microorganismos modificados em laboratório
Apesar do resultado positivo da pesquisa, os resultados não passaram disso, com o tempo as doenças se adaptaram a imunidade das cobaias e tudo voltou a estaca zero.

Se a pesquisa tivesse acabado aí, o mundo seria um lugar melhor.
Bactérias geneticamente modificadas juntamente com algumas espécies de protozoários foram injetadas nos fetos de animais em gestação.
Ratos, ovelhas e macacos no último estágio.
Centenas de testes fracassaram, os fetos morriam nas barrigas de seus genitores.
Até que um dia, um feto nasceu, ele não viveu mais de 6 meses mas mostrou-se possível um avanço na pesquisa, algumas amostras do cobaia foram analisadas, ela era autoimune a maioria das infecções causadas por fungos, vírus ou bactérias. Essa nova descoberta salvou o andamento do estudo.
E mais dinheiro foi colocado para concluir a pesquisa.

Mas agora apenas animais não seriam mais suficientes.
Tudo indicava que a cobaia morreu pelas suas próprias celulas, como se ela funciona como um gigantesco câncer, um grande tumor.
Ao sabermos a teoria poderíamos fazer algo para mudarmos o desfecho da próxima cobaia.
No dia seguinte vesti meu palitó, passei um gel no cabelo e aparei o bigode.
Estava ansioso para o andamento da pesquisa.
Do quarto 1 à 50, eram às cobaias antigas que por sorte sobreviveram a exposição das bactérias, eu às mantive vivas, afinal seu material genético poderia ser muito útil.
À partir daqui as coisas começam a ficarem difíceis.

Do quarto 51 à 500 mantinha se mulheres jovens e de boa saúde, bem eu não sabia seu nome ou origem, mas sabia que não estavam ali por vontade própria, fiz vista grossa pelo bem da medicina.
Implantamos a mesma metodologia nas cobaias humanas, inseminamos espermatozóides, colocamos nossos micro-organismos em seus fetos, todos morreram, incluindo seu genitores.
Não entendiamos o que fizemos de errado.
Levamos os corpos para o crematório, até que um dos funcionários notou um dos fetos ainda estava vivo, saíndo da barriga de sua mãe.
Daquele dia em diante a vida de todos nós ia mudar

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