amizade colorida

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Eu sempre achei que pudesse manter o controle, sabe? Que eu seria capaz de manter as coisas simples e não complicar. Mas aí veio ela. A [Seu nome]. Minha melhor amiga, minha parceira de risadas e... bem, minha parceira de outras coisas também. Não sei exatamente como começamos, mas as coisas simplesmente fluíram de uma maneira tão natural entre a gente que, quando percebi, já estávamos nos beijando no sofá da minha casa.

Aliás, aquele dia foi uma loucura. Eu estava tentando assistir a um filme, mas [Seu nome] sempre foi do tipo impaciente. Ela não consegue ficar parada por muito tempo. Aquele dia, estávamos jogadas no sofá, eu com as pernas cruzadas no canto e ela deitada com a cabeça no meu colo, brincando com meu cabelo. Até aí, era a nossa amizade de sempre, mas de repente as coisas começaram a mudar. O toque dela ficou mais firme, mais... provocante. E, antes que eu percebesse, ela estava inclinada sobre mim, seus lábios roçando nos meus, o cheiro fresco e leve de seu perfume me envolvendo completamente.

— Vai me beijar ou não, Flavinha? — ela sussurrou, sua voz grave e cheia de provocação.

Eu podia sentir meu coração acelerando. Aquela era só mais uma das nossas brincadeiras. Nós nos beijávamos, nos tocávamos, mas sempre dissemos que era só isso: uma amizade colorida, sem compromisso, sem rótulos. Só que, naquele momento, algo dentro de mim gritou. Mas, ao invés de pensar muito, eu cedi ao impulso e a beijei.

— Vocês duas vão acabar namorando. — Eu ouvia isso direto das meninas, principalmente da Jade, que adorava implicar com a gente.

— Ah, qual é, Jade! — Eu sempre respondia, rindo. — É só uma amizade com benefícios.

Mas, por dentro, eu sabia que não era bem assim. Cada vez que a beijava, sentia algo diferente. A pegada dela, firme, me deixava tonta. O jeito como ela me olhava, com aqueles olhos penetrantes... não era só amizade, mas eu não queria admitir isso nem para mim mesma.

Dias depois, recebemos o convite para uma festa de um amigo em comum. Eu estava animada, claro. Quem não estaria? Coloquei um vestido preto básico, que destacava meus ombros e dava uma sensação de poder, embora eu sempre me sentisse pequena ao lado de [Seu nome]. Ela apareceu em casa para me buscar, como sempre fazia. Com aquele sorriso de lado, ela usava um jeans justo e uma camisa branca simples, mas, de algum jeito, fazia parecer a coisa mais sexy do mundo.

A noite começou divertida. Rimos, bebemos um pouco, e tudo parecia perfeito. Eu estava tentando não dar muita bandeira, mas era difícil quando [Seu nome] estava por perto. Meu corpo reagia ao dela de uma maneira que eu não podia controlar. Quando ela sorria para mim, eu queria beijá-la, mesmo com todo mundo ao redor. Só que naquela noite, algo mudou. Não demorou muito para que eu percebesse o que estava me incomodando.

Ela estava conversando com uma mulher, uma garota alta e bonita, que parecia estar adorando a atenção de [Seu nome]. Eu sabia como ela era. Carismática, confiante. Mas ver aquela mulher se aproximando mais, tocando no braço dela, rindo das piadas, me fez sentir algo que eu não queria sentir: ciúmes.

— Tudo bem aí, Flavinha? — Jade me perguntou, percebendo minha expressão fechada.

— Tudo. — Eu disse, mas mal consegui esconder a amargura na voz.

Continuei de longe, observando aquela cena enquanto meu estômago revirava. E então, quando a tal mulher se inclinou ainda mais perto de [Seu nome], rindo de algo que ela disse, eu não aguentei. Meu corpo agiu antes que minha mente pudesse processar. Caminhei até elas, tentando manter a postura.

— Ei, [Seu nome], preciso falar com você. — Minha voz saiu mais firme do que eu esperava.

Ela levantou uma sobrancelha, surpresa, mas acenou para a mulher antes de se virar para mim.

— O que foi? Tá tudo bem?

Eu a puxei para longe, sentindo o calor subindo pelo meu rosto. Como eu ia dizer a ela o que estava sentindo? Como eu ia admitir que aquilo me incomodava?

— Você... você tava praticamente dando mole praquela mulher. — As palavras escaparam da minha boca antes que eu pudesse segurá-las.

— O quê? — Ela riu, claramente confusa. — Flávia, ela só tava conversando comigo.

— Conversando? — Eu revirava os olhos, cruzando os braços. — Aquilo não era só uma conversa.

Ela deu um passo mais perto, o rosto dela ficando perigosamente próximo do meu. Eu tinha que levantar a cabeça para olhar para ela, o que só me deixava mais irritada.

— Tá com ciúmes, é? — Ela sussurrou, com um sorriso brincando nos lábios.

Meu corpo inteiro ficou tenso. Eu queria negar, dizer que não era nada disso, que eu só estava preocupada. Mas, no fundo, eu sabia que estava com ciúmes. E não só disso. Eu estava com ciúmes de qualquer pessoa que chegasse perto dela, porque a verdade era que... eu não queria mais essa brincadeira de amizade colorida.

— Talvez eu esteja. — Finalmente admiti, minha voz mais baixa, quase um sussurro.

Ela parecia surpresa, mas, ao mesmo tempo, algo mudou em sua expressão. O sorriso brincalhão sumiu, e seus olhos ficaram mais intensos.

— Flavinha, o que tá rolando? — Ela perguntou, a voz de repente mais séria.

Eu respirei fundo, sentindo um nó na garganta. Sabia que era o momento de falar o que eu estava sentindo, mesmo que isso mudasse tudo.

— Eu... eu não quero mais isso. — As palavras saíram de repente. — Essa coisa de "amigos com benefícios". Eu quero mais. Eu gosto de você, de verdade. Não só de ficar, não só de beijar. Eu... — Minha voz tremeu um pouco. — Eu acho que tô apaixonada por você.

O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Eu não conseguia olhar para ela, com medo de ver a reação em seu rosto. Mas então, senti seus dedos tocarem meu queixo, me obrigando a olhar para ela. Seus olhos, aqueles olhos que sempre me faziam derreter, estavam brilhando de um jeito diferente.

— Eu sempre soube que a gente ia acabar aqui. — Ela disse, com um sorriso suave.

E antes que eu pudesse responder, ela se inclinou e me beijou. Mas dessa vez, o beijo não era só brincadeira, não era só parte da nossa amizade colorida. Era intenso, profundo, cheio de sentimentos que, até então, estávamos tentando ignorar.

Quando finalmente nos afastamos, estávamos ofegantes. Eu não conseguia parar de sorrir, e, pela primeira vez, sentia que tudo estava claro.

— Então... quer tentar isso de verdade? — Ela perguntou, ainda com os lábios próximos dos meus.

Eu ri, dando um leve tapa no ombro dela.

— Achei que isso já tava claro. — Eu disse, puxando-a para mais um beijo, sem me importar com quem estivesse assistindo.

 — Eu disse, puxando-a para mais um beijo, sem me importar com quem estivesse assistindo

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Imagines | Flávia Saraiva Onde histórias criam vida. Descubra agora