Capítulo 4

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A princesa deu duas lentas batidas na porta dos aposentos de Aemond. Ele já sabia que se tratava de Visenya pela delicadeza das batidas e por já a esperar, de certo ela já teria conhecimento sobre o possível noivado que futuramente seria anunciado caso aceitasse a proposta feita por Alicent.

Ela havia pensando diversas vezes se seria prudente fazer aquela visita, poderia ser vista por muitas servas do palácio ou até mesmo por membros da família. Por sorte Aemond havia dispensado seus guardas da frente já ciente das possíveis especulações. — Poderiam muito bem circular boatos sobre que o noivado repentino fora por indiscrições se a vissem entrando em seu quarto.

Aemond abriu a porta dando de cara com a sobrinha atordoada, dando passagem para que entrasse depressa em seus aposentos.

— Por acaso estava ciente disso? — perguntou Visenya andando de um lado para o outro, claramente nervosa.

Sequer imaginava que uma simples proposta de casamento que não havia sido feita por ele, a deixaria tão nervosa. Estava tão orgulhosa de si por demonstrar calma na frente de seus pais, mas agora olhando para ele o nervosismo gritava por todo seu corpo instantaneamente.

Já Aemond se encontrava parado, incerto.

— Sobre o que, querida sobrinha? — perguntou arqueando as sobrancelhas.

Visenya o olhou incrédula. Óbvio que ele iria querer que ela se humilhasse mais ainda, dizendo as exatas palavras.

— Sua mãe propôs que nos casássemos... — sussurrou o encarando, que não demonstrou nenhuma reação às suas palavras. — Está de acordo com isto?

Aemond quis rir. Concordar, como se tivesse escolha de algo. Se sua mãe a Rainha decidisse que teria de se casar com a sobrinha assim seria feito. — Como Aegon teve de aceitar o casamento com sua irmã, como sua própria mãe tivera de aceitar o casamento com Viserys.

— Acredito que não tenho muito o que contestar, princesa. — andou para o outro lado do quarto não tirando o único olho concentrado em cada passo vindo dela.

Via a respiração acelerada, as bochechas vermelhas de tanto corar. Era nítido que era a primeira vez que estava sozinha em um quarto com um homem. — Aquilo a atordoava sem dúvidas.

Aemond sentiu uma estranha sensação em seu corpo de pensar que seria ele a causar aquela tensão toda na sobrinha. Que era ele o único homem que provavelmente ficou sozinho em um quarto com ela tirando seus irmãos e padrasto.

Uma sensação egocêntrica cresceu em seu peito.

— Está dizendo que não quer se casar comigo? — Visenya manteve o olhar penetrando o dele. Estava furiosa com, era de se notar e ainda sim era tão... perfeita. E com certeza não era um elogio em sua opinião.

Aemond sentiu vontade de bagunçar toda aquela perfeição que ela gostava de exibir por aí. Tirar aquelas tranças firmes de seus cabelos e a mostrar como seria sair daquele pedestal todo que se encontrava todos os dias.

— E você o que me diz? — perguntou desviando os olhos para não atrair mais pensamentos como aqueles que lhe rondavam a cabeça. — A proposta veio de mim, seria você a responder a pergunta.

— Sua mãe propôs! — exclamou apontando o dedo em sua direção. Pelo visto a diferença de ser ele ou a Rainha não a agradava nenhum pouco, evidente em seu olhar raivoso e bochechas coradas pela raiva. — É diferente.

Aemond revirou os olhos. — Visenya podia ser irritante, mas entendia o que a garota queria dizer. Pela forma que a ouviu dizer mais cedo para Baela, não parecia ser o tipo de princesa que aceitaria uma proposta apenas para o bem de todos.
Pelo visto Rhaenyra lhe oferecia o direito de escolha, o que era uma ação nobre em sua opinião. Por isto aceitar a proposta de casamento que vinha da mãe de um homem não parecia nada com o desejo que ela demonstrava querer para si mesma.

The White Dragon - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora