BLOOD SAMPLE | JK + Tae + S/N

chapter 25 ✔

You

Estou correndo.

O som abafado dos meus saltos ecoa pelas paredes estreitas do beco. O ar é pesado e úmido, carregando um cheiro de concreto molhado e de algo metálico. Minhas mãos tremem e meu coração parece prestes a explodir, pulsando em um ritmo frenético. Tento controlar a respiração, mas cada vez que inspiro sinto o desespero me sufocando um pouco mais. Estou muito perto. Perto de escapar dessa loucura.

O beco está escuro, a única iluminação vem de um poste distante, cuja luz fraca e amarelada cria sombras que se alongam como dedos prontos para me agarrar. A esperança, ainda que frágil, me impulsiona a continuar. Ao final desse beco estava minha fuga, minha chance de sair dessa rede sufocante que Taehyung teceu ao meu redor.

Meu corpo ainda vibra com a tensão do encontro anterior, quando, por um breve momento, pensei que finalmente teria controle sobre minha vida. Ele não poderia me manter presa para sempre, certo? Tudo parecia perfeito, até agora. Chego ao final do beco e meus olhos procuram desesperadamente o carro que deveria estar ali, pronto para me levar embora. Mas em vez de encontrar minha libertação, vejo Taehyung, encostado casualmente contra o muro, braços cruzados, o rosto iluminado pela luz pálida da lua.

Dois de seus homens estão logo atrás, imponentes e imóveis como estátuas. Meu corpo congela. Todo o calor que ainda existia em mim se dissipou, deixando apenas o frio cortante do medo. Meus olhos se arregalam e meu estômago dá um nó. Ele sabia.

E agora estou encurralada.

Taehyung descruza os braços lentamente, como se estivesse saboreando o momento, seus olhos cravados em mim com aquela mistura perigosa de calmaria e controle absoluto. Ele caminha em minha direção, cada passo ecoando como o som de um destino inevitável.

— S/N — sua voz soa baixa, mas firme, cortando o silêncio da noite. — O que você pensa que está fazendo?

Eu quero responder, mas minhas palavras morrem na garganta. Minhas mãos tremem ao meu lado e tudo o que consigo sentir é o medo dominando cada célula do meu corpo. Tento me recompor, mas o pavor de estar à mercê dele, de não ter mais controle, me consome.

Ele se aproxima mais, seu olhar penetrante nunca deixa o meu. Quando está perto o suficiente para que eu sinta seu perfume amadeirado misturado ao cheiro da noite, Taehyung ergue a mão lentamente e, com uma gentileza assustadora, deposita um beijo em minha testa. O toque é suave, contradizendo completamente a tensão esmagadora entre nós.

— Você não deveria ficar tentando explorar a casa dos outros, S/N — ele murmura, seu tom doce como veneno disfarçado. — Pode acabar se perdendo.

Sua mão desce até a minha, e sinto seus dedos se fechando ao redor dos meus com uma firmeza que não me permite questionar. Taehyung não precisa usar força bruta. O simples toque dele me faz entender que não tenho escolha.

Minha vontade foi anulada pelo seu domínio silencioso. Ele me guiou de volta pelo mesmo caminho de onde eu vim, e com cada passo sinto o peso de sua presença ao meu lado, como se fosse uma sombra que jamais posso escapar.

As luzes da mansão começam a aparecer novamente, cada uma brilhando como faróis que anunciam minha derrota. Enquanto nos aproximamos, o som da festa volta a invadir meus ouvidos. Risos, música, o murmúrio distante das conversas despreocupadas. Tudo parece uma cena de normalidade, enquanto dentro de mim, o caos grita para ser libertado.

Quando estamos quase entrando no salão principal, meus olhos captam um movimento à direita. Ali, no corredor, vejo a funcionária que havia tentado me ajudar mais cedo. Ela estava sendo arrastada à força pelos mesmos homens que agora parecem ser onipresentes. Suas mãos lutam, mas é inútil. Seu olhar encontra o meu por um breve segundo, um pedido silencioso de ajuda que sei que não posso atender. O medo no rosto dela espelha o meu, e a culpa se crava profundamente em mim como uma lâmina afiada.